terça-feira, 23 de outubro de 2012

Impressôes: "O TRIUNFO DA RAZÃO – A CARTADA FINAL"

Por Rup Silva

Parece titulo de filme, mas não é. Nem tão pouco de livro de cunho filosófico. Trata-se tão somente da volta do PSOL, o partido, ao reino dos mortais. Humilde, consciente e convencido, afinal, de estar no lugar errado, ao lado da harmonia que tanto mal fez ao Amapá e seu povo.

Desde que nascera de uma dissidência do PT, depois que Lula, em nome do pragmatismo político, aliou-se ao PMDB e outras siglas da direita brasileira, que o partido fundado por Heloisa Helena e Plínio de Arruda Sampaio, entre outros, adentrara no cenário político do país como algo novo e que chegara para ser diferente.
O mesmo que PT e o PMDB de Ulisses, Covas e Montoro um dia representaram e se perderam pelo caminho nessa jornada de busca ao poder... pelo poder. Ambos, infelizmente, se distanciaram do objetivo salutar que perseguiram com o apoio da sociedade.
A noticia que o PSOL local, por convencimento próprio ou em razão do absurdo que representou sua união com a direita [nem adesão nem aliança], fizera sua auto critica e retornava ao ninho da esquerda, foi a grata surpresa nesse apagar de luzes do pleito municipal da nossa capital.
Trata-se, sejamos justo, de um gesto de profundo sentimento de humildade e reconhecimento da realidade. Sua postura anterior, pelo contrário, configurava-se como algo esdrúxulo, fora de qualquer contexto. Tanto que a grita e desaprovação ecoou dentro da agremiação Brasil afora. E não faltaram promessas de penalizações severas demonstradas por figuras da direção nacional do PSOL.
Daí que nada mais natural que uma reflexão sobre o quadro criado. Convenhamos que as exigências do PSB para apoiar Clécio Vieira ao segundo turno, finalmente solicitado pelo congênere PSOL , fazia sentido e não tinha o propósito de criar embaraço as lideranças do partido e perturbar sua incestuosa relação com a direita. Embora essa fosse, implicitamente, uma condição sine qua non..
O PSB , como se sabe, é um dos poucos partidos no Amapá onde se visualiza alguma coerência ideológica e que seus adeptos querem saber da posição do partido quando diante de situações como essa levada pela derrota de Cristina Almeida. Isso demonstra que o PSB não se trata de uma massa disforme. Tem cabeça, tronco e membros. E lideranças fortes e corretas.
Não sei dizer, com clareza, o que levou o senador Randolfe e Clécio, suas maiores lideranças, a produzir uma guinada do tamanho da operada já em 2010, ou muito antes até. Já que eram nomes considerados como certos a guindar postos de relevo no Estado, tanto na esfera administrativa como parlamentar.
Imagino que forte dose de ranço, ódio reprimido e interesses pessoais foram o móvel contra Capiberibe e família, induzindo-os a esse posicionamento de serviçal de um sistema de “boi de piranha”, pois na verdade não possuíam base suficiente para impedir o retorno da harmonia se por ventura chegassem ao poder. Tanto que Sarney, arquiteto desse esquema como denunciei, mantinha Randolfe preso a seus cordéis.
O direito de reunir sob seu comando uma base de apoio é incontestável, qualquer que seja o partido. Inadequado é romper princípios, ideologia, programas e tudo mais que caracterizam uma organização ética e moralmente aceita pela sociedade. É impossível que em grupos diferenciados como os que compõem esse espectro da política, posições involuntárias e subalternas possam existir e sobreviver.

