Candidatura burguesa do PSOL provoca crise dentro do partido
Um grupo chamado "Insurgência" defende outra candidatura à presidência
Candidatura de Randolfe possui elos estreitos com a direita.
O
PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) manteve, desde que resolveu sair
do PT, uma série de candidaturas presidenciais completamente burguesas e
conservadoras, tendo se destacado a candidatura de Heloísa Helena,
conhecida por ser a musa do movimento contra os direitos das mulheres.
Em 2014 não foi diferente. Randolfe Rodrigues foi o candidado
“escolhido” na convenção do partido, em 2013. Esse candidato sequer
tenta mascarar o caráter de sua candidatura, tendo feito discursos e
entrevistas que mostram abertamente seu caráter burguês, com um programa
para administrar o estado burguês.
Essa candidatura provocou uma crise dentro do partido. Fruto dessa
crise, uma tendência interna do PSOL, chamado “Insurgência”, está
levantando a bandeira de que o partido apresente outra candidatura para
se opor à do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), decidida em convenção
no final do ano passado.
Segundo este grupo, e seu documento divulgado na internet, “o PSOL
precisa de uma candidatura que resista à linha política de Randolfe
(...) precisa que essa candidatura seja produto de debate pela base do
partido, ao invés de simplesmente apresentada de cima para baixo por uma
corrente do partido”. Essa candidatura seria a de Renato Roseno.
“À minha esquerda é o abismo, o precipício completo”
Os caciques do PSOL, e o próprio candidato à presidência, Randolfe,
obviamente discordaram dessa tentativa que “é de subversão das decisões
democráticas que o partido tomou e é passível de responder às instâncias
partidárias. Não existe candidatura mais à esquerda que a nossa. Se for
mais à esquerda, é o abismo, o precipício completo”, falou ao jornal O Globo.
Claro que a manutenção da candidatura de Randolfe é, de fato, uma
imposição aos demais militantes do partido, que não podem fazer nada
contra as decisões da direção do PSOL em escolher um candidato já bem
amaciado pelo regime burguês.
Contudo, essa ala supostamente à esquerda dentro do partido, chamada
Insurgência, apresenta um programa no mínimo esquisito e que, na
realidade, não tem nada a ver com marxismo.
Por exemplo, a “Insurgência” é contra a tática política dos Black
Blocs, “porque o enfrentamento com a polícia acaba esvaziando as
manifestações e atrapalha nossos objetivos”, como se não fosse a polícia
que quisesse acabar com as manifestações, sendo os Black Blocs uma
resistência.
Além do mais, existe toda uma parafernália “ecossocialista e
libertária” que não tem nada a ver com o marxismo, além da defesa de
parlamentares mais “radicais” que Randolfe e velhos lemas do movimento
estudantil pequeno-burguês, como as “lutas anti-sistêmicas”, contra
“todas as opressões”, etc.
De todo modo, a atuação puramente eleitoral do PSOL tem mostrado
mesmo aos militantes mais ingênuos do partido que não existe nada de
socialismo e muito menos liberdade nesse partido, como demonstra a
candidatura de Randolfe.
Pelo contrário, o interesse da cúpula do partido é tão somente as
eleições e os votos, por isso foi escolhida uma candidatura que possui
grandes relações com a direita e o capitalismo, como é o caso da
candidatura presidencial.
Um comentário:
verdade, vamos abri o olho!
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