terça-feira, 13 de maio de 2014

Camilo enfrentou esquema de Marba na Seed, cortou na própria carne e contrariou a tia Raquel Capiberibe

Governador vem tentando desmontar há 4 anos teia de corrupção na Seed, cirada pra favorecer empresa LMS em licitações. Teve que recorrer ao MP, MPF, PF e romper com parte da família
A matéria exibida no último domingo, 11, pelo programa Fantástico da Rede Globo mostra claramente o modus operandi de uma organização criminosa que vem sendo investigada pelo MP, denunciada e que há quatro anos o atual governo vem tentando desmontar as suas teias que eram renovadas há cada tentativa de se promover uma licitação decente no maior contrato público-privado do Amapá.

Não é de hoje que se tem conhecimento do submundo dos interesses empresariais e políticos comandados pelo empresário Luciano Marba. A sua relação com políticos poderosos no Amapá é antiga. Isso ficou claro quando o Ministério Público descobriu, após apreensão de documentos na Operação Eclésia, que Marba pagava contas particulares do deputado estadual Moisés Souza (PSC), presidente por duas vezes afastado pela justiça do comando da Assembleia Legislativa.

A teia de influência de Marba é extensa e vai desde o mundo empresarial até o futebol, política e ao pagamento de setores influentes da imprensa, principalmente jornalistas que até ontem eram considerados respeitados na opinião pública, mas que em troca de algumas moedas são capazes de defender até bandidos de colarinho branco. 

Tanto é fato que a influência de Marba foi longe, que não contente com o forte lobby político que detém por meio de deputados estaduais na Assembleia Legislativa, já que nos bastidores comenta-se por meio de fontes que a LMS teria patrocinado diversas campanhas de políticos no Amapá.

Marba foi ao limite quando percebeu que seu esquema e projeto de poder empresarial que consome R$40 milhões/ano dos cofres do Estado estaria ameaçado diante da ofensiva do atual governador Camilo Capiberibe de tentar moralizar um contrato que inclusive no governo passado foi alvo escândalos e disputas políticas entre Moisés Souza e a esposa do governador na época que pipocou vídeos envolvendo o ex-secretário Adauto Bittencourt que claramente defendida os interesses da empresa Amapá Vip, que conforme relatórios da Polícia Federal tinha como forte aliada a hoje deputada estadual Marília Góes.

Foi então que Marba em 2011, ainda no início do governo Camilo Capiberibe, onde a ex-titular da Secretaria de Educação Merian Corrêa, que fora indicada pela conselheira aposenta do TCE Raquel Capiberibe, tia do governador e irmã do senador João Capiberibe, resolveu se aproximar de alguém com muita influência no governo para atender seus interesses e manipular concorrências públicas que pudessem por meio de vícios que seriam questionados pela LMS na justiça, retardar o processo de licitação para o serviço de vigilância armada na Seed.

Marba resolveu se aproximar do marido de Merian Corrêa, conhecido por Beto, um funcionário de carreira da Caixa Econômica Federal, flagrado em vídeo gravado pelo próprio Marba, colocando cerca de R$ 100 mil no bolso. Além disso, Marba também se aproximou da madrinha política de Merian Corrêa, nada menos que Raquel Capiberibe. figura com forte influência na época dentro do PSB e tia governador.

A relação de Marba com Raquel Capiberibe não é segredo no mundo político. Após brigas de Raquel com o restante da família e principalmente o sobrinho por supostamente ferir seus interesses na Seed ao exonerar sua pupila, ela teria rompido e declarado guerra ao atual governo se juntando inclusive com setores atrasados da política amapaense na eleição para prefeito de Pedra Branca do Amapari onde subiu no palanque dos adversários do PSB e soltou os cachorros no sobrinho.

Raquel Capiberibe, não obstante em se juntar com a turma da "harmonia" em Amapari e ser flagrada ao lado de Waldez Góes, Marília Góes, Moisés Souza e cia, resolveu se desfiliar do PSB e entrar no PMN, mesmo partido de Marba. A dupla recentemente lançou uma dobradinha onde Marba seria candidato ao governo e tia Raquel candidata ao Senado.

As revelações do Fantástico só nos mostram que o governador Camilo Capiberibe ao enfrentar os interesses nada republicanos da organização criminosa de Marba, conforme aponta o MP, também teve que enfrentar uma briga intestinal dentro da família porque desagradou a tia Raquel Capiberibe. Tomar uma decisão dessas não é fácil e muito menos pra qualquer governador que vem de uma família com forte tradição na política.

