A classe política, com raras exceções, continua se locupletando dos recursos públicos Para isso, montam estratégias, aparentemente legais, para sangrar os cofres públicos.
Escândalos em série pululam nos legislativos estaduais e municipais.
Nos grandes e pequenos estados a cada dia pipocam maracutaias de todos os tipos.
Os legisladores não se constrangem com a situação da maioria de seus eleitores que ganha um salário mínimo de R$ 545.
Eles não estão nem aí. Querem mais.
A mesa diretora da Assembleia Legislativa de Pernambuco, na calada da noite de 23 de dezembro do ano passado, por exemplo, decidiu pagar a um grupo de deputados e ex-deputados uma indenização retroativa de até R$ 354 mil a título de auxílio-moradia.
A mesa diretora da Assembleia do Amapá, no meio deste ano, por exemplo, decidiu pagar uma verba indenizatória de R$ 100 mil para cada parlamentar, três vezes maior que a recebida por deputados federais e senadores. De quebra, ainda, quer cassar uma deputada por que não gasta os R$ 100 mil por mês.
Não contente com o quinhão anual destinado pelo Executivo na Lei Orçamentária Anual (LOA), a Assembleia do Amapá o ampliou de R$ 113 milhões para R$ 156 milhões.
Se a proposta do Executivo já é um despautério, o que dizer do acréscimo de mais R$ 43 milhões.
A Casa é composta por apenas 24 deputados, o que representa R$ 6 milhões por parlamentar/ano.
As excelências do Amapá tomaram essa decisão com base em previsões de excesso de arrecadação que dependem do desempenho da economia do estado e do país.
No popular, as excelências contam com o ovo no fiofó da galinha.
Resumo da ópera.
Restará o poder de veto do governador do Amapá para restabelecer a moralidade.
Ocorre que esse veto pode e deve ser derrubado sem nenhum constrangimento pelas excelências.
Resta ao governo a instância judicial, a qual foi brindada pelos deputados com um aumento de R$ 147 milhões para R$ 183 milhões na LOA aprovada.
Como explicar aos cidadãos que ganham R$ 545 que as excelências do Amapá se locupletam com milhões de reais?
Não é possível encontrarmos uma explicação razoável.
Afinal, os deputados estão com a faca e queijo nas mãos.
Estão respaldados pelo poder de derrubar o veto do governador.
Ocorre que nem tudo o que é legal, é ético.
Por enquanto, fatos como este geram indignação na população, mas em breve deverão gerar mais que isso, pois um dia o saco transborda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário