segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Deputados contestam a generosa extravagância da Assembleia do Amapá

Por Chico Bruno

Na terça-feira (13), o presidente da Assembleia Legislativa do Amapá, Moisés de Souza (PSC), na ânsia de puxar o saco do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) afirmou que “só daqui a 300 ou 400 anos” o Amapá voltaria a ter na bancada federal um presidente do Congresso.

Moisés de Souza é aliado de Sarney (PMDB-AP). 

Em julho, depois de Sarney dizer que se aposentaria ao final de seu mandato, em 2014, Souza lançou no Amapá o movimento "Fica, Sarney".

Moisés estava empolgado com o êxito da homenagem feita pelo Senado ao 68º aniversário de criação do Amapá, principalmente por que a Assembleia bancou parte dos custos da festa, uma iniciativa do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). 

O que Moisés não imaginava é que a procuradora-geral de Justiça do Amapá, Ivana Lúcia Franco que havia em agosto tentado anular a decisão da Assembleia de reajustar de R$ 50 mil para R$ 100 mil por mês a verba indenizatória, tivesse sugerido a pauta a imprensa nacional.

A sugestão da procuradora foi acatada pela revista ÉPOCA, que aproveitou a presença de Moisés em Brasília para tocar a pauta. 

Segundo o repórter Danilo Thomas, “até junho do ano passado, os 24 deputados da Assembleia Legislativa do Amapá recebiam R$ 15 mil por mês a título de verba indenizatória”.

Generosos, “os deputados do Amapá elevaram a verba de indenização de R$ 15 mil para R$100 mil por mês, mais de três vezes o que recebem deputados e senadores para gastar em Brasília e nas despesas com viagens para seus Estados”, informa a revista.

“Para ter uma ideia da generosidade absurda desse aumento, a segunda maior verba indenizatória, no valor de R$ 39 mil, é paga pela Assembleia Legislativa de Alagoas. A terceira é paga no Maranhão, R$ 32 mil por mês”, escreve Danilo.

O repórter informa que o aumento “foi aprovada por unanimidade pelos deputados”.

É aqui que a porca entorta o rabo, pois segundo os deputados Agnaldo Balieiro e Cristina Almeida, ambos do PSB, a proposta não foi levada ao plenário da Assembleia, portanto não poderia ter sido “aprovada por unanimidade pelos deputados”.

Resumo da ópera.
Cristina e Balieiro esclarecem que o aumento da verba indenizatória foi aprovado pela Mesa Diretora e divulgado apenas para parte dos deputados.
Pode até ser, afinal Moisés de Souza como liderado de José Sarney, deve ter apreendido com o líder, que determinadas decisões devem ser tomadas através de atos secretos.

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