quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A decisão de Camilo Capiberibe e a ruptura com os interesses poderosos da LMS

O governo Camilo Capiberibe tomou a dura decisão política de não renovar o contrato milionário da Seed com a empresa LMS Vigilância e Segurança Privada, de propriedade do poderoso Luciano Marba, homem que foi o pivô das denúncias e gravações ilegais contra o ex-secretário de educação, Adauto Bitencourt. O contrato irá vencer no próximo dia 09 de agosto.

Os poderosos da LMS utilizam do expediente de bancar gravações na tentativa de intimidar políticos e gestores.  Isso ficou bem claro no caso do AdautoGate. O esquema milionário que ronda a Seed é alvo da disputa ambiciosa de “políticos poderosos” que bancam nos bastidores a pressão política contra o governo Camilo Capiberibe para que recue da decisão tomada e renove o contrato.

A bagatela de R$ 43 milhões do contrato da Seed com a empresa LMS é uma das “heranças malditas” do governo corrupto da “harmonia”, criado por Waldez Góes. Os poderosos interesses que norteiam a disputa dos bastidores do poder, ocasionaram o embrião do problema que resultaria na derrocada do governo passado e na derrubada de Waldez Góes, culminando com a operação “Mãos Limpas” da PF, que prendeu uma quadrilha de engravatados acusada pela PF de desviar milhões da Seed e dos cofres públicos do Amapá.

O rombo deixado pela corrupção gerou uma grave crise financeira que até hoje repercute negativamente e prejudica o povo, e o bom andamento da máquina pública.

Camilo Capiberibe mandou o recado, diante da dura decisão, de não renovar o contrato com os poderosos da LMS. A decisão é uma resposta, de que o governador não teme e não cederá às chantagens. Tanto é verdade, que cortou a própria carne ao exonerar Miriam Corrêa, depois de pedir exoneração do cargo, após denunciar uma tentativa de extorsão e uma investida pesada de pessoas que supostamente seriam ligadas à LMS. Os poderosos tentaram corromper o marido da ex-secretária.

Todo mundo sabe que a empresa LMS é ligada umbilicalmente à um dos políticos que governa, manda e desmanda num dos principais poderes do Amapá. A relação perigosa, patrocina por meio dos lucros do contrato milionário, parte da imprensa local, que defende os interesses empresariais da LMS e do político que manda em um dos nossos poderes local.  Tal esquema político é um reflexo do modo de governar e fazer política de forma escusa da falida “harmonia”.

A empresa LMS já foi considerada idônea pela Sesa, e por conta disso foi proibida de assumir o serviço de vigilância privada de um órgão federal. Isso deveria ser algo a ser analisado pelo poder judiciário amapaense, que por meio do desembargador Agostino Silvério, concedeu uma liminar relâmpago à empresa de vigilância LMS.

A decisão de Agostino Silvério é muito estranha, já que em tese a liminar proferida pelo desembargador usurpa o papel do GEA de decidir os rumos do contrato milionário da Seed, uma verdadeira afronta às normas legais estabelecidas. No mínimo a decisão é questionável diante da substituição, pelo judiciário e da judicialização, de uma decisão que não cabe aos senhores da toga.

O governo conseguiu comprovar que o atual contrato milionário de R$ 43.650.486,96 pode ser reduzido para R$ 28.272.149,16. A medida de manter o serviço de vigilância por meio da Unidade Descentralizada de Execução (UDE) irá possibilitar uma economia real de R$ 15 milhões. Os vigilantes serão substituídos por vigias.

Um dos argumentos de que o contrato com a LMS deve ser mantido por alguns membros da imprensa, é de que somente os vigilantes podem manusear arma de fogo, o que não acontece atualmente, já que a empresa não fornece armamento aos trabalhadores. Além disso, é notório o atraso salarial da classe, mesmo com o repasse do GEA em dia para a empresa.

A dura decisão tomada pela Seed e pelo governador Camilo Capiberibe mexe com os interesses políticos de gente poderosa, o que acarretará em fortes embates a partir do segundo semestre.

A ruptura de Camilo Capiberibe é um recado, de que o governo da mudança, será diferente do governo da “harmonia” e serve para todos os grupos políticos e empresários que estavam acostumados a saquear os cofres públicos e se locupletar do dinheiro do povo.

Um comentário:

Breno MS Silva disse...

Decisão correta...