A
dona de casa Vera Lúcia Maciel, que mora no Limão do Curuá, está com
nove meses completos de gravidez e aguarda para qualquer momento o
nascimento do filho. Só que, diferente
do primeiro parto, agora ela terá de pagar R$ 300,00. Na verdade, dona
Vera e qualquer outra mulher do Arquipélago do Bailique.
A
cobrança é porque as parteiras da região foram excluídas, pelo atual
governo, do programa Renda para Viver Melhor e agora dizem que não farão
mais parto de graça. Nas comunidades
do arquipélago, são elas as responsáveis pelo nascimento das crianças.
"Infelizmente
não temos outra saída a não ser pagar. Antes tudo era de graça, mas
agora, até para puxar, estão cobrando R$ 25,00. A situação está difícil.
Estamos nos sentindo
abandonadas pelo governo", reclamou.
Parteira
há mais de 30 anos, dona Raimunda Pantoja disse que se sente
desvalorizada pelo governador Waldez Góes (PDT), que, segundo ela,
retirou-a do programa sem nenhum tipo
de comunicado.
"Procurei
saber o motivo e me informaram que fui excluída por causa da minha
aposentadoria, então agora só faço parto se me pagarem, afinal, quem sai
de graça de madrugada de
casa para passar o resto da noite e do dia cuidando de alguém?",
justificou.
A
reclamação das mulheres da comunidade ocorreu na tarde de sexta-feira,
29, durante reunião com o senador João Capiberibe, a deputada federal
Janete Capiberibe e demais lideranças
do PSB que passaram o fim de semana na região ouvindo os apelos da
comunidade.
"Vamos
tentar sensibilizar o governador Waldez para que ele regularize o
pagamento atrasado e estude o caso dessas parteiras que foram excluídas
do programa", comentou a deputada
Janete, que, na década de 90, na condição de primeira-dama do Estado,
iniciou o trabalho de resgate e valorização das parteiras do Amapá.
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