quinta-feira, 28 de junho de 2012

Gravações mostram que servidores tinham conhecimento do esquema de corrupção na ALAP

Numa das conversas gravadas com autorização judicial, as investigações comprovaram que os próprios servidores da Assembleia Legislativa ligados ao presidente Moisés Souza (PSC) tinham conhecimento do grau de corrupção na Casa Legislativa e tentaram alertar o deputado que é apontado pelo Ministério Público no pedido de prisão preventiva negado pela juíza Sueli Pini como um dos chefes de uma verdadeira “organização criminosa” ou “quadrilha” como é esporadicamente lembrado na denúncia e no Inquérito Policial encaminhado ao judiciário, cujo pedido embasou a decisão da desembargadora de afastar os envolvidos no esquema apontado pelo MP.

Nesse sentido, confira-se parte da conversa travada entre ÉRIKA DA SILVA FREIRE (auditora geral da AL) e JOSÉ ASSEF MUBARAC (assessor da Auditoria Geral), em 06/06/2012:

“MUBARAC: quanto mais eu vejo, quanto mais eu vejo a coisa ai que eu tiro minhas conclusões que essa porra não tem jeito mais...Isso ai só IMPLODINDO”.

(Trecho do MP) Também em conversa telefônica realizada em 29/05/2012, após as buscas e apreensões efetivadas pela “Operação Eclésia”, ÉRIKA DA SILVA FREIRE (auditora geral da AL) e PATRÍCIA ALMEIDA BARBOSA (ex-procuradora geral da AL), confirmam, categoricamente, que estão sumindo com provas:

‘ÉRIKA: está sacaneando direto com o papo furado dele, o tempo todo, tá difícil ele mana, tem que abrir a cabeça dele, tá sumindo com pastas tá, guardando documentos”.

(Treche do MP) Os diálogos também demonstram a pretensão da quadrilha de procurar não deixar rastro de qualquer crime dentro do grupo criminoso. Nesse sentido é a conversa travada entre ÉRIKA e PATRÍCIA, em 11 /06/1 2, quando ÉRIKA diz:

“Eu não vou relatar, ai ele (Edinardo) disse que faz questão que bote no papel, ai eu disse, Edinardo a gente não relata crime assim, a partir do momento que eu relatar, o presidente vai fazer tudo, ai ele disse, é assim que tem que ser”.

(Trecho do MP) Ou seja, claramente a quadrilha tem consciência de que está a cometer crimes, porém se preocupa em não deixar qualquer tipo de rastro para que o Ministério Público, através de sua investigação, não visualize os delitos. Por fim, ratificando-se que ÉRIKA e PATRÍCIA têm pleno conhecimento das condutas criminosas que ocorrem naquela Casa, praticadas sob o comando do deputado MOISÉS SOUZA, em conversa flagrada em 05/06/1 2, assim elas dizem:

“ÉRIKA: Rapa, o MOISÉS que se exploda, eu vou fica aqui, e não vou fazer é porra nenhuma, deixa ser PRESO esses caralhos, tudo merece, to nem ai não Patrícia”.

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