sábado, 12 de novembro de 2011

Crédito de carbono: Cajari apresenta projeto vencedor que vai beneficiar o planeta

A comunidade de Água Branca do Cajari participou nesta sexta-feira, 11, da apresentação do Projeto Carbono Cajari, que coloca o Amapá no negócio que começa a se consolidar no Brasil, que é o comércio de crédito de carbono. O projeto começou a ser desenvolvido nas comunidades tradicionais da Reserva Extrativista do Rio Cajari (Resex), patrocinado pelo Programa Petrobras Ambiental.

O governo do Estado, por meio do Instituto de Floresta do Amapá (IEF), é responsável por um dos focos que norteiam a projeto, que é o mapeamento dos castanhais.

O governador Camilo Capiberibe, acompanhado de sua equipe de gestores e técnicos, da deputada federal Janete Capiberibe e do deputado estadual Balieiro, estiveram junto com extrativistas e população de Cajari, que integra as treze comunidades onde o projeto será desenvolvido.

"Essa é uma conquista das organizações sociais e parceiros. Com esta importante tarefa, o Brasil dará resposta para o mundo. É um trabalho de todos, mantermos a floresta em pé e o povo com dignidade", disse o governador.

 

O Projeto
Para que ocorresse a apresentação e a implantação do projeto foi percorrido um longo caminho. A proposta concorreu com mais 900 em busca do patrocínio de R$ 3,7 milhões para investimento no combate ao aquecimento global e emissão de gases poluentes. A diretora do IEF, Ana Euler, disse ser este o primeiro sonho a ser realizado e uma demonstração de compromisso de todos os parceiros. "A proposta encantou a Petrobras, e isso é um mérito da comunidade, que acreditou", falou a diretora.

O projeto vai envolver 1.380 pessoas durante sua execução. São povos que compõem o Alto Jari, formado pelos municípios de Laranjal do Jari, Vitória e Mazagão, com um impacto positivo ao longo dos anos para os castanhais, que mantêm a principal atividade econômica da região.

Ele é fruto de um consórcio entre cinco entidades e duas Escolas Famílias Agrícolas, do Maracá, em Laranjal, e Carvão, em Mazagão. Das EFA's foram selecionados 18 alunos que irão participar do mapeamento de 300 castanhais da região. Mais dois alunos da Universidade do Estado do Amapá (Ueap) farão parte da equipe.
 
Benefícios
Entre os benefícios garantidos pelo projeto estão a compra de maquinário e equipamentos, conserto de máquinas e construção de fábricas de beneficiamento da castanha. Os alunos das EFA's e da Ueap passarão por capacitação e começam na prática em dezembro, com 15 dias de atividades nas escolas e a segunda quinzena em campo.

"A infraestrutura vai melhorar, assim como a produção e armazenamento. Isso tudo mantendo a floresta e não deixando que vire roça. Estamos contribuindo para melhorar a qualidade de vida no planeta", disse o coordenador do projeto, o extrativista Joaquim Belo. 

Ao todo, o Projeto Carbono Cajari é dividido em cinco Núcleos Comunitários de Referência (NCR). Mapeamento dos castanhais para quantificação da produção e do potencial de emissões evitadas; fixação de carbono, através da expansão da população de castanheiras nas áreas de roçado; melhoria da infraestrutura e processo de coleta, armazenamento, beneficiamento e transporte da produção; capacitação ambiental, produtiva e gerencial, e capacitação e treinamento gerencial administrativo-financeiro. Estes eixos serão trabalhados com respeito ao modo de vida das comunidades e sua relação com a floresta.
 
Crédito de Carbono
A consciência da necessidade de ações para proteger a camada de ozônio foi fortalecida em 1997 e os principais países firmaram um acordo assinando um tratado no Japão, chamado Protocolo de Quioto. A partir dele foi aberta a possibilidade de compensar financeiramente iniciativas que contribuíssem para a diminuição da poluição do ar. O pouco conhecido mercado investe R$ 1,5 milhão de dólares em ações na bolsa de valores a cada cem mil toneladas de gases poluentes não emitidos.

A Petrobras abriu inscrições para projetos com esse objetivo e com a aprovação do Carbono Cajari inaugura no Amapá a era da compensação ambiental por parte de empresas de médio e grande porte. "Estamos mostrando que somos capazes de capturar carbono e transformá-los em benefício para todo mundo. Estamos valorizando o ativo florestal", finalizou Ana Euler. (Mariléia Maciel/Secom)

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