terça-feira, 20 de setembro de 2011

QUE ESTADO É ESSE?

Por Rup Silva 

O pior acabou acontecendo. Só restava a direita, que desgovernou oito anos o Amapá, se juntar a setores da esquerda para tentar inviabilizar o governo. A Harmonia está na dela. É compreensível para o pessoal da Harmonia que precise alimentar seu instinto de sobrevivência, seu sonho de retornar ao poder. Em abstinência desde a posse de Camilo que lhes fechou o acesso aos cofres públicos, procura manter o PSOL e a “nova esquerda” na sua órbita, na esperança de retomar o comando do governo. Para isso cultiva uma ardilosa estratégia.

O que estourou como flagrante contradição nas últimas eleições,transformou-se em algo absurdo, monstruoso e surrealista quando se leva em conta o ideário do PSOL,que tem na luta contra a corrupção uma de suas principais bandeiras.Ocorre que o PSOL do senador Randolfo Rodrigues, que é diferente do de Heloisa Helena, Plínio Arruda e Luciana Genro, até agora não desembarcou da bem sucedida aventura com a direita que o levou ao Senado da República. Permanece estacionário e resiste mudar de atitude e posição.

Não devemos esquecer que essa aventura foi severamente desaprovada pela Direção Nacional que não engoliu a aliança com o PTB de Roberto Jefferson uma nódoa na imagem de um partido – PSOL, que fora criado para fazer a diferença, dissidência do velho PT, de onde migraram grandes lideranças.

O problema do PSOL não é pequeno.  Embora o Senador Randolfo tenha um mandato de oito anos pela frente, decidiu que deve ser o próximo governador do Estado e se possível derrotando o candidato do PSB/PT Camilo Capiberibe. Como se trata de uma tarefa que não conseguirá desincumbir-se sozinho estabeleceu o vale tudo como forma de luta. Vale aliar-se à direita, por exemplo, criar factóide, desestabilizar e até fomentar uma aventura golpista.

Não esqueçamos aquela resolução tirada de um encontro do partido que coloca o PSOL em rota de colisão com o PSB, recomendando toda sorte de diabruras para exorcizá-lo de nosso cenário político e abrir-lhe espaço. É bom também não esquecer a manobra de Sarney na eleição passada que trouxe Randolfo e seu partido para aliar-se a abominável Direita, juntando a fome com a vontade de comer do PSOL, que protegido acabou eleito mas causou um enorme constrangimento ao partido, aqui e no resto do país.

A intolerância aos Capiberibe é por conta disso e do seu inarredável compromisso com o uso correto dos recursos do orçamento público e com o investimento na melhoria de vida das pessoas mais carentes do Estado.São uma pedreira quando se trata de proteger os recursos destinados ao cidadão, que lhe emprestam a falsa imagem de intransigência que a maioria dos políticos tem deles e do seu partido.

Como a Harmonia não é boba e sabe que cada disputa com o PSB é uma guerra,investe nos atalhos como estimular a divisão da esquerda e capturar para seu curral dissidentes da corrente socialista, caso do PSOL que se deixou seduzir pelos encantos da direita e mudou de lado. Na falta de um “sangue puro”, a Harmonia alimenta o tolerante e cordato Randolfo como válvula de escape para sua obstinada luta para derrotar a esquerda e voltar ao poder.

Já o PT, que tem uma forte inserção no governo a começar pela vice-Governadora Dora Nascimento,padece da falta de unidade e consistência ideológica. O grande PT de antes não mais existe. Não tem as figuras brilhantes dos seus ideólogos. Abdicou da ideologia e abraçou o pragmatismo do PMDB, que levou o partido para vala comum dos partidos que fazem qualquer negócio, se aliam a Deus e ao Diabo para conquistar e manter o poder.

Os petistas daqui [nem todos é verdade]são parecidos aos do resto do Brasil. Sua situação no Amapá é bastante clara. Há uma facção dele atrelada a Sarney por imposição de Lula. Militantes e lideranças que ocuparam cargos importantes no governo passado, com quem marcharam nas últimas eleições, apesar da aliança formal do PT com o PSB que tinha, ao que parece, apoio da direção nacional. Trata-se de liderados da deputada Dalva Figueiredo que levou o partido para os braços da direita segundo um petista nostálgico.

