quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Um senador pra realmente defender os interesses do Amapá no Senado

O TRE diplomou o senador eleito pelo Amapá, João Alberto Capiberibe, acatando a decisão do STF, a mais alta corte do país. Após cerimônia ocorrida na corte eleitoral do estado, a militância do PSB e simpatizantes de Capiberibe se dirigiram a sede do partido para a realização de um ato comemorativo à vitória da democracia.
Embalado pelo sentimento de justiça, diversas lideranças socialistas proferiram discursos emocionantes ao público presente no bairro do Laguinho em Macapá. Mas algumas pessoas devem se perguntar o porquê de lembrar-me desse fato somente agora. A resposta está no tom do discurso e da caracterização da linha política que será adotada por João Capiberibe assim que tomar posse no Senado Federal.
Durante os discursos, o governador Camilo Capiberibe, filho do casal João e Janete Capiberbe, destacou os avanços do governo e as dificuldades encontradas por ele em Brasília para abrir portas na busca de resolução de problemas do estado, e a pouca contribuição dos nossos senadores na defesa dos interesses do Amapá.
Vale lembrar que os senadores são os representantes diretos dos estados da União no Congresso Nacional e uma das obrigações dos senadores amapaenses seria defender os interesses do Amapá na tribuna daquela casa, ajudando a destravar problemas que geram prejuízos ao povo amapaense.
O fato é que Camilo Capiberibe desabafou lembrando que durante essa nova legislatura e na passada, temas e assuntos relevantes para o estado foram tratados de forma secundária ou não foram lembrados por nossos senadores. É público e notório a negligência dos três senadores que ainda ocupam assento naquela casa.
Em nenhum momento nestes 11 meses de governo, vimos os três senadores: Randolfe Rodrigues, Geovane Borges (suplente de Gilvan Borges) e José Sarney, subirem na tribuna para defender o estado em casos que geram prejuízos aos amapaenses.
Observamos a total omissão dos três senadores na questão da federalização da CEA, das inadimplências e em temas polêmicos que travam o desenvolvimento local. A maioria desses problemas são frutos dos desmandos gerados pelo governo passado.
Geovane Borges e José Sarney, ambos do PMDB não movem uma palha por conta que são oposição política ao atual governo. Para eles quanto pior melhor. Sarney poderia usar seu peso na república e de presidente do Congresso Nacional para resolver o problema da CEA, já que indicou o ministério de Minas e Energia, principal interessado em federalizar a estatal. Já Geovane Borges (PMDB) só usa a tribuna para fazer oposição, denuncismo barato e torcer contra o atual governo.  
Randolfe Rodrigues (PSOL) resume sua atuação em casos de menor relevância para os interesses do estado do Amapá, gastando energias na famigerada CPI do ECAD e em assuntos que não são emergências e urgentes. Os problemas urgentes como a federalização da CEA é tratado por ele como secundário.
Eu pergunto aos nobres leitores: Quando esses senadores subiram na tribuna do senado para debater esses temas? Quando denunciaram que o atual modelo de federalização da CEA prejudica o estado que terá que pagar uma dívida bilionária fruto dos desmandos de Waldez Góes e Pedro Paulo e todo consórcio de poder comandado por Sarney.
Quando foi que eles subiram na tribuna para debater as inadimplências que prejudicaram durante meses a liberação de recursos federais e dos empréstimos do BNDES, que serão primordiais para o desenvolvimento do estado?
Estes senadores por mais que não sejam da base do governo não deveriam torcer contra o atual governo. É possível fazer um mandato independente ou uma oposição programática sem prejudicar o estado. O que não pode ser colocado em xeque são os interesses do estado do Amapá na União. O que não pode acontecer é a negligência pensando em embates eleitorais futuros.
A diplomação de João Capiberibe vem antes tarde do que nunca, mesmo diante do tempo perdido, será possível termos uma única voz que defenda não o governo de Camilo Capiberibe, mas os interesses do Amapá que são maiores do que questões políticas. Essa deve ser a principal tarefa política dos nossos senadores ao subirem na tribuna daquela casa.

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