quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Randolfe: o pavão misterioso do PSol

Direto da Varanda: Por Chico Bruno
 
Já que mídia brasileira não dá muita importância às eleições das capitais do Norte do País, vou colocar a colher de pau para mexer este angu.
Aliás, justiça se faça, a mídia nacional cobriu com ênfase o episódio do ovo manauara, pois a suposta vítima, a candidata Vanessa (PCdoB), voou para Brasília para denunciar o fato do Plenário do Senado, caso contrário o episódio se resumiria ao noticiário regional.
A mídia nacional, também deu destaque à ida de Lula ao comício de Vanessa para atacar o adversário dela – Arthur Virgílio (PSDB) – um desafeto histórico do ex-presidente.
No mais é como se não existisse campanha eleitoral na região, mesmo com a perspectiva de o PT perder a capital do Acre, que governa desde 1992 ou a possibilidade de o PSOL ganhar em Belém e Macapá.
É por isso que existe um tanto de verdade, quando os jornalistas mais velhos dizem que não se fazem mais repórteres desconfiados com as novidades que desembarcam em Brasília.
Se houvesse, desde a ascensão aos holofotes do jovem senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP) já teria acontecido uma revoada de repórteres nacionais ao Amapá para conhecer mais sobre as origens políticas desta nova estrela.
Ao que parece a lição de Collor foi esquecida.
Será que os coleguinhas que cobrem o Congresso Nacional sabem que Randolfe e o seu fiel escudeiro Clécio Luis, candidato que vai disputar o segundo turno em Macapá, começaram, bem jovens, na política pelas mãos do ex-governador do Amapá, João Capiberibe (PSB), que os nomeou secretários estaduais na cota do PT?
Eles não sabem, pois se fiam nas informações oficiais, haja vista que este detalhe importante nas biografias de Randolfe e Clécio foi simplesmente omitido.
Pois fiquem sabendo que foi a partir daí que Randolfe se elegeu deputado estadual em 1998 na coligação que reelegeu o governador João Capiberibe.
Clécio continuou no governo de Capiberibe como secretário de Educação e depois como presidente da Agência de Fomento do Amapá (AFAP), só vindo a disputar o primeiro mandato eletivo em 2004, quando conquistou uma cadeira de vereador de Macapá.
Até 2010, Randolfe e Clécio alternaram idas e vindas ao ninho do PSB.
Em 2006, Clécio disputou o governo do Amapá enfraquecendo a então candidatura de João Capiberibe.
Em 2008, Randolfe e Clécio voltaram ao ninho do PSB e o hoje senador foi candidato a vice-prefeito na chapa de Camilo Capiberibe.
Mas, em 2010, os dois decidiram trocar a ideologia radical do PSol pela esperteza política de uma aliança branca com as forças conservadoras do Amapá, o que proporcionou a Randolfe chegar ao Senado aos 38 anos, onde para se vender aos jornalistas como uma nova estrela do PSol, disputou a presidência da Casa contra José Sarney, que era o mentor do candidato ao governo que ele apoiou na tal aliança branca.
Complicada operação, que contou com a benevolência de Sarney.
Nesta eleição municipal no Amapá, em nome de levar o poder de Macapá a qualquer custo político, Randolfe e Clécio se aliaram novamente de forma dissimulada na capital com o PTB de Lucas Barreto, o tal que é afilhado de Sarney, mas em Santana, segundo maior município do Estado e vizinho a capital, apoiaram com todo o destemor o candidato do PTB contra uma antiga companheira do PT (na foto o senador com o candidato do PTB/DEM).
Resumo da ópera.
Em Brasília, o senador Randolfe Rodrigues possa como um opositor tanto ao governo federal, quanto a oposição a presidente Dilma Rousseff.
Mas no Amapá, Randolfe se mistura a partidos políticos e lideranças envolvidas em escândalos de corrupção a ponto de nunca ter se pronunciado no plenário do Senado sobre as Operações Pororoca e Mãos Limpas, da Policia Federal, haja vista que no Amapá está próximo dos atores dessas operações.
Ao agir assim vale rotular ou carimbar o senador Randolfe como um verdadeiro “pavão misterioso”.

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