Secretário de Turismo Richard Madureira já comemora atração de turistas para o carnaval amapaense |
Além da geração de emprego e renda, os investimentos do Governo
do Amapá no Carnaval movimentam ainda o segmento turístico. O fluxo de
pessoas em trânsito no Estado nesse período gera uma renda de R$ 22,9
milhões em apenas três dias de permanência de hóspedes em Macapá,
segundo dados da Diretoria de Planejamento da Secretaria de Estado do
Turismo (Setur).
"Os R$ 5 milhões liberados pelo governo na programação de Carnaval e
distribuídos em eventos da capital e demais municípios não ficam
concentrados. Eles são pulverizados, atingindo diversos setores da
economia local", frisou o diretor de Planejamento da Setur, Sandro
Bello, ao citar os postos de trabalho gerados, o movimento no comércio,
além de outras atividades que ficam aquecidas com a permanência de
turistas/hóspedes no Amapá.
Pesquisa da Secretaria de Turismo mostrou que o gasto diário de uma
pessoa em trânsito em Macapá - incluindo hospedagem, alimentação,
transporte e lazer - é de R$ 383. E que a média de permanência no Estado
varia de três a cinco dias. "Isso sem contabilizar aqueles que não
ficam em hotéis, mas aproveitam para se alojar na casa de parentes",
lembrou o diretor de Planejamento da Setur.
Ainda segundo Bello, os R$ 22,9 milhões tratam-se da média mínima de
rendimento. "Se formos contabilizar os cinco dias de permanência de
hóspedes, esses números saltam para R$ 38,3 milhões", acrescentou.
O gestor também avalia que, historicamente, o mês de fevereiro é
desaquecido por ser um período posterior às festas de fim de ano e
também pelos orçamentos públicos já estarem fechados. "E a programação
de Carnaval entra para equilibrar o desenvolvimento da economia",
analisou.
Economia aquecida
Em fevereiro de 2013, na semana que antecedeu a programação de
Carnaval e na semana posterior ao evento, a Infraero registrou um fluxo
de 40 mil pessoas no Aeroporto Internacional de Macapá. Já a Secretaria
de Estado dos Transportes (Setrap) contabilizou uma média de 30 mil
usuários nesse período no Terminal Rodoviário de Macapá.
"Desses 70 mil, em torno de 38 mil chegavam a Macapá. A estimativa é
de que cerca de 20 mil pessoas tenham prestigiado a programação de
Carnaval", enumerou Bello, avaliando a movimentação de pessoas durante o
evento em 2014.
A gerente de um hotel localizado na orla de Macapá, Silmara Frazão,
disse que o empreendimento está com boas expectativas de hóspedes nesse
período. "Já estamos com 80% de lotação dos apartamentos", informou,
acrescentando que, além da média de três a cinco dias de permanência no
hotel, existem aqueles que fecham pacotes para até 20 dias.
O comerciante paulista Ney Froes, de 38 anos, foi um dos hóspedes que
veio a Macapá a negócios e permaneceu por três dias em hotel. Ele
chegou na madrugada de domingo, 23, e foi embora na quarta-feira, 26.
Pelos cálculos do comerciante, seu gasto diário com hospedagem,
alimentação, transporte e lazer superou os R$ 383. "A diária no hotel
custou R$ 150; no almoço, gastei R$ 70; numa corrida de táxi, dependendo
para onde vou, gasto R$ 20. Ainda tem a janta e os petiscos com uma
cervejinha na orla entre os amigos. Certamente, supera R$ 400",
contabilizou.
Rendimento de tradutores-intérpretes
Ainda no setor hoteleiro existem aqueles que faturam como
tradutores-intérpretes. É o caso de Andrew Felipe Conell, de 61 anos,
que atua nessa atividade há mais de 20 anos. Para esta sexta-feira, 28,
ele conta que aguarda a chegada de um grupo de franceses que virá ao
Amapá e que aproveitará o momento para prestigiar o desfile das escolas
de samba no Sambódromo. "Períodos festivos são sempre bons para atrair
turistas", comentou.
A fluência no idioma veio dos 33 anos em que morou na Guiana
Francesa, para onde foi quando era criança. "Também 'arranho' um pouco
de inglês", brincou. Natural de Macapá, estima um faturamento mensal que
varia de R$ 8 mil a R$ 20 mil, somando todos os pacotes que fecha como
tradutor-intérprete e comissões.
Para se relacionar com os estrangeiros, Conell disse que fez cursos
durante o tempo em que trabalhou em agências de viagens. "Entre as
orientações, aprendi que não se deve falar muito perto dos turistas para
não incomodá-los. Agora, estou investindo em tratamento odontológico
para melhorar a aparência dos dentes", ensinou.
O valor dos pacotes como tradutor-intérprete também varia de acordo
com o lugar e o tempo de permanência. Isso porque o orçamento inclui
gastos com transporte (aluguel de carro e gasolina), alimentação e
estadia. "Um dia e meio, dependendo do ponto turístico, custa cerca de
R$ 800. Desse valor, o meu lucro é de pouco mais de R$ 300", explicou.
O rendimento também vem de comissões dos lugares onde Conell leva os
turistas, como lojas e restaurantes. "E assim a gente vai trabalhando
com a rede de contatos que construímos nesse longo período", emendou.
Separado e pai de dois filhos – uma francesa de 32 anos e um
brasileiro de 25 anos –, o tradutor mora no bairro do Trem, em Macapá.
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