Logo, essa parcela petista e o PSOL,se transformaram numa espécie de braço auxiliar da Harmonia. Associaram-se no trabalho de inviabilizar o governo contribuindo para tornar a acusação de oligarca atribuído aos Capiberibe uma farsa grosseira. Alegação envelhecida,anacrônica que revela despeito e intolerância com quem desempenhou papel importante na mudança de governar o Estado e na sua relação com a sociedade. Com quem, junto à esposa, enfrentou os dissaboresda ditadura militar, pelas liberdades públicas e pela democracia.
Aliás quero dizer que tal alegação é estapafúrdia. Caso fosse verdadeira, que não é, como então classificar os Viana no Acre que além dos oito anos de Jorge teve um intervalo com o amigo Bino e agora está Tião para um período provável de oito anos?

Por ser Sarney o avesso do avesso desses políticos, como canta o poeta Caetano,não nos obrigaria absorver o coronel maranhense e seus cinquenta anos de pobreza e miséria impostas ao seu Estado, berço de sua riqueza? E os Borges, flagrados pelo CGU em práticas consideradas ilegais, levando vários índios a morte, não seriam oligarcas? A acusação é tão genérica que caberia os Alcolumbre, os Góes, os Rocha, os Amanajas, os Barcelos, enfim, muito mais que a torcida do ameriquinha que cabe numa kombi.

Como o objetivo é fazer marola, a nova esquerda esconde que o “oligarca” elegeu e ajudou eleger muita gente, casos de João Henrique, ex-prefeito de Macapá, Eury Farias, Evandro Milhomem, Cristina Almeida, e até o deputado Bala Rocha, eleito senador na cola de Capi, por ele mesmo admitido.A exceção de Cristina, onde anda essa gente?

Nem mesmo Randolfo Rodrigues escapa. Basta lembrar sua ressurreição em 2008 como vice de Camilo na eleição para Prefeitura de Macapá, derrotados em circunstancias nebulosas ainda hoje sub-judice nos tribunais de Brasilia. O líder do PSOL vivia um longo e amargo período de ostracismo. Ele e seu companheiro Clécio Vieira, hoje vereador.

Por tudo isso a decisão do PSOL e seus ideólogos não tem lógica e contraria as raízes ideológicas e afinidades políticas de PSOL e PSB. Hoje se reduziu a luta do poder pelo poder como deixa claro essa união com a Harmonia, o consórcio empresarial/político que arrasou o Amapá e deixou um passivo financeiro histórico.
Consórcio que produziu a pior gestão que se tem notícia e enormes dificuldades ao atual governo para desenvolver seu programa de obras e investimentos. Essa aliança, mal digerida, é imoral, antiética e injustificável, na opinião de amigos que acompanham com acuidade a nossa cena política.

 Nesse momento o Amapá carece de massa crítica e conjugação de esforços para promover o seu desenvolvimento. Por sinal uma tarefa que não é exclusiva do governador Camilo e sua equipe, mas de todos. Há uma dose enorme de ressentimento espalhada entre os perdedores, oportunistas e incompetentes acostumados a explorar o governo sem trabalhar e manipular sem escrúpulo o orçamento do Estado. Eles estão em todos os lugares.

A vitória da aliança PSB/PT causou um forte impacto nessa corrente política que detinha o poder. O triunfo da esquerda era tratado como algo improvável,impensável e indesejado. Estabelecida, só restou se juntar ao PSOL e celebrar um pacto para atrapalhar o governo, com o apoio ostensivo da AL, de empresários, autoridades graduadas,mídia golpista e lógico de Sarney, cuja obra pífia nos três mandatos exercidos, comprova seu descompromisso com o Amapá.

Enquanto o governo se esforça para tornar possível administrar o Estado, saneando uma catastrófica herança financeira deixada, há um “respeitável” time trabalhando no sentido contrário.

