sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Secretaria de Turismo estima um rendimento de R$ 22,9 milhões com o fluxo de pessoas no Carnaval

Secretário de Turismo Richard Madureira já comemora atração de turistas para o carnaval amapaense
Além da geração de emprego e renda, os investimentos do Governo do Amapá no Carnaval movimentam ainda o segmento turístico. O fluxo de pessoas em trânsito no Estado nesse período gera uma renda de R$ 22,9 milhões em apenas três dias de permanência de hóspedes em Macapá, segundo dados da Diretoria de Planejamento da Secretaria de Estado do Turismo (Setur).

"Os R$ 5 milhões liberados pelo governo na programação de Carnaval e distribuídos em eventos da capital e demais municípios não ficam concentrados. Eles são pulverizados, atingindo diversos setores da economia local", frisou o diretor de Planejamento da Setur, Sandro Bello, ao citar os postos de trabalho gerados, o movimento no comércio, além de outras atividades que ficam aquecidas com a permanência de turistas/hóspedes no Amapá.
Pesquisa da Secretaria de Turismo mostrou que o gasto diário de uma pessoa em trânsito em Macapá - incluindo hospedagem, alimentação, transporte e lazer - é de R$ 383. E que a média de permanência no Estado varia de três a cinco dias. "Isso sem contabilizar aqueles que não ficam em hotéis, mas aproveitam para se alojar na casa de parentes", lembrou o diretor de Planejamento da Setur.

Ainda segundo Bello, os R$ 22,9 milhões tratam-se da média mínima de rendimento. "Se formos contabilizar os cinco dias de permanência de hóspedes, esses números saltam para R$ 38,3 milhões", acrescentou.

O gestor também avalia que, historicamente, o mês de fevereiro é desaquecido por ser um período posterior às festas de fim de ano e também pelos orçamentos públicos já estarem fechados. "E a programação de Carnaval entra para equilibrar o desenvolvimento da economia", analisou.
Economia aquecida
Em fevereiro de 2013, na semana que antecedeu a programação de Carnaval e na semana posterior ao evento, a Infraero registrou um fluxo de 40 mil pessoas no Aeroporto Internacional de Macapá. Já a Secretaria de Estado dos Transportes (Setrap) contabilizou uma média de 30 mil usuários nesse período no Terminal Rodoviário de Macapá.

"Desses 70 mil, em torno de 38 mil chegavam a Macapá. A estimativa é de que cerca de 20 mil pessoas tenham prestigiado a programação de Carnaval", enumerou Bello, avaliando a movimentação de pessoas durante o evento em 2014.

A gerente de um hotel localizado na orla de Macapá, Silmara Frazão, disse que o empreendimento está com boas expectativas de hóspedes nesse período. "Já estamos com 80% de lotação dos apartamentos", informou, acrescentando que, além da média de três a cinco dias de permanência no hotel, existem aqueles que fecham pacotes para até 20 dias.
O comerciante paulista Ney Froes, de 38 anos, foi um dos hóspedes que veio a Macapá a negócios e permaneceu por três dias em hotel. Ele chegou na madrugada de domingo, 23, e foi embora na quarta-feira, 26.

Pelos cálculos do comerciante, seu gasto diário com hospedagem, alimentação, transporte e lazer superou os R$ 383. "A diária no hotel custou R$ 150; no almoço, gastei R$ 70; numa corrida de táxi, dependendo para onde vou, gasto R$ 20. Ainda tem a janta e os petiscos com uma cervejinha na orla entre os amigos. Certamente, supera R$ 400", contabilizou.

Rendimento de tradutores-intérpretes
Ainda no setor hoteleiro existem aqueles que faturam como tradutores-intérpretes. É o caso de Andrew Felipe Conell, de 61 anos, que atua nessa atividade há mais de 20 anos. Para esta sexta-feira, 28, ele conta que aguarda a chegada de um grupo de franceses que virá ao Amapá e que aproveitará o momento para prestigiar o desfile das escolas de samba no Sambódromo. "Períodos festivos são sempre bons para atrair turistas", comentou.

A fluência no idioma veio dos 33 anos em que morou na Guiana Francesa, para onde foi quando era criança. "Também 'arranho' um pouco de inglês", brincou. Natural de Macapá, estima um faturamento mensal que varia de R$ 8 mil a R$ 20 mil, somando todos os pacotes que fecha como tradutor-intérprete e comissões.
Para se relacionar com os estrangeiros, Conell disse que fez cursos durante o tempo em que trabalhou em agências de viagens. "Entre as orientações, aprendi que não se deve falar muito perto dos turistas para não incomodá-los. Agora, estou investindo em tratamento odontológico para melhorar a aparência dos dentes", ensinou.

O valor dos pacotes como tradutor-intérprete também varia de acordo com o lugar e o tempo de permanência. Isso porque o orçamento inclui gastos com transporte (aluguel de carro e gasolina), alimentação e estadia. "Um dia e meio, dependendo do ponto turístico, custa cerca de R$ 800. Desse valor, o meu lucro é de pouco mais de R$ 300", explicou.

O rendimento também vem de comissões dos lugares onde Conell leva os turistas, como lojas e restaurantes. "E assim a gente vai trabalhando com a rede de contatos que construímos nesse longo período", emendou.

Separado e pai de dois filhos – uma francesa de 32 anos e um brasileiro de 25 anos –, o tradutor mora no bairro do Trem, em Macapá.

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