quarta-feira, 17 de outubro de 2012

GEA contém aumento do valor da gasolina e avalia concessão para garantir armazenamento

Preocupado com a falta de combustível que formou filas nos postos de Macapá e Santana, o Governo do Estado vem tomando medidas para reduzir os prejuízos para a população. Já na tarde desta terça-feira, 16, os postos começaram a ser abastecidos com 1,5 milhão de gasolina.
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom) trabalha para que a crise nacional não afete mais o Amapá por falta de local para armazenamento. A solução continua a ser discutida nesta quarta-feira, 17, em uma reunião entre o Governo do Estado, Ministérios Públicos Estadual e Federal e empresários do setor.
Desde a última segunda-feira, 8, os amapaenses sofrem com a falta de gasolina e de álcool anidro, aditivo de combustível usado no composto. De acordo com o secretário da Indústria, José Reinaldo, há um contexto de desabastecimento em nível nacional, mas no Amapá a dificuldade é maior por fatores como distância e falta de local para armazenar o combustível.
"Somos muito afetados, além de carência de álcool anidro, que impossibilita a venda da gasolina, as balsas demoram dias para chegar, a quantidade de gasolina não está sendo suficiente e quando tem, não há como armazenar", disse o secretário.
A informação é confirmada por Luiz Alberto, responsável pela Base do Posto Ipiranga no Amapá, que explica que alguns fatores atingem diretamente o Amapá. "Muitos usineiros optaram por fabricar açúcar em vez de álcool, o estado mais próximo do Amapá que fabrica álcool é o Pará, que está escasso, por isso temos que recorrer a outros estados mais distantes, o que causa demora no transporte terrestre e fluvial. Outro agravante é o posto Miramar, de Belém, que está em reforma e abastece as balsas de Macapá e de todo o Pará, o que causa congestionamento", disse o representante.
Os dois maiores municípios do Estado concentram o maior número de postos de combustível. Macapá tem 72 postos e Santana 9. Em média todo o Amapá é abastecido com 10 milhões de litros/mês de gasolina. O gerente Luiz Alberto detalhou que a quantidade que chegou, 1,5 milhão de gasolina e de álcool, em situação normal, daria para abastecer todo o Amapá por alguns dias a mais, mas com a grande procura, vai durar até esta quarta-feira. "É importante dizer que não precisa desespero, quinta-feira, 18, chegará a mesma quantidade e começa a normalizar o abastecimento", assegurou o gerente.
A rede de Postos Ipiranga é a única que tem base no Amapá, através deles também são abastecidos os postos da Petrobrás. Não ocorre desabastecimento de óleo diesel porque a rede Ipiranga mantém uma balsa de armazenamento em Santana.
"É essencial o armazenamento, óleo diesel é de utilidade pública, se faltar não tem como funcionar, por exemplo, as termelétricas e geradores de hospitais. Nossa intenção é colocar um navio de 40 mil litros para armazenar gasolina", disse Luiz Alberto.
O projeto se encaixa no planejamento do Governo do Estado. O secretário José Reinaldo informou que uma das estratégias imediatas é a proposta de incentivos para que empresas do ramo instalem base de armazenamento de gasolina no Amapá e ampliem sua capacidade.
"Se tivéssemos como armazenar gasolina não estaríamos enfrentando este problema, assim como acontece em outros estados. Vamos fazer uma análise minuciosa e urgente sobre as possibilidades", enfatizou Reinaldo.
Aumento abusivo no valor do combustível
A falta de gasolina trouxe a tona circunstâncias comuns em situações de carência: o aumento abusivo no valor do produto em falta e casos de pessoas que se aproveitam da condição. O Instituto de Defesa do Consumidor (Procon/AP) vem fiscalizando e apurando denúncias de aumento no valor do combustível, fez dez notificações entre a segunda-feira, 15 e esta terça-feira, 17, fazendo com que proprietários de postos voltassem a praticar preços normais. Em um dos casos a gasolina passou de R$ 2,71 para R$ 2,89. O preço voltou ao normal após a visita do Procon. Alguns empresários justificaram que o aumento foi em decorrência do valor repassado para os postos, também com acréscimo, e que a baixa na venda durante uma semana trouxe prejuízos.
A diretora do Procon, Nilza Amaral, acompanhou as diligências e confirmou que a fiscalização vai continuar. "A desculpa que pagaram a mais não procede. Certificamos que na nota fiscal da rede Ipiranga o combustível foi repassado pelo mesmo valor, sem acréscimo, portanto não justifica", disse. O prejuízo para a empresa que desobedecer pode ser a interdição ou pagamento de multa entre R$ 400,00 a R$ 6 milhões. Responsáveis que sonegarem informações resultado de denúncias, também podem ser penalizados.
O Sindicato dos Postos Revendedores de Biocombustível, Gás Natural, Conveniência e Pneumáticos (Sindipostos), foi procurado pela diretora. O ex-presidente, Rodrigo Utzig, informou que seu mandato encerrou há três meses e a entidade não definiu a nova diretoria. "Seria importante a participação desta entidade na reunião desta quarta-feira, 17, para representar a categoria. Queremos também contar com o apoio do Ministério Público Federal para que a situação se normalize, não volte a acontecer e o consumidor seja respeitado. Nesta quarta-feira, 17, chegam dois inspetores da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para dar suporte às ações", encerrou a diretora Nilza Amaral.
Mariléia Maciel/Secom

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