Do site do Correa Neto
“Tivemos este ano o melhor carnaval dos últimos tempos”, dizem alguns amantes da folia, enquanto outros vão mais longe: “foi o melhor carnaval de todos os tempos”, garantem. Não sei se “de todos os tempos”, mas dos que eu vi foi o melhor, disparado. Acompanho o carnaval desde 1970, fui presidente de comissão julgadora duas ou três vezes. Uma delas, no palanque colocado na frente da Escola Barão do Rio Branco, uma jurada fanática deu nota dez para Boêmios do Laguinho em todos os quesitos, e um para as demais escolas em todos os quesitos, também.
Dois dias depois, no desfile das campeãs, R, Peixe mandou a Embaixada de Samba Cidade de Macapá entrar na avenida, cada componente carregando uma jaca, fruta que naquela época emprestava seu nome – honrado – para o que hoje chamamos de corrupção. A Embaixada se aproximou, e à altura do palanque, seus integrantes se aproximaram e jogaram um monte de jacas verdes, maduras pequenas e grandes, em cima de quem estava lá. E eu estava. Fazer o quê? O protesto era mais que justo, a fraude tinha sido feita e era incontestável. Não havia recurso para anular a apuração. Daí em diante o carnaval cresceu em número, e principalmente, em qualidade. E foi uma caminhada longa, cheia de erros e acertos, mas em frente, sempre até chegar à maravilha que se viu nos últimos dias. Me emocionei diante da televisão, com um banho de criatividade como nunca tinha visto antes, por aqui. Acompanhei desfiles, vi fotografias, ouvi pessoas e cheguei a uma conclusão: este foi o maior carnaval de todos os tempos. Não tem como não ser. E o julgamento das notas confirmou o que a voz rouca, mas nem sempre isenta das ruas, desta vez estava com a razão: Maracatu da Favela ganhou o carnaval com dois décimos de diferença para Boêmios do Laguinho, e Império do Povo conseguiu o terceiro lugar. Aplausos para cada um dos que ajudaram a fazer, certamente o melhor carnaval da história do Amapá. Eles merecem.
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