Moradores da área portuária de Santana tiveram nesta sexta-feira, 9,
seus direitos assegurado e a segurança reforçada com a instalação da
Unidade Integrada de Policiamento Comunitário (UPC), na chamada baixada
do Ambrósio. O governador Camilo Capiberibe acompanhou, junto com a
população, o resgate de uma política de segurança que tem como base a
aproximação da comunidade com a Polícia Militar, denominada na época
como Polícia Interativa. A unidade vai funcionar 24 horas na sede do 11º
Batalhão e contará com 38 policiais militares, além de viaturas.
Esta é a segunda UPC instalada desde o ano passado pelo Governo do
Estado do Amapá (GEA). A primeira funciona em Laranjal do Jari, onde os
índices de violência caíram. A filosofia do projeto é fundamentada no
policiamento comunitário que transforma o policial em uma pessoa de
confiança dos moradores. A interação entre as famílias e os policiais é
considerada um dos motivos para que jovens e crianças mantenham-se
afastados da violência. A UPC carrega consigo outros benefícios, como
por exemplo, água encanada, melhoria nas vias como passarelas,
iluminação e projetos sociais.
A moradora Joseli Silva, do Conselho de Segurança Comunitária, disse
que agora é possível ter esperança de que a vida vai melhorar. "Com a
UPC muita coisa vai melhorar, vamos ter uma vida digna. Tem gente que
esquece que aqui moram famílias e que merecemos estes benefícios",
declarou. O prefeito do município, Antônio Nogueira, concordou afirmando
que, "a polícia comunitária vai inibir a bandidagem". Ele acrescentou
que estes males existem em qualquer lugar, mas que, com os policiais
amigos da população, na baixada do Ambrósio a violência vai perder
espaço.
O secretário de Estado da Justiça e Segurança Pública, Marcos Roberto
Marques, explicou que a instalação da UPC é um dos passos que resulta,
na prática, na redução da criminalidade. "Para chegarmos até aqui, foi
necessário um processo que envolve a aproximação com a comunidade para
saber suas prioridades, a identificação e capacitação dos policiais que
podem ter desempenho dentro dos objetivos, a ocupação pacífica da
comunidade por policiais, e outros. A comunidade vai sentir a mudança e
ver que é possível ter mais segurança, benefícios e direitos
respeitados", disse.
A UPC é a continuação do projeto Polícia Interativa criada em 1999 e
que foi interrompido em 2003. No período em que funcionou, os resultados
positivos renderam ao Amapá o prêmio Dubai, da Organização das Nações
Unidas (ONU) concedido para as dez melhores experiências na área de
segurança pública. O senador João Capiberibe, que foi governador do
Amapá na época, afirmou acreditar que "o resgate desse projeto de
policiamento comunitário vai novamente colocar o Amapá como referência
nacional em segurança comunitária".
A baixada do Ambrósio é considerada de risco social e está localizada
em uma área de ressaca onde moram cerca de 5 mil pessoas. Para o
governador Camilo, com a UPC, a comunidade terá paz, tranquilidade e
garantia de respeito aos seus direitos. "Todos têm direito à segurança,
água, educação, iluminação, e isso está aliado à Polícia Comunitária. O
projeto é amplo, as Secretarias de Estado da Infraestrutura e do Meio
Ambiente, CEA e Caesa estão trabalhando para trazer benefícios
integrados para os moradores", pontuou.
O governador explicou que a unidade é fruto de decisão política e do
diálogo entre a comunidade e o governo. Camilo Capiberibe citou alguns
atos de sua gestão na área de segurança. "Aumentamos a execução
orçamentária da Polícia Militar que, em 2010 foi de R$ 1,5 milhão, para
R$ 6 milhões em 2011; chamamos todos os aprovados no concurso da PM;
estamos realizando Cursos de Formação, e conseguindo, por meio do
diálogo, corrigir injustiças. A polícia repressiva começa a dar vez para
a polícia comunitária", afirmou.
As próximas UPCs a serem implantadas são no Igarapé da Fortaleza, em
Santana; Araxá/Pedrinhas, Novo Horizonte, Cidade Nova e Muca, em Macapá.
Mariléia Maciel/Secom
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