sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Deputados do Amapá querem torrar R$ 156 milhões em 2012

A classe política, com raras exceções, continua se locupletando dos recursos públicos Para isso, montam estratégias, aparentemente legais, para sangrar os cofres públicos.

Escândalos em série pululam nos legislativos estaduais e municipais.

Nos grandes e pequenos estados a cada dia pipocam maracutaias de todos os tipos.

Os legisladores não se constrangem com a situação da maioria de seus eleitores que ganha um salário mínimo de R$ 545.

Eles não estão nem aí. Querem mais.

A mesa diretora da Assembleia Legislativa de Pernambuco, na calada da noite de 23 de dezembro do ano passado, por exemplo, decidiu pagar a um grupo de deputados e ex-deputados uma indenização retroativa de até R$ 354 mil a título de auxílio-moradia.

A mesa diretora da Assembleia do Amapá, no meio deste ano, por exemplo, decidiu pagar uma verba indenizatória de R$ 100 mil para cada parlamentar, três vezes maior que a recebida por deputados federais e senadores. De quebra, ainda, quer cassar uma deputada por que não gasta os R$ 100 mil por mês.

Não contente com o quinhão anual destinado pelo Executivo na Lei Orçamentária Anual (LOA), a Assembleia do Amapá o ampliou de R$ 113 milhões para R$ 156 milhões.

Se a proposta do Executivo já é um despautério, o que dizer do acréscimo de mais R$ 43 milhões.

A Casa é composta por apenas 24 deputados, o que representa R$ 6 milhões por parlamentar/ano.

As excelências do Amapá tomaram essa decisão com base em previsões de excesso de arrecadação que dependem do desempenho da economia do estado e do país.

No popular, as excelências contam com o ovo no fiofó da galinha.

Resumo da ópera.

Restará o poder de veto do governador do Amapá para restabelecer a moralidade.

Ocorre que esse veto pode e deve ser derrubado sem nenhum constrangimento pelas excelências.

Resta ao governo a instância judicial, a qual foi brindada pelos deputados com um aumento de R$ 147 milhões para R$ 183 milhões na LOA aprovada.

Como explicar aos cidadãos que ganham R$ 545 que as excelências do Amapá se locupletam com milhões de reais?

Não é possível encontrarmos uma explicação razoável.

Afinal, os deputados estão com a faca e queijo nas mãos.

Estão respaldados pelo poder de derrubar o veto do governador.

Ocorre que nem tudo o que é legal, é ético.

Por enquanto, fatos como este geram indignação na população, mas em breve deverão gerar mais que isso, pois um dia o saco transborda.

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