segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Impressões: O AVANÇO DO PSOL E A FORÇA DO PSB - Por Rup Silva

Por Rup Silva, colunista do blog
 
É impossível negar o avanço do PSOL com as eleições de Randolfe Rodrigues ao Senado e Clécio Vieira a Prefeitura de Macapá. Como não se pode negar o papel da direita nesse processo de crescimento que nem o mais entusiasta militante imaginaria que pudesse ocorrer em tão pouco tempo.
 
Esse quadro de inverossimilhança – que levou o partido juntar-se a direita, levado em frente pela vontade avassaladora de chegar ao poder, colocou o PSOL diante de um dilema. De como lidar com duas forças políticas diametralmente opostas, feito água e óleo, como a Direita de Lucas Barreto [PTB], Jorge Amanajas [ PSDB], Davi alcolumbre [DEM] e por que não dizer Sarney do PMDB contra o PSB/PT cujos programas, ideias e compromissos nada tem em comum?
 
Digo isso por que o conflito está colocado e vem a tona toda vez que Clécio Vieira, o novo alcaide,  reconhece e agradece ao PSB, fator que considera fundamental para sua vitória no segundo turno do pleito. Situação que vaga por aí com tal força que fica também impossível nega-la, a ponto de considerar importante a entrada do PSB na reta final e sua inconteste influencia na vitória.
 
Aí mérito para o gesto magistral de Camilo Capiberibe, do pai e da mãe, em colocar o partido em campo para eleger Clécio, numa decisão que demonstra de forma madura e cabal que para eles e para o PSB [ o único que funciona de  verdade como partido] que o Amapá está na frente de tudo.Prevalece sobre tudo e todos.
 
E por ele vale a pena esquecer as injustiças, a negação, o não reconhecimento, a intolerância [do SINSEPEAP e falsa imprensa, por exemplo],  dos que abominam a ideia de um governo que dirija suas ações para a sociedade e feche os cofres para a pilantragem e malandragem que enriquece muita gente ainda.
De um modo geral são pessoas imaturas, inacabadas, que não conseguem avançar suas ideias pelo ódio que comandam suas ideias e ações. O Amapá está cheio de gente assim.
Nesse aspecto Clécio Vieira tem sido didático e justo com o governador Camilo com quem quer se associar para realizar as obras de reconstrução da cidade. O lance do Lula apoiando Roberto Goes foi a senha que faltava, daí a ficha ter caído. Afinal o grão duque gonçalvino preparara um “golpe” a seu estilo para trazer de volta seus amigos da harmonia que o PSOL percebeu a tempo [ainda bem] retornando ao ninho antigo e a sua natureza.
É óbvio que tem os compromissos a resolver pelo caminho com aqueles que ajudaram sinceramente. Como sabemos de sobra o modus operandi da harmonia vai ficar difícil separar um do outro. Todos, nesse ponto, parecem coreanos, são todos iguais. Mas é bom não deixar pendências para trás. Nem ressentimentos, o sentimento predileto dos políticos amapaenses.
Depois da inquietude do desconforto, o alívio trazido por decisões e atitudes nobres que só engrandecem os homens cônscios de suas responsabilidades sociais. Vou ficar devendo essa ao senador Randolfe que de minha parte recebeu um tratamento duro, mas sincero, pois achava um desperdício, tal qual seu partido, sua estação montada nos arraiais da harmonia.
Acho que a coisa é pra valer. Não acredito em blefe, como insinuam alguns. Que Clécio e Randolfo se quedaram a duas realidades: uma a iminência de perder uma eleição e a necessidade de contar com a ajuda do governo para superar as dificuldades que vai encontrar na Prefeitura.
Não acredito que seja por isso. Penso que o PSOL rendeu-se a realidade, as controvérsias e até hostilidades a nível nacional que nunca aceitaram esse “comando” de Sarney. Depois é público e notório que a eles vai caber a missão de dirigir o Estado doravante. E um governo só caminha com suas lideranças unidas pelo bem comum.
Mas o tempo, como falou o filosofo, dirá, pois é o senhor da razão. Nem tão pouco tenho a pretensão de repetir o líder chinês Chu- En Lai que perguntado sobre as consequências da Revolução francesa para a humanidade respondera, dois séculos depois, que ainda era cedo pra dizer. Vamos dar uma chance a Clécio Vieira , Randolfe e o PSOL. Por todos nós e pelo Amapá.

POUCAS & BOAS
SINTETICO E OBJETIVO. Cansado dessa lenga-lenga, velha e bolorenta da tal “oligarquia familiar” imputada a Capiberibe só pelo fato de serem diferentes, não se misturarem e querer o bem do Amapá, o pessebista Claudio Pinho, engenheiro, ex-candidato ao governo, homem que conhece a historia do PSB, um dos seus fundadores, detonou a tese com um artigo sintético e objetivo ou curto e grosso se preferirem. Excelente diria. Coisas desse tipo ajudam a jogar para o limbo da historia essas invencionices criadas por motivos subalternos, derrubar mitos e crendices. Parabéns companheiro Claudio, bela peça.
A HERANÇA DE CLÉCIO. Guardadas as devidas proporções o novo Prefeito Clécio Vieira, pelo jeito, vai ter que enfrentar o mesmo quadro caótico que atrapalhou o governo do Estado mais de um ano na tentativa de ajeitar as coisas.Ainda bem que,calcado na azeda experiência, Camilo Capiberibe vai ajudar o governo municipal macapaense e de todas as demais prefeituras do Estado desde que demonstrem competência e honestidade com a aplicação dos recursos públicos.A partir de janeiro as coisas deverão melhorar com o fim da isenção dada a industria, o aumento do FPE a patamares compatíveis com as necessidades dos Estados e o aporte de recursos do empréstimo do BNDS.
A DIREITA ESTRIBUCHA. Era inevitável e quimicamente impossível, água e óleo se misturarem. A turma da direita que apoiou primeiro Randolfe [2010] e depois Clécio, nesse pleito, não anda muito satisfeita com os mimos do novo Prefeito ao governador Camilo e ao seu PSB. Tem gente emburrada, fazendo beicinho, batendo o pé e até ameaçando um retorno à casa do patriarca que não garantiu a parada. A isso podemos chamar, sem erro, de falta de grandeza e visão de Estado. O pior mesmo e que ainda tem gente dentro do PSOL que pensa igual.
Por hoje é só.

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