Por tudo isso é descabido querer comparar o desempenho do Acre na área de saúde e n’outras,com o do atual governo.São incomparáveis. Afinal os Viana se revezam há pelo menos 16 anos no poder. Tem uma administração de continuidade e seriedade na gestão do governo acreano.

Lá certamente Tião Viana não herdou um passivo de um bilhão e trezentos milhões de reais. Nem exaurido o tesouro acreano pagando dívidas e encargos de terceiros e da União para se habilitar a investimentos federais no Estado.

Tem mais: o PSOL não precisava ir ao Acre para encenar uma pantominia, e forjar uma inverdade. A equipe econômica que assessorou Jorge e Bino é a mesma que ajuda o governo, tendo condições de explicar a questão, na verdade uma marola, mais uma, criada pela nova esquerda para agradar Sarney e por ódio ao “oligarca” Capiberibe.

Não é de interesse da sociedade as crises forjadas. O que precisamos saber é o que pensam Sarney, Randolfo e Gilvan da partilha do orçamento público, o centro da discórdia, o motivo da postura agressiva dos harmônicos contra o governo que batalha por uma distribuição justa que contemple recursos para atender as demandas sociais.

Por isso as vaias a Camilo são irrelevantes. São artificiais e não refletem o quadro que vive hoje o Amapá, com o governo tocando herculeamente suas obras[ escondidas da sociedade] impossíveis não fosse a determinação politica da  atual gestão a quem, pasmem, a imprensa amestrada  quer atribuir muitos entulhos e o sucateamento do Estado, causados pelo governo anterior.

O governo está correto em estabelecer um novo paradigma para a administração dos recursos públicos que são um patrimônio amealhado com sacrifício pela população. Não pode nem deve servir para enriquecer ninguém nem tão pouco construir patrimônio de quem quer que seja.

Nem manter de pé negócios que não prosperaram por incompetência gerencial e pela malandragem empresarial. Essa é uma questão que está em jogo e deve ser discutida, no fundo responsável pela “impopularidade” do governador.

Em tese o problema de Camilo é o mesmo de Dilma Housseff que quer consertar e limpar o governo e políticos ligados aos partidos da base não querem e não deixam. Que é o drama do Brasil que perde milhões de dólares pelo ralo da corrupção. O Amapá também funcionava desse jeito.

Por isso o PSOL, infelizmente, não toca em temas tabus como do orçamento para não conflitar com a Harmonia conforme aconselha o ideário da direita, indispensável para ganhar e manter-se no poder. A “nova esquerda” sabe disso e cala por conveniência.

O promissor PSOL e seus internautas precisam ter cuidado com as teses que defendem. Essas da oligarquia dos Capiberibe, das vaias e rejeição ao jovem governador Camilo, o silêncio sobre a Harmonia e seus malefícios sobre a partilha do orçamento e do “avanço” do Acre não passam de factóides,são furadas e só servem para sustentar a corrupção dos derrotados no último pleito.

Não defendemos o regime do partido único. Tem de haver sempre quem se disponha fazer oposição, garantido o direito de estrebuchar. É da essência da democracia. Não dá pra aguentar e aceitar essa postura sectária, imbecilizada de quem acha que só se realiza no poder ou se apropriando indevidamente dos recursos do Estado. O Amapá tem jeito sim, basta querer.

POUCAS &BOAS

QUEM TEM MEDO DE GILVAN? Cabe perguntar depois que se achou no direito de ameaçar todo mundo feito um profeta do apocalipse. Quem tem culpa dos seus desatinos que não ele próprio, adulto, quase velhinho , cujo maior [mal] feito foi construir um império de comunicação, comprometer-se com nomeações inidôneas que, conforme o TCU, sujeitas a condenações severas. Não adianta buscar responsável para seus desatinos, repito. Quem somos nós para influir na ISTO É, CARTA CAPITAL, VEJA e CGU, senão suas atitudes? Será que o boquirroto rebento dos Borges, que se sobreviveu politicamente, graças ao mandato alheio, ainda acha que tem condições morais de apontar odedo para alguém. Que Estado é esse?

