quinta-feira, 24 de maio de 2012

Deputada Janete pede que Dilma conclua a transferência das terras ao Amapá


A deputada federal Janete Capiberibe (PSB/AP) cobrou, nesta quarta, 23, na tribuna da Câmara dos Deputados, que o Governo Federal conclua o processo de transferência das terras da União para o estado do Amapá. A Lei 11.949, que transferiu as terras para o Amapá e para Roraima, foi publicada em julho de 2009. Só o Amapá ainda aguarda o decreto de regulamentação por que o decreto relativo a Roraima foi publicado ainda em 2009. Enquanto isso, as terras ficam numa situação nebulosa, pois passaram ao Estado, impedido de emitir os títulos de posse por falta da regulamentação. Nem o INCRA pode fazê-lo, por que as terras já foram transferidas. A deputada pediu que a presidenta Dilma Roussef resolva o impasse publicando o decreto imediatamente.

“O governo do estado está interessado em resolver a questão fundiária no Amapá. Mas não cabe a ele, sozinho, resolver, pois não é da sua competência publicar o decreto. Se o fosse, com certeza, já estaria resolvido”, afirma a deputada Janete.


O presidente do IMAP (Instituto do Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do Estado do Amapá) Maurício Oliveira de Souza afirma que o governo estadual investiu R$ 600 mil, ano passado, para regularizar 8 glebas cujos processos estão sendo finalizados.

Ele diz que 22 glebas, que somam mais de 5 milhões de hectares, estão com a emissão dos títulos atrasadas pela falta da regulamentação. Segundo ele é, praticamente, toda a área produtiva do estado, onde estão mais de 3 mil pequenos produtores em lotes de até 2 módulos fiscais.

No plenário da Câmara, a deputada Janete afirmou que a titulação das terras poderia ser feita conjuntamente, entre o INCRA e o IMAP, até que seja publicado o decreto, mas o INCRA-AP estaria se recusando a trabalhar junto com o IMAP.

A deputada protestou motivada pelo fato de os agricultores “não poderem acessar crédito por que não têm o título das suas terras”, enquanto “a insegurança fundiária e jurídica favorece a ocupação ilegal e a grilagem e prejudica a produção”.

O impasse teria sido benéfico aos pretendentes de áreas maiores de terra. O presidente do IMAP afirma que 70 títulos teriam sido emitidos irregularmente, em 2010, pelo INCRA, para empresários e até políticos. Individualmente, essas áreas teriam entre 500 e 1.050 hectares cada uma. Ele denuncia, ainda, que o Governo do Estado corre o risco de ser incluído no Cadastro de Inadimplentes – CADIN – por que o IMAP teria tomado R$ 4 milhões do Governo Federal, entre 2007 e 2010, para executar o georreferenciamento, mas 80% do trabalho foi considerado inadequado e não passou pela prestação de contas.

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