terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Amapá pode usar veículo aéreo não tripulado para monitorar desmate

Eduardo Carvalho Do Globo Natureza, em São Paulo

O governo do Amapá pretende implantar em 2012 novos métodos para medir o desmatamento da Amazônia no estado, que vão contribuir com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), utilizados pelo Ministério do Meio Ambiente no combate a crimes ambientais no bioma.

De acordo com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, o monitoramento pode ser complementado com o uso de radares, compra de imagens de satélites ópticos e até mesmo com a ajuda de Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants), que sobrevoariam áreas de florestas inacessíveis para verificar possíveis cortes.
 mapa do Amapá (Foto:  G1)
O motivo de implementar novas tecnologias à vigilância da Amazônia é devido à intensa cobertura de nuvens no estado durante todo o ano, que dificulta a captação de imagens por meio de satélites utilizados pelo Inpe.

“Não conseguimos ver as áreas desmatadas, um dos motivos dos dados apresentados no Prodes (relatório anual de desmatamento) serem baixos”, diz Cláudia Funi, coordenadora de geoprocessamento da Sema no Amapá.

De acordo com o levantamento Prodes apresentado pelo Inpe em 2011, o estado perdeu 51 km² de floresta. Nos dois anos anteriores, a soma foi de 133 km². Porém, segundo o governo do Amapá, esses números podem ser muito maiores.

“Fazemos uma medição própria a cada dois anos. No último relatório, de 2009 e 2010, foi detectado desmate de 128 km². Porém, a maioria deles ocorreu em 2009, já que em 2010 também tivemos dificuldades em visualizar as áreas devido às nuvens", explica.
Imagem mostra desmatamento na floresta amazônica no Amapá em razão de garimpos ilegais (Foto: Divulgação/Grayton Toledo/Governo do Amapá)Imagem mostra desmatamento na floresta amazônica no Amapá em razão de garimpos ilegais (Foto: Divulgação/Grayton Toledo/Governo do Amapá)
 
Necessidade de proteção
Com 76,6% do território coberto pela floresta amazônica, o estado já sabe de que tem ocorrido aumento no desmatamento ilegal em áreas inacessíveis e em assentamentos extrativistas.

“Além disso, há também áreas abertas por conta do garimpo. A maioria dos cortes acontece no sul do estado e próximo à rodovia federal BR-210 (que vai do Alto Jari até o Oiapoque)”, disse Cláudia.

A estimativa é que os custos deste monitoramento sejam de, pelo menos, R$ 30 milhões. “Ainda estamos definindo as características para apresentar o projeto completo. Mas até o fim de 2012 os novos instrumentos para verificar o desmate já devem funcionar”, afirma a coordenadora de geoprocessamento.

No início do mês, o Inpe divulgou que o desmatamento na Amazônia Legal atingiu área de 6.238 km² entre agosto de 2010 e julho de 2011, uma queda de 11% na comparação com o período de agosto de 2009 a julho de 2010.

Essa é a menor área desmatada no período desde que o sistema Prodes começou a região, em 1988. A Amazônia Legal compreende áreas de nove estados - Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Estado do Amapá tem 76,6% de seu território coberto pela floresta amazônica. Na imagem, o Parque Nacional Montanhas de Tumucumaque. (Foto: Divulgação/Grayton Toledo/Governo do Amapá)Estado do Amapá tem 76,6% de seu território coberto pela floresta amazônica. Na imagem, o Parque Nacional Montanhas de Tumucumaque. (Foto: Divulgação/Grayton Toledo/Governo do Amapá)

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