NOVAMENTE LUCAS. Como em todos os pleitos eleitorais em que participou, LUCAS BARRETO[PTB] uma vez mais sai na frente para a disputa da Prefeitura de Macapá, o maior dos nossos colégios eleitorais. Revela uma pesquisa divulgada em off, que não se sabe se merece fé. Logo atrás aparece CRISTINA ALMEIDA [PSB], atual deputada estadual. Estas pesquisas são parte do protocolo. Até na repetição da ordem de preferencia inicial, que nem sempre é o que acontece no final.

MP VERSUS AL. Não sei porque a tempestade em copo d’água pela atitude do MP Estadual querer saber detalhes do absurdo dos salários pagos a assessores daquela casa. Independente do nome do procurador, enfim alguém resolve exercer sua tarefa constitucional. Talvez seja por falta de hábito. Há anos o espírito da Harmonia deixou os poderes livres para praticar seus atos, muitos à revelia da Constituição. Logo, atitude desse tipo sempre causa espécie e espanto. Por sinal que a Democracia só funciona quando essas instituições cumprem seu dever, afinal a sociedade se sentirá agradecida se esses órgãos funcionem pois são instrumentos do controle social que a sociedade conta.

MARCHA PELA LIMPEZA. Sei que não é fácil ser cobrado quando se deve. Constrange, sem dúvida. Foi o que aconteceu com a marcha encabeçada peo PSB e entidades civis como a OAB cobrando maior clareza no andamento e no esclarecimento dos fatos referentes a OPERAÇÃO MÃOS LIMPAS que segue para seu primeiro aninho sem se saber o seu paradeiro. Marcha por sinal que se repete em todo país apoiando a verdadeira faxina necessária para que o cidadão possa gozar dos benefícios das ações governamentais, como quer de verdade a Presidenta Dilma Housseff.

MARCHA PELA LIMPEZA 2. Agora ficamos sabendo que o PDT, dono do último governo, ficou tiririca, acusando o PSB de jogar a opinião pública contra suas lideranças. Ué, qual é? Afinal sumiram ou não sumiram fatias ponderáveis do Orçamento Público que o partido do Lupi não explicou até agora? E não foi nenhuma merreca, foi muita grana, algo feito a metade de um orçamento inteiro do governo. Então tem mais é que aguentar e purgar seus pecados. O engraçado de tudo que quem mais reclama são os habitantes da periferia do poder e do patido, que levaram migalhas. Os tubarãos fazem silêncio, pois sabem que nesses momentos fazer barulho não é inteligente.

O ESTIGMA DO PSOL. Sem força para mobilizar a massa, o PSOL segue seu dilema. Tem um Senador num partido de extrema esquerda, mas não consegue se desgarrar da direita corrupta. Como não consegue ser mais ativo, inventivo e criativo que o PSB, seu irmão ideológico, faz de tudo para parecer ter a independência que não tem. Vive a reboque, dependente ora da esquerda,ora da direita para seguir respirando, em nome do sonho de sua liderança maior de derrotar o governador Camilo e o PSB.

OFENSA CONSENTIDA. Não dá para inocentar SARNEY do episódio das hostilidades ao governador CAMILO CAPIBERIBE na sessão especial do Senado ao Estado do Amapá pelo seu aniversário ocorrido dia 13 passado. Conhecendo como conhece seus comandados, jamais poderia ter permitido que a claque dos bagunceiros Borges [PMDB] oferecesse ao Brasil aquele espetáculo deprimente que diminui o parlamento nacional e a imagem do Estado que representa. A ignorância é audaciosa. Acha que pode tudo. O Presidente do Senado, conhecedor do regimento da casa e do seu rito, jamais poderia ter permitido tamanho desrespeito a autoridade máxima do Estado, o governador Camilo Capiberibe, convidado da instituição para um ato solene. Nem o ultraje àquela instituição secular. Fosse Ulisses Guimarães quem comandasse aquela solenidade, isso jamais aconteceria. Já Sarney...
Por hoje é só.

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