quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Impressões: PERDAS E DANOS - Rup Silva

Depois do desastre das eleições de 2010, quando foi defenestrado do poder sem conseguir sequer seus objetivos subjacentes[ varrer o PSB e Capiberibes do mapa politico] como viviam prometendo, o grupo subordinado ao senador maranhense Sarney agora faz o possível e o impossível para recuperar suas perdas políticas prometendo, como de hábito, corrigir os danos causados pelo governo pífio que realizou por oito anos.

Convenhamos que se trata de uma missão dificílima de alcançar pois falta a essa turma credibilidade, capacidade gerencial, imaginação, empreendedorismo, compromisso e responsabilidade social  já demonstrado quando exerceram o poder recentemente e realizaram um governo cuja tônica foi o compadrio e a exclusão social.

A inexistência desses requisitos, é óbvio, dificulta a abordagem e convencimento do eleitor, qualquer que seja seu nível social, escaldado pelos fatos vivenciados que culminou com a prisão de dois governadores, prefeito da capital, deputada e vários outros agentes públicos, flagrados em ações comprometedoras.

É evidente que o desespero e a insegurança inferniza, dia e noite,  a vida dessa gente, acostumada em tocar seus negócios as custas do erário e disputar eleições financiada com recursos públicos sob o olhar complacente das autoridades coatoras.

A “ batalha do orçamento” que travam governo e deputados estaduais é alimentada em meio  desse caldo de cultura. O aliciamento do eleitor pela compra de votos, tantas vezes denunciado; a tentativa de “roubar” do governo a função constitucional de atender as demandas da sociedade, desviando o orçamento para atender esse arremedo de governo; a luta ensandecida de subtrair da sociedade recursos para distribuir sob o rótulo  de “bolsa família” e “cesta básica” e outras práticas que violam a constituição.

É grave também pagar “cabos eleitorais” sob o título de “assessores” e  “comprar jornalistas”. E tantas outras manobras eleitorais ilegais que afrontam a lei. Quem responde legalmente pela “instituição governo paralelo”? Qual o seu CGC? Afinal ninguém realiza obras sem recursos financeiros daí a importância de se saber de onde vêm esses recursos? Tão importante quanto saber se esses valores são declarados a Receita Federal e quem responde por eles? Que fazem TJ, MPE e MPF quando ignoram (salvo desinformação) tantas e tamanhas ilegalidades que nos afrontam?

É absolutamente necessário  que a autoridade constituída responda essas questões, caso contrário estaremos diante de uma conspiração contra a ordem pública e o poder constituído. O descaso desses órgãos nos colocará diante de um retrocesso sem paralelo no Brasil. Retrocederemos ao nível da África onde os vários grupos tribais disputam o poder à revelia da lei ao negarem o resultado das eleições e o desejo de seus compatriotas, mantendo um estado permanente de guerra, razão do seu subdesenvolvimento.

A Constituição é clara ao estabelecer as prerrogativas dos Poderes. O equilíbrio republicano está no cumprimento de suas tarefas. Entre elas garantir o respeito a decisão emanada da sociedade quando elege seu governante que essa turba de malfeitores se recusa fazer. Não resta nenhuma dúvida que a sociedade se sentiria mais segura e protegida.

Fosse instado a opinar, aconselharia o governo não abrir mão de sua autoridade e cobrasse dos outros poderes que cumprisse seu dever. O governo, mesmo diante de tanta travanca, cumpre a seu, por sinal é o pomo da discórdia e a razão desse enfrentamento cuja razão é a apropriação ilegal dos recursos públicos como se acostumaram fazer no exercício do poder.

Basta se olhar em volta para se ter noção da desgraça que nos assola.  Nenhum Estado merece a AL que temos. Nem tão pouco as decisões controversas e vistas com desconfiança pelo povo. Nem o Ministério Público, nas suas versões, que reage como se nada tivesse a ver com essas mazelas que agridem a lei, a seriedade e o bom senso.

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