Camilo Capiberibe ao cortar na própria carne exonerando Merian Corrêa no inicio do seu governo, mostra agora que cala a boca da oposição quando os mesmos vociferam que ele não tem controle do que acontece nos bastidores do seu governo e pratica atos de um príncipe de uma oligarquia. Na verdade o governador fez o que poucos de uma família com tradição na política teriam coragem ao peitar alguém do seu próprio sangue com forte poder dentro do seu partido.

Marba não contava que um governador que foi eleito em 2010 com o apoio de apenas dois partidos no primeiro turno (PSB/PT), pregando a mudança, a transparência e o combate a corrupção diante de um Estado falido e desmoralizado por operações da PF que levou as mais altas autoridades do governo pra cadeia, fosse contrariar e brigar com sua tia e por isso se aproximou da ex-conselheira do TCE.

Que o exemplo republicano de Camilo Capiberibe ao enfrentar organizações criminosas poderosas e de cortar na própria carne pra combater a corrupção que rouba o futuro de milhares de pessoas, seja seguido por outros políticos no Amapá.  Pois o povo não tolera mais ver um estado tão pequeno sendo assaltado por pessoas mal intencionadas e sendo roubado por uma elites política como foi de práxis nos oito anos de governo da dita "harmonia", comandada por Waldez Góes sob as bênçãos de Sarney, onde a corrupção imperava em diversos poderes como Executivo, Assembleia Legislativa e Tribunal de Contas, que não se fiscalizavam como se fosse algo normal na cultura política atrasada que foi praticada por políticos e agentes públicos no período de 2003 a 2010.

Geralmente práticas como essas diante da conjuntura de um estado ainda marcado pela cultura provinciana e pelo "jeitinho brasileiro" de que roubar é normal na política é pouco levado em consideração pelo povo na hora de votar, e como 2014 é  ano eleitoral, que se leve em consideração e que se compare o comportamento do atual governo que enfrenta e combate a corrupção, criando mecanismos de controle e transparência e o governo passado de "harmonia", onde dois ex-governadores foram parar na Papuda, acusados de chefiar o desvios de mais 1 bilhão dos cofres, gerando uma crise que até hoje sentimos ao procurarmos os serviços públicos. 

A corrupção mata e no passado matou bebês e pacientes com o apoio e omissão de um ex-governador que agora aparece na TV como se fosse inocente dos crimes praticandos, apostando na memória fraca de uma parte do eleitorado, na impunidade e na cultura corrupta de um estado provinciano como Amapá. Isso deve ser combatido todos os dias, pois não se realiza mudanças profundas e estruturantes do dia pra noite. 

A ruptura com as velhas práticas foi feita e os ventos da mudança ainda sopram a favor do Amapá!

2 comentários:

Anônimo disse...

Pensei que jornalistas tinham que ser impaciais, mais a publicação defende claramente o governador, tentando mostrar que ele é um "SANTO". Você mesmo se diz socialista, portanto militante do PSB. Não sou de nem um partido, nem pretendo ser, e por isso nao estou defendendo o Marba, só que sabemos que os dois tem RABO SUJO".

Unknown disse...

Não sou militante do PSB! Sou de esquerda, socialista e tenho compromisso com a verdade! A verdade dos fatos se formos fazer uma análise histórica do problema de corrupção e pagamento de propina do Marbaduto é essa! Temos que dar a mão a palmatória e reconhecer que ele peitou a organização criminosa e rompeu até mesmo com interesses dentro da própria família e isso é bom! Porque infelizmente o dinheiro do contrato da Seed com a LMS abastecia setores corruptos da sociedade amapaense, comprou o silêncio de setores poderosos da imprensa que não denunciavam o esquema e os crimes que Marba teria cometido conforme investigações do MP! Outra coisa não existe jornalista imparcial, todo jornalista tem a sua preferência ideológica conforme diz um dos maiores colunistas da Folha de São Paulo, o jornalista Clóvis Rossi, e eu sou um blogueiro de esquerda, filiado a uma organização de esquerda e nunca escondi isso de ninguém! O texto é uma posição editorial do blog e pessoal minha. Mas se os leitores quiserem discordar tem todo direito, afinal de contas é pra isso que existem os comentários!