Vivemos num país onde historicamente as elites dominantes sempre tiveram privilégios. Ainda padecemos de uma estrutura de poder que concentra a renda nas mãos de poucos e o poder político nas mãos de oligarquias herdadas do sistema colonizador que explorava e continua explorando o povo mais humilde do nosso país.
Infelizmente em diversos momentos da nossa história, os direitos políticos foram desrespeitados. Tanto no período colonial, onde negros eram açoitados, quanto na Velha República, onde mulheres, analfabetos e os menos aquinhoados não tinham direito ao sufrágio universal. Infelizmente ainda vivenciamos privilégios de uma sociedade que ainda presa pela lógica de que tem poder pode e manda.
Depois de anos de caminhada do poder político ao lado de estruturas latifundiárias, de duas ditaduras e períodos de concentração de poder nas mãos de oligarquias poderosas, assistimos um processo de consolidação da democracia. Infelizmente, em pleno século XXI, ainda somos reféns de um novo formato de coronéis do poder: as oligarquias midiáticas. Agora o poder político caminha ao lado dos poderosos conglomerados meios de comunicação, fruto de concessões daqueles que legislam em causa própria.
Essa semana, o Amapá testemunhou a prisão de um desses oligarcas, que controla grande parte da mídia local e por meio de uma megaestrutura de rádios e TV’s, faz oposição sistemática ao governo da Frente Popular (PSB, PT e aliados) que tem a frente o socialista Camilo Capiberibe.
A prisão do ex-senador Gilvam Borges (PMDB) foi tratada pela oposição corrupta como um golpe contra o Estado Democrático de Direito. O que não é verdade, pois se não existisse democracia em nosso estado, não seria permitido vermos jornalistas e políticos bombardeando diariamente o governo e a honra de pessoas que fazem parte do Executivo.
O que deve ser colocado para o conjunto da população é que vivemos num país democrático e que todos estão sujeitos ao cumprimento da lei.
O Art. 5º da Constituição Federal diz que “todos são iguais perante lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros e residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade”.
Pois bem! Em nenhum momento é citado na nossa Carta Magna que ex-senador ou político detentor de império midiático é pior ou melhor que um cidadão comum.
O artigo 5º da Constituição deve ser levado à sério e ser cumprido, mesmo que atente contra os privilégios de oligarquias poderosas como o império midiático de Gilvam Borges.
Gilvam Borges se acha acima da lei e disse que a Policia Militar e o Batalhão Ambiental agiram com autoritarismo, desrespeitando os valores democráticos e o direito de exercer o papel de oposição. Ao contrário do que aconteceu, a PM prendeu o ex-senador porque ele estava descumprindo a lei e degradando o meio ambiente sem autorização dos órgãos oficiais do Estado. Quem desrespeita lei tem que ser punido.
O nosso jeitinho brasileiro como já testemunhou o sociólogo Roberto da Matta em suas teses sobre a origem da corrupção enviesada na cultura do povo brasileiro, mostra que muitos políticos e oligarquias, usaram durante anos o aparelho do Estado e a polícia para satisfazer seus desejos.
No ano de 2010 o povo amapaense presenciou um fato histórico, onde governador, ex-governador, presidente do Tribunal de Contas, empresários e agentes públicos foram presos pela Polícia Federal na famosa operação “Mãos Limpas” que varreu diversos políticos da disputa eleitoral.
Uma grande parte da população é desconfiada com a PM e a Polícia Civil, depositando maior credibilidade na Polícia Federal e isso é comprovado em pesquisas de institutos. Essa cultura de desqualificação das duas polícias, que são ligadas aos estados da federação, foi construída aqui no Amapá por conta do aparelhamento e da cultura de corrupção do governo da “harmonia”.
Casos de corrupção policial são retratados no filme Tropa de Elite II, mostrando que nem todos os servidores que fazem parte da instituição chamada Polícia Militar é corrupta e demonstra que dentro da corporação existem laranjas boas e podres e fazem parte de um sistema corrupto que começa no topo da pirâmide social com nossos políticos.
