quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Gilberto Pinheiro não deveria se declarar suspeito de julgar processos contra o governo Camilo Capiberibe?

Em 2002 João Capiberibe foi eleito senador e Gilberto Pinheiro  era presidente do TRE-AP. Naquele momento da histórica politica do Amapá, Pinheiro estava como presidente da mais alta corte eleitoral do estado e não como o cidadão Gilberto, que poderia ter diferenças políticas e ideológicas com qualquer membro da família Capiberibe ou do PSB. 

Durante a diplomação de João Capiberibe em cerimônia feita pelo TRE e comandada por Gilberto Pinheiro, o então senador eleito foi cumprimentar o presidente da corte. Gilberto Pinheiro virou-se de costas e se recusou a fazer o que todo chefe de um poder ou instituição faria numa cerimônia pública: obedecer aos ritos institucionais do cargo e respeitar os que foram eleitos pelo voto popular.

Em 2010, novamente o desembargador Gilberto Pinheiro tomou uma postura que coloca em "xeque" a credibilidade política da sua pessoa, reafirmando sua divergência pública com a família Capiberibe. Dias antes da eleição do primeiro turno, Pinheiro usou os microfones de algumas rádios e concedeu entrevistas em algumas TV’s, dizendo ao povo que não votasse em João e Janete Capiberibe, porque os seus votos não teriam validade por conta da Lei da Ficha Limpa, caso decidissem votar no casal socialista.

O tiro saiu pela culatra e Janete Capiberibe foi a deputada federal  mais votada e João Capiberibe eleito senador. Vale lembrar que a Lei da Ficha Limpa estava em processo de litígio e sua validade para as eleições de 2010 foi derrubada um ano depois pelo STF.

Recentemente o mesmo desembargador Gilberto Pinheiro julgou recurso da Assembleia Legislativa do Amapá em desfavor do governo Camilo Capiberibe. 

Diante dos fatos narrados anteriormente, faço a pergunta que todos querem saber: Gilberto Pinheiro não deveria se declarar suspeito de julgar qualquer recurso envolvendo os Capiberibe e o governo dirigido por um Capiberibe?

A juíza Sueli Pini foi execrada publicamente e foi julgada pelo Tribunal de Justiça do Amapá como suspeita de julgar qualquer processo contra o prefeito de Macapá, Roberto Góes (PDT), simplesmente porque o filho dela seria filiado do PSB. Observem que o filho da juíza que é maior de idade e não a juíza era filiado ao PSB. E a nossa justiça deu ganho de causa ao prefeito Roberto Góes.

Eu me pergunto se a nossa justiça só observa esses casos de suspeição quando é o PSB que está no olho do furacão. 

Deve ser por isso que a ministra Eliana Calmon do CNJ está sendo tratada como heroína pela opinião pública brasileira, que conhece de perto como funciona a morosidade e o lado político da nossa justiça.

Um comentário:

Silvio disse...

Se o Gilvan com um exército de desequilibrados na mídia, e o PDT montado na grana durante oito anos não se garantiram com o Capi, pensar que esse desembargador vai causar algum impacto é até covardia.