quinta-feira, 19 de abril de 2012

A CRISE DO JABUTI - Por Rup Silva

Tornou-se um clássico da política tupiniquim que jabuti não sobe em árvore e, em lá estando, alguém certamente o colocou. E o colocou lá, com absoluta certeza, para confundir, enganar o cidadão comum, cujo alcance intelectual não dobra a esquina da padaria.

Aliás, corrijo: não só o moribundo cidadão da periferia do poder. Além deles, infelicitados pela ignorância compulsória que lhe submetem políticos mal intencionados, a classe média clean, fashion, cabelos engomados em suas baitas e reluzentes máquinas dirigíveis, que odeia todo e qualquer governo que lhes prive da confortável teta do papai ou da mamãe ESTADO.

E o nosso Amapá é pródigo nessa mamata. Imaginam e tentam nos convencer os intelectuais do caos que poluem a mídia amapaense, que é função do Estado tirar dos pobres, que precisam de escolas qualificadas iguais as dos seus filhos, de assistência médica eficiente, de qualidade pela qual não podem pagar como fazem os possuidores de seguros médicos – só pra ficar por aqui, tudo na tentativa de nos convencer que o Estado existe para fazê-los felizes, e só. E o povo? O povo que se exploda, como diria aquele coronel da TV criado pelo gênio de Chico Anísio, Justo Veríssimo.

Querem transformar em banalidade o ato de desviar esses recursos de seus destinos constitucionais [como fizeram recentemente com o Aeroporto de Macapá e por mais de 30 anos com a Br-156] para que possam pagar suas extravagâncias como mansões, aviões, fazendas, armazéns, comercio, tanques de criadouros de peixe tão somente por serem classe média, ainda que burra, arrogante, pretensiosa.

Como o governo decidiu-se por resgatar o nosso destino, refazê-lo de forma a retornar ao caminho da seriedade, do compromisso, da probidade com o trato dos recursos públicos, vem sofrendo um ataque sem precedentes em nossa curtíssima história. Diria que nem nos períodos “brabo” da ditadura se viveu um clima de tanto enfrentamento, de tanta beligerância.

Essa prática abjeta é uma das ferramentas primordiais dos “intelectuais” do caos, da anarquia, da baderna como forma de desagregação da sociedade, da sublevação da ordem pública, de desqualificação da classe política, que nos acomete todo santo dia. Quem são esses intelectuais do caos?, alguém poderá perguntar.

Eles andam por aí, aos milhares, pagos com o dinheiro público, aliados a essa escória que se imagina capaz de derrubar um governo legitimamente eleito e ungido pela vontade popular através do voto.

São segmentos da sociedade reconhecidos por qualquer bêbedo de esquina, encastelados nos poderes e na sociedade [mídia, por exemplo], cujas práticas de se proverem dos recursos públicos tem produzido cidadãos de baixíssima categoria,uma sociedade incapaz de reconhecer seus algozes, totalmente imbecilizada e de fácil manobra.

Já falei sobre isso várias vezes e retorno ao tema ungido pela obrigação moral imposta por minha profunda consciência cidadã e pelo amor à terra que me viu nascer e que amo de verdade.

Óbvio que tem gente que não está nem aí para questões tão transcendentais como essas e se lixa para o que nos reserva o futuro, tão focada nas vantagens que o Estado, de uma forma ou de outra, pode lhe prover. Para eles nosso “after Day” é questão de tempo e logo seremos um Maranhão da família Sarney. Para eles não importa se viveremos infelizes para sempre. Eles serão salvos pelo butim que provocam nos cofres públicos.

Essas lições seriam desnecessárias se essa gente entendesse algo sobre democracia: sobre o respeito ao voto, vontade popular, alternância do poder e outros requisitos , praticados em tempos imemoriais pelos gregos, que construíram as bases de uma doutrina até hoje praticadas pelas sociedades modernas.Mas eles são burros movidos pela á fé, não sabem nem querem aprender.

A tragédia do Amapá é imensurável. O quadro é tão bizarro que fica incompreensível entender todos os meandros do tsunami que nos atingiu. Vejam a postura daqueles que passaram pelos bancos escolares, em todos os seus níveis, e que depois de formados se tornaram aliados de bandidos, em detrimento da sociedade que financiou sua formação pagando seus impostos.

Nesse bando de comensais você encontra, entre outros, professores, médicos, economistas, advogados , políticos de todos os calibres e principalmente na área da comunicação onde reina um bloco interminável de pedintes, indigentes morais, unidos contra a sociedade.

A “crise” ALAP versus GEA, gerada pelo presidente do Legislativo Moises Souza e seus comandados, cujos expoentes são Dalton Martins, Edinho Duarte, Michel JK, Eider Pena, Kaká e outros, não passa de um jabuti “plantado” numa árvore qualquer.Nada mais que isso.

A manobra pegou mal e soou suspeita. Assim como a ALAP tem obrigação de fiscalizar o governo, como outras instituições temo dever de fiscalizar a ALAP, é assim que funciona, pois os deputados não estão acima do bem e do mal. Desde quando o cidadão não tem direito de saber o destino de seus impostos? Do andamento e final de um processo de improbidade, como arroga o senador Capiberibe?

Não tenho dúvidas que tudo isso se destina ao lixo da história, como tudo que é produzido na “usina” dos Borges ou na melhor das hipóteses, ser usada como exemplo de ignorância política e do risco que corremos quando elegemos gente dessa laia para cargos proeminentes, que definem nosso modo e qualidade de vida.

Não vou entrar no mérito das acusações da ALAP, todas caluniosas e mentirosas. Mas repudiá-las como deveriam fazer as pessoas de bem, que sabem das razões de serem feitas. Todas, inclusive as que hoje, sabe Deus porque, lhe dão a imerecida repercussão.

É um crasso erro insistir nessas manobras chinfrins que agridem antes de tudo, nossa inteligência. E que causam enorme prejuízo ao Estado que acaba pagando, com o nosso rico dinheirinho, para que aconteça toda essa bagunça típica da harmonia que infelicitou oito anos da história do Amapá.

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