segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Diário do Amapá destaca realidade da juventude amapaense

Gangues recrutam jovens e adolescentes a partir de perda de valores 

Ao contrário do que muitos pensam, as gangues não vêm apenas da periferia pobre da cidade. Elas estão em todos os lugares. Algumas gangues são compostas de dependentes de bairros, que se juntam para praticar banditismo e outras são imitações. O que quer que sejam, os pais devem estar atentos para o que está acontecendo com os filhos. Não são apenas os rapazes que aderem às gangues, as meninas também. Há gangues de mulheres que podem ser perigosas tanto quanto as dos homens. Entre gangues urbanas de Macapá, formadas por jovens, as mais violentas estão em bairros como Perpétuo Socorro, Brasil Novo, Pantanal, Congós, Muca e Aturiá, dentre outros. 

A Polícia Militar vem monitorando essas áreas de conflito com mais freqüência. Ações emergenciais foram tomadas, no sentido de minimizar esses conflitos urbanos. Maioria deles termina em assassinatos. Alguns diretores de escolas, principalmente dos bairros periféricos consultados ontem pela reportagem do Diário do Amapá foram unânimes em afirmar terem problemas com gangues dentro da escola. Eles acabam invadindo o espaço educacional e recrutando jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Hoje é possível notar que as gangues subdividissem em três grupos: Galeras mirins, adolescentes e jovens; sendo todas problemáticas. Pelo modo de vida des-ses jovens, dá para entender que a violência surge da própria cultura de rua. Levantamentos dos próprios órgãos de segurança do Estado revelam um perfil des-ses membros de gangues. Eles têm entre 11 e 20 anos, possuem código específico de linguagem, roupa, comportamento, gestos. Vivem em constante crise fami-liar. Perderam totalmente os valores da religiosidade e da escola. Sentem necessidade de pertencer a um grupo ou a uma gangue. Ao fazer parte de um bando, a responsabilidade por algum ato deixa de ser individual e passa a ser dividida por todo grupo. Muitos deles hoje vivem sob a proteção de traficantes que lhes pagam determinados valores para fazerem papéis como o chamado "aviãozinho" dentro de uma rede de tráfico e venda de drogas.

Ilusão de segurança empurra menores para os grupos criminosos

Os jovens aderem às gangues porque estão convencidos de que resolverão seus problemas financeiros e sociais. Elas lhes dão segurança e um lugar para pertencer. Nem todas as turmas são violentas no sentido de agressão. Há a violência simbólica, como a de um pichador de muro ou o rapaz que tira rachas nas avenidas, mas há também a agressão de fato. Segundo a socióloga Beatriz Silva Ferreira, autora do livro "Só por Hoje Amor Exigente" ainda existem alguns caminhos para o jovem largar a vida em grupo. ela destaca fatores como, por exemplo, o jovem ou adolescente encontra uma namorada; Percebe uma família estruturada; se depara com um professor que passa a entender sua cabeça e raciocínio, e com isso, busca ajudá-lo; ou até mesmo se aproximar de um amigo que não pertença a nenhum grupo criminoso. Recentes pesquisas mostram que as principais alternativas para resgatar esses jovens são através da cultura e do esporte. Daí a necessidade de se investir maciçamente em projetos sociais. As gangues estão envolvidas em atividades criminais, como roubo, crimes contra a propriedade, conduta desordeira, tráfico de drogas e homicídios. A relatos de família que mudaram de cidade como uma maneira de proteger seus filhos. Nem sempre a mudança é uma solução. Se o jovem já está envolvido numa gangue, elas o ajudarão a estabelecer uma nova conexão em seu novo local, para fazer tráfico ou outra atividade criminal. Não há uma maneira de determinar o número de membros de uma gangue numa determinada área.

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