sábado, 7 de janeiro de 2012

Maternidade Mãe Luzia reduz em 20% a taxa de mortalidade neonatal

Wagner Cubilla
Da Agência Amapá
 
Durante todo o ano de 2011, o Hospital Maternidade Mãe Luzia teve como uma das principais metas reduzir a taxa da mortalidade neonatal, que é um dos maiores problemas encontrados por todas as maternidades espalhadas pelo país. Já no primeiro semestre a redução da mortalidade no HMML chegava a 16%, se comparado ao mesmo período de 2010. Em último relatório dos dados estatísticos do HMML a redução no final do ano chegou a 20%.

Em agosto passado o programa jornalístico Fantástico, da Rede Globo, divulgou matéria especial que falava sobre as mortalidades nas maternidades do Brasil. Segundo a matéria, em agosto de 2011 a Organização das Nações Unidas (ONU) condenou o Brasil por violação dos direitos humanos depois da morte de uma jovem grávida, no Rio de Janeiro. A matéria mostrou ainda que poucos dias depois, em Belém (PA), outra jovem perdeu os filhos gêmeos após ter o atendimento recusado em dois hospitais. E no interior de Pernambuco, mostrou que existe uma cidade onde os bebês só “podem” nascer entre segunda e quinta-feira.


Compromisso
O governo brasileiro assinou compromisso com as Nações Unidas com o objetivo de reduzir a mortalidade materna/infantil para 35 em cada 100 mil nascimentos até 2015. Em todo o país ainda morrem pelo menos 75 mulheres para cada 100 mil nascimentos.

Taxa
A taxa de mortalidade neonatal é o número de óbitos de crianças com menos de 28 dias de idade, observado durante um determinado período de tempo – normalmente, 1 ano civil – referido ao número de natos vivos do mesmo período.

Para facilitar a comparabilidade dos dados dos diferentes países essa taxa é habitualmente expressa em número de óbitos de crianças com menos de 28 dias de idade por 1.000 natos vivos.

Esse coeficiente pode ser dividido em dois componentes: a mortalidade neonatal precoce, tendo como numerador os óbitos de crianças menores que 7 dias ou de 0 a 6 dias, e a mortalidade neonatal tardia, tendo como numerador os óbitos de crianças entre 7 e 27 dias.

Avanço
Dados estatísticos do Hospital da Mulher Mãe Luzia apontam redução na taxa de mortalidade dentro do hospital. Em 2010 ocorreram 193 óbitos de bebês, contra 5478 nascidos vivos. Já no período de janeiro a novembro de 2011, a Maternidade contabilizou 5975 partos nascidos vivos, contra 169 óbitos neonatais, ou seja, houve uma redução de 20% se comparado ao mesmo período do ano anterior.

Atenção básica não funciona
Os números apontam que em média são realizados entre 25 a 30 partos por dia no Hospital da Mulher. Em média, o HMML realiza até 900 partos por mês.
Só no primeiro trimestre de 2011, o hospital realizou 1.446 partos. Desse total, conforme estatística, cerca de 600 mulheres não realizaram nenhuma consulta médica na Rede de Atenção Primária antes do parto, o equivalente a 41,42% do total de mulheres atendidas nesse período. Iranir Andrade diz que isso incide diretamente nas complicações de parto e até em óbito do bebê.
“A rede municipal não oferta às futuras mães exames básicos como hemogramas, VDRL, urina, dosagens hormonais, ultrassonografias, ou seja, os exames mais básicos feitos no pré-natal. Essa falta do pré-natal adequado pode contribuir significativamente para a mortalidade neonatal, bem como a materna. Nesse sentindo a mulher que faz o pré-natal com todos os exames e medicamentos garantidos não superlota a Maternidade do Estado, pois o tempo de permanência também diminui, garantindo com isso uma diminuição na superlotação do HMML. Além, é claro, de trabalhar a redução da mortalidade neonatal no Estado e minimizar as problemáticas nos recém-nascidos” explicou Iranir.

“Não poderia deixar de compartilhar e destacar o trabalho de todos os profissionais de saúde da Maternidade engajados conosco nessa luta. Juntos, continuaremos trabalhando para atingir cifras ainda menores na mortalidade neo natal do Estado”, completa Iranir Andrade.(Wagner Cubilla/Sesa)

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