terça-feira, 18 de setembro de 2012

Do Correio Braziliense: Prefeito preso em 2010 recebe apoio de ministro Brizola Neto

Brizola Neto assume dupla jornada em Macapá com compromissos oficiais e presença no palanque do candidato do PDT

Gabriel Mascarenhas

O Ministro do Trabalho, Brizola Neto (PDT), fez uma jornada dupla na capital do Amapá, no início deste mês. Ele aproveitou a agenda de compromissos oficiais da pasta para participar de um comício do prefeito de Macapá e candidato à reeleição, Roberto Góes (PDT), preso pela Operação Mãos Limpas, da Polícia Federal, em 2010, que investigou denúncias de fraudes em licitações. Vestindo a camisa com o número do correligionário, ele subiu no palanque e anunciou que falava em nome da presidente da República: "A presidenta Dilma mandou um recado para o Roberto. Ela precisa de prefeitos como você para desenvolver o Brasil", discurso o ministro, como mostra o site oficial da campanha de Góes na internet.

Quando não está exercendo o cargo, o prefeito que, segundo Brizolinha, conta com a aprovação de Dilma, não pode permanecer em determinados locais públicos após as 22h nem sair do estado por mais de um mês, durante dois anos. A restrição é fruto de um acordo feito com o Ministério Público, em troca da suspensão de um processo criminal por porte ilegal de arma. O evento, no último dia 3, começou às 20h45m. No palanque, ao lado de Brizolinha e de Góes, havia outro alvo na PF dois anos atrás: o ex-governador do Amapá e presidente do PDT, Waldez Góes.

De microfone em punho, o ministro não poupou empenho em benefício do correligionário. Recorreu até ao nome do próprio avô, fundador e maior símbolo da história do partido: "Este é o desafio do PDT, dar dignidade ao povo. Independentemente do contexto, em nome do meu avô, Leonel Brizola, peço o voto ao Roberto", conforme reproduziu a página eletrônica da campanha pedetista. O ministro fez um afago na militância, afirmando que "ainda não havia visto um comício tão maravilhoso" e concluiu: "Roberto precisa continuar a ser prefeito porque foi capaz de trazer recursos para Macapá. Deu dignidade às crianças por ter compromisso com a educação. É esse respeito que vai determinar o futuro dessas pessoas", previu o ministro, segundo o site.

A empreitada dois em um de Brizola Neto consta de sua agenda oficial, disponível na página do Ministério do Trabalho na internet. Ele permaneceu em Macapá até terça-feira, dia 4. Nesse período, antes e depois de trabalhar pela reeleição do candidato pedetista, o ministro também compareceu a eventos oficiais. Na segunda-feira, participou da abertura de um seminário sobre seguro desemprego na Região Norte. No dia seguinte ao comício, visitou a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego e se reuniu com sindicalistas e gestores municipais, antes de embarcar para Belém, de acordo com as informações publicadas no site governamental e confirmadas pela assessoria de imprensa da pasta.

O duplo expediente a que se propôs o ministro da Trabalho se explica pela importância da disputa no Amapá para o PDT e no fato de o PT, partido de Dilma Rousseff, não ter lançado candidatura própria na cidade. O PDT só comanda o Executivo de duas capitais: Macapá e Porto Alegre, do prefeito José Fortunati. De acordo com a última pesquisa de intenções de votos do Ibope, feita em agosto, Roberto Góes tem 29% da preferência do eleitorado, seguido da candidata do PSB, Cristina Almeida, com 16%, e de Clécio Luís (PSol), com 13%.

"A presidenta Dilma mandou um recado para o Roberto. Ela precisa de prefeitos como você para desenvolver o Brasil"
Trecho do discurso de Brizola Neto no comício de Roberto Góes, transcrito do site do candidato.

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