segunda-feira, 25 de abril de 2011

Correa Neto: "Os benefícios de uma casta"

Do sitio do Correa Neto

No meio militar (PM, CBM) já se ouvia burburinhos que um grupo restrito de oficiais superiores possui direitos que vão além do necessário, do ético, legal e moral. Mas com a publicação desses benefícios no site transparência pode-se notar que a extensão desses benefícios é um absurdo sem precedentes.

Trata-se do pagamento da gratificação de comando para os ex-comandantes quando na reserva (aposentadoria), ou seja, basta o coronel assumir o comando da corporação por no mínimo um mês e a gratificação incorpora aos vencimentos quando o militar termina sua “árdua” missão nas fileiras da corporação. O valor da gratificação é pouco mais de 8 mil reais, um bom salário para um país que possui um salário mínimo de pouco mais de 500 reais.

Seria ilegal e imoral a extensão de tal benefício somente aos ex-comandantes, mas como os militares que detém o controle das corporações perceberam que o governo que passou aceitava tudo, resolveram fazer uma extensão do benefício aos ex-chefes das casas militares, portanto, não só os ex-comandantes têm o “sagrado direito” de ganhar gratificação quando na reserva, como também os ex-chefes da Casa Militar do Palácio, da Assembléia e do Ministério Público, e pasmem, não contribuem com um real por isso. Quem paga essa conta é o executivo, tendo em vista não se tratar de benefício previdenciário.

Darei apenas um exemplo, o ex-deputado e coronel da reserva Macedo, ganha a gratificação por ter sido chefe da Casa Militar da Assembléia Legislativa por alguns meses. Está tudo no portal transparência.
 
E a conta fica para o trabalhador que tem que “ralar” todos os dias para ganhar um mísero salário mínimo, e pagar seus tributos, e ao final ver seu dinheiro sendo usado para beneficiar pequenos grupos da sociedade. Ressalte-se que isso é apenas a ponta do iceberg. Quem nos garante que os demais poderes não dão benefícios iguais para determinados servidores. Fica a revolta. Com a palavra as autoridades decentes do Estado.

(Este texto foi escrito por um militar da reserva, plenamente identificado. Quem entender por bem, tem o direito de contestar. O espaço fica aberto)

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