Além dos prejuízos impagáveis à classe estudantil, por conta da imposição de repor as aulas durante as férias, bem como dos próprios educadores, em função da penalização de pagar multa diária – à custa das próprias contribuições – a greve dos professores está fazendo emergir a dura realidade dos tempos tenebrosos da ditadura, com a condenável violação, por parte da diretoria do Sinsepeap à imprensa de fazer uma cobertura jornalística séria do movimento.
Pelo menos três veículos de comunicação já foram tolhidos, inclusive de forma violenta a exercerem o Constitucional direito à informação, entre os quais o Diário do Amapá, haja vista que o sindicato dá guarida tão somente a setores da imprensa que, por comprometimento ideológico e/ou financeiro e/ou partidário dão eco às elucubrações de seus diretores ou mesmo padrinhos. Profissionais da TV Amapá e do programa Café com Notícia (Rádio Diário FM-90.0) também foram vítimas de agressões verbais e até físicas de professores grevistas.
E, não é demais lembrar, que independentemente da conotação política que desaguou nessa greve, inclusive com denúncia de estar sendo bancada por protagonistas das eleições que se aproximam, sem omitir a certos e erros de seu comando, sempre priorizando os principais personagens dessa história: os professores e os alunos, sem titubear em mostrar os bastidores da greve e suas conseqüências.
Não cabe aqui – e não é essa a nossa pretensão – discutir a greve. É impositivo, porém, fazer chegar à sociedade o nosso clamor por um comportamento compatível com a democracia que deveríamos respirar. A greve é um direito de todas as classes trabalhadoras; entretanto, impor mordaça à imprensa é fazer a sociedade submergir aos porões indefectíveis da ditadura, coisa que os responsáveis de instituições pedagógicas deveriam ter como “prego batido e ponta virada”.
É inconcebível e inaceitável nos dias de hoje que presidente de categoria de trabalhadores se travista de ditador e monte barricada para enfrentar e amordaçar a imperiosa voz da sociedade. Nós, da imprensa, temos o dever e a obrigação de informar. E não iremos recuar só porque alguém que se arvora sindicalista, na tentativa de “se iluminar – cuidado pra não queimar”, queira, a qualquer custo atravessar a avenida.
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