segunda-feira, 2 de maio de 2016

Waldez não paga parteiras do Bailique há cinco meses

A dona de casa Vera Lúcia Maciel, que mora no Limão do Curuá, está com nove meses completos de gravidez e aguarda para qualquer momento o nascimento do filho. Só que, diferente do primeiro parto, agora ela terá de pagar R$ 300,00. Na verdade, dona Vera e qualquer outra mulher do Arquipélago do Bailique.

A cobrança é porque as parteiras da região foram excluídas, pelo atual governo, do programa Renda para Viver Melhor e agora dizem que não farão mais parto de graça. Nas comunidades do arquipélago, são elas as responsáveis pelo nascimento das crianças.

"Infelizmente não temos outra saída a não ser pagar. Antes tudo era de graça, mas agora, até para puxar, estão cobrando R$ 25,00. A situação está difícil. Estamos nos sentindo abandonadas pelo governo", reclamou.

Parteira há mais de 30 anos, dona Raimunda Pantoja disse que se sente desvalorizada pelo governador Waldez Góes (PDT), que, segundo ela, retirou-a do programa sem nenhum tipo de comunicado.

"Procurei saber o motivo e me informaram que fui excluída por causa da minha aposentadoria, então agora só faço parto se me pagarem, afinal, quem sai de graça de madrugada de casa para passar o resto da noite e do dia cuidando de alguém?", justificou.

A reclamação das mulheres da comunidade ocorreu na tarde de sexta-feira, 29, durante reunião com o senador João Capiberibe, a deputada federal Janete Capiberibe e demais lideranças do PSB que passaram o fim de semana na região ouvindo os apelos da comunidade.

"Vamos tentar sensibilizar o governador Waldez para que ele regularize o pagamento atrasado e estude o caso dessas parteiras que foram excluídas do programa", comentou a deputada Janete, que, na década de 90, na condição de primeira-dama do Estado, iniciou o trabalho de resgate e valorização das parteiras do Amapá.

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