Outro caso da vida real ocorreu com o senador da república Aécio Neves (PSDB), que teve sua Carteira Nacional de Habilitação apreendida durante uma blitz no Rio de Janeiro tendo que se sujeitar aos ditames da lei e respeitar a Constituição, mesmo tendo imunidade parlamentar.
A ação da Policia Militar do Amapá vai de encontro aos fatos aqui narrados. A classe dominante e o poderoso Gilvam Borges se sentiram acuados por conta da ação do Batalhão Ambiental que fez a lei ser respeitada, não se deixando ser intimidada com o poder midiático e o linchamento público feito pelos veículos que se tornaram um verdadeiro partido de oposição.
Gilvam Borges não é melhor que um cidadão comum que é preso muitas das vezes por roubar para alimentar seus filhos. Ele não é mais senador e não tem imunidade, e mesmo que fosse teria que ser o primeiro a respeitar a lei e dá exemplo.
O exemplo dado pela PM que foi acionada para inibir um crime contra o meio ambiente deve ser seguido e se tornar algo comum na cultura de nossas instituições. A lei deve ser cumprida. A ação da PM quebrou um paradigma e mostrou que não é apenas a Polícia Federal que pode prender políticos e criminosos de “colarinho branco”.
As ações na área da Segurança Pública, que já criou o núcleo de combate à corrupção, bem como a recente ação da PM demonstra que estamos mudando essa cultura perversa de privilégios e corrupção.
Os policiais que estiveram presentes na ação do Batalhão Ambiental em outro estado poderiam ser tratados como heróis. Aqui a oposição tentou rotular a ação como um ato de autoritarismo do governo Camilo Capiberibe.
São de profissionais como esses que o nosso povo precisa para se sentir protegido e ver que a lei está sendo cumprida e respeitada por todos. A PM também pode ter a mesma credibilidade que outras instituições como a Polícia Federal, basta queremos e lutarmos para que isso aconteça.
A PM não é uma instituição pertencente ao governo de plantão, a PM é uma instituição do Estado.
2 comentários:
será que ninguem consegue ver que tudo isso é jogada politica, tanto faz se é borges, capiberibe ou goes, nenhum deles realmente se importam com o amapá, afinal pq o gilvan não fez isso quando era senador, pq o roberto ataca o governo se ele teve 3 anos para mostrar serviço e so ficou se conçando, e o camilo nossa esse é o meu governador COXINHA, fale governador MENTIROSO, nossa senhoro e burro pq ele caiu igual um peixe na isca do gilvan, será que esse MULEKE não percebeu que o gilvan fez o mesmo no governo Waldez quando eles se desentenderam e o gilvan foi la no laranjal do jari e fez a MESMA COISA, só que o waldez foi mais esperto que o governador coxinha e não caiu na conversa do gilvan, resultado ninguem nem se lembra disso ate hoje, mais O MEU GOVERNADOR COXINHA não, agora é só esperar ele reclamar pro papaizinho, para ele aparecer na tv pra dizer um monte de merda, fala serio e tudo farinha do mesmo saco, por isso que eu sou a favor do voto NULO.
Acho um pouco tendencioso o seu comentário, Heverson, sobre esta questão puxando muito pro lado do Capiberibe, mas sua analogia baseada nas leis e tal ficou ótimo.Moro a pouco aqui no estado mas pelo pouco que tenho visto e pesquisado os politicos aqui do estado são todos sujos. Todos tem um passado obscuro.Em relação ao comentário do Bruno, acho que ele esta certo em certos pontos. Com certeza foi uma armadilha para o atual governado. Esses politicos ficam anos no poder e não fazem nada, e quando tem outro criticam e dai sim decidem fazer algo.Ele tinha q dar exemplo e fazer a obra de acordo com a lei, e nao fazer showzinho, esse Gilvam é muito baixo. Amigo bruno o voto Nulo não é a solução não. Vejo q voces tem muita vontade de mudar as coisa, acho q a melhor solução seria unir força de pessoas dispostas a mudar essa realidade, fundar um partido novo aqui no estado e tentar orientar e passar esse tipo de informação pra população, porque o povo em geral tem memoria curta. Abraço!
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