A opção do PSOL de buscar o apoio do PSB está correta. Errado estaria o partido se não o fizesse; e não se trata, seguramente, de ter voltado por vantagens outras que não a reconquista de sua imagem e credibilidade chamuscadas desde 2010. Muito menos pode ser entendida como uma capitulação ao PSB, apenas preocupado em recuperar o velho parceiro e reforçar seu governo no sentido da construção de uma governabilidade segura e confiável.
Embora saiba que de acordo tão seleto jamais sairá algo que não seja bom para o Amapá; qual o lugar que caberá a cada uma das lideranças e seguidores graduados nos próximos embates eleitorais; de como dirigirão o Estado doravante, nada mais, para mim é maior que o gesto do PSOL de abandonar o apoio da direita perdulária que tanto mal faz ao Amapá.
Não deve ter sido fácil. Há um risco implícito. Como há uma vantagem candente frente a frente. Todas tem seus pros e contra do ponto de vista eleitoral. O certo é que, nessa altura do campeonato chegou-se a conclusão que o PSB é o ponto definidor da eleição. E esperar pra ver.
Devemos reconhecer as dificuldades do PSOL, pela profundidade da campanha eleitoral. Não deve ter sido fácil vencer as resistências dos seus aloprados seguidores; dos compromissos celebrados com o DEM, PSDB, PTB, Moises e Sarney, enfim, do risco que corre ao tomar essa dura mas madura decisão de reencontrar-se com a sua natureza.
Por isso a esperança que os novos aliados cerrar fileiras, cair em campo e provar que o PSB e eventualmente o PT têm força necessária para eleger o candidato do PSOL.
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POUCAS & BOAS

DO ARCO DA VELHA. Essa já é uma tese anacrônica. Bolorenta e ineficaz. Refiro-me aquela que busca atingir o Senador João Capiberibe que tem o filho governador e a mulher deputada federal, todos com serviços prestados a sociedade amapaense como sabem, por exemplo, nossos velhos e carentes usuários do “ Visão para Todos”como devem saber esses reclamantes que devem procurar urgentemente o programa. E é feio quando isso decorre de motivação política. Mesmo por que eles conhecem que outras famílias, aqui e alhures, se apoderam dos governos para surrupiar seus recursos.
O EXCÊNTRICO LULA. O líder petista é um excêntrico ou um gozador. Quem sabe um pragmático exagerado. Seus últimos apoios aqui – inaugurado com Gilvan está, no mínimo, mais para a gozação que para o pragmatismo. Apoiar o atual Prefeito de Macapá é tão promíscuo anedótico que deixa os petistas roxo de rir e de vergonha. Eu acho que foi Sarney, mas dizem ser coisa do Lupi, presidente do PDT, ex- ministro do Trabalho do seu governo
A SARNEY TUDO!Quem anda feliz pelo desfecho do caso CEA [ federalização] é Lourival Freitas, um notório sarneysista. Alimenta ser Presidente da empresa quando tudo se consumar. Ele e Gilvan Borges[eehh!].Como no caso BANAP [ lembram-se?], a imprensa ligada ao maranhense ensaia culpar o governo Camilo, com o objetivo de desgastá-lo, quando sabe que esse problema é da lavra do grupo ligado ao senador harmônico que permitiu que a divida chegasse a mais de um bilhão e meio entre o principal e juros por não cumprir o acordo feito com a empresa fornecedora de energia.
AS DÍVIDAS DE SARNEY PASSADAS ADIANTE.Apesar do esforço do governo, não havia condições financeiras do governo honrar a dívida nos moldes impostos por Edson Lobão, cupincha, conterrâneo e aliado político do Senador Sarney que a medida que avança seu final de mandato menos cuida dos nossos interesses. Aliás o passivo desse senador com o Amapá não tem paralelo: BANAP, CEA, AEROPORTO, BR-156, HARMONIA pra citar apenas os grandes feitos. É bom que os membros da imprensa amestrada não nos confundam com um beócio qualquer.
Por hoje é só.

Um comentário:

Unknown disse...

A sua alienação beira o ridículo. Nenhuma dessas palavras são suas, de fato. Quando refiro-me a palavras refiro-me igualmente a ideias. Posso até concordar com as ideias, citadas aqui, mas que não são suas, sobre o latifundiário maranhense, porém, jamais, com a ideia de que uma família de usurpadores e perseguidores seria o melhor para o Amapá. Tbm concordo que o PSOL seria a melhor escolha, desde, é claro, que não unisse suas forças com a decadência de um partido desesperado pelo poder.