Quantos balões de ensaio a Assembléia Legislativa soltou nos dias mais recentes? Pelo menos três, e nenhum pegou vento. “Balão de ensaio”, no caso, é o vazamento proposital de alguma idéia que alguém pretende tornar realidade, se a reação for positiva. Quando não é, os interessados costumam dizer que nunca “pensaram naquilo”. Tem político que usa muito isso.
O primeiro dos recentes “balões de ensaio” subiu logo no início da discussão do orçamento do Estado. Alguém da cúpula do Legislativo “encumpridou” os olhos e bateu: R$ 156 milhões para a Casa. O balão subiu, o vendaval da reação popular foi forte e ele caiu. A bola baixou e a pretensão ficou nos R$ 113 milhões de antes.
O segundo foi a tal da “CPI do Ministério Público”,um projeto delirante de alguns deputados, pressionados pela ação dura do MPE atual, no caso da verba indenizatória de cem mil reais, que calcularam seu poder de intimidação com base na pusilanimidade de antes. Sentiram, na reação do MPE, que não conseguiriam fazer medo a ninguém, recuaram e puxaram o balão de volta.
No terceiro balão foi pintado o nome da deputada Cristina Almeida, e era nada mais que uma tentativa de desviar a atenção do respeitável público, da vergonhosa fuga empreendida para não “enfrentar” o repórter do CQC. Houve ranger de dentes, alguns esbravejaram e anunciaram que iriam cassar o mandato da deputada, que disse ao CQC não receber a verba de cem mil reais. Dessa vez houve reação interna: o deputado Keka Cantuária disse, em público, que “quem cassa mandato de deputado é o eleitor”. Baixaram o facho, o vento passou a ser brisa, e o balão desceu suavemente na grama de um jardim. Então a conversa mudou: “mas quando. Nós nunca pensamos em cassar ninguém”, disseram. Só não explicaram por que a deputada Cristina Almeida recebeu uma “notificação” para defesa prévia, se não havia nenhuma intenção de cassar seu mandato?
Publicado no site do Correa Neto
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