Sérgio Santos | MZ
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pune
exemplarmente todos os envolvidos no esquema de manipulação dos
resultados do futebol amapaense.
Em
sessão realizada nesta quarta-feira, 28, o Superior Tribunal de Justiça
Desportiva (STJD) julgou e puniu com rigor todos os envolvidos o
esquema de manipulação de resultado nas partidas de futebol dos
campeonatos sub-20 e profissional de futebol do ano de 2013.
A 3ª Tuma do STJD multou Luciano Marba, presidente do Santos Futebol
Clube, em R$ 20 mil, aplicou-lhe uma suspensão de 480 dias. Vicente Cruz
foi multado em R$ 20 mil e mais 420 dias de suspensão. Helivam Brocoio
recebeu multa de R$ 10 mil e 120 dias de suspensão. Jorge Antônio, R$ 5
mil e 120 dias de suspensão. Geydson foi punido com suspensão de 4
jogos.
Entenda do caso:
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD) instaurou
Inquérito para apurar denúncia de ocorrências de possíveis infrações
disciplinares envolvendo dirigentes da Federação Amapaense de Futebol
(FAF), membros da Comissão de Arbitragem e do Tribunal de Justiça, além
do Santos Futebol Clube e de seu presidente, o empresário Luciano Marba
(preso em operação do Ministério Público), consubstanciadas em supostos
esquemas de manipulação de jogos do campeonato amapaense de futebol
sub-23 e profissional do Estado do Amapá; O procedimento é presidido por
Paulo César Salomão Filho, auditor do Pleno do STJD.
O inquérito (029/2014) é resultado de relatório do Ministério Público
do Estado, assinado pelo promotor de Justiça Afonso Guimarães. Ele
informou ao STJD sobre a existência de um procedimento investigatório em
curso, inicialmente aberto para apuração de crime de homicídio,
culminando com o desencademanento de "Operação Lucilius", em outubro do
ano passado.
No curso da operação foram autorizadas escutas telefônicas, que
revelaram suposto esquema de interferência e manipulação de resultado
nas partidas de futebol dos campeonatos sub-20 e profissional de futebol
do ano de 2013. De acordo com o promotor Afonso Guimarães, as escutas,
transcritas no procedimento investigatório, apontam um possível esquema
de manipulação que, na ótica do Ministério Público, teria a liderança de
Luciano Marba Silva, presidente do Santos Futebol Clube.
Os diálogos retratados sugerem combinações entabuladas entre o
presidente do Santos, o árbitro de futebol Antônio Jorge (que seria
empregado da empresa de Marba), Vicente Cruz (diretor técnico da FAF),
Carlos Guilherme (então presidente da Comissão de Arbitragem), além de
outros envolvidos.
De acordo com William Figueiredo de Oliveira, subprocurador-geral do
STJD, já há um histórico de desmandos e infrações na Federação Amapaense
de Futebol e no Tribunal de Justiça Desportiva, lembrando a disputa nos
tribunais entre o Oratório Recreativo Clube e o Santos. O STJD decidiu
que o título de 2012 era do Oratório. A autorização para a abertura do
inquérito foi dada no dia 13 de fevereiro pelo presidente do STJD,
Flávio Zveiter.
No documento encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva
do Futebol, o promotor Afonso Guimarães revela que o advogado Oziel
Artur Barros Borges, procurador da Justiça Desportiva no Amapá, integra o
quadro de advogados de Luciano Marba, conforme mostra recibo anexado no
valor de R$ 20 mil por honorários advocatícios. Afonso Guimarães anexou
ainda um CD contendo áudio de interceptações telefônicas e suas
transcrições e decisão para compartilhamento de provas da 2ª Vara do
Tribunal do Júri de Macapá.
Mesmo não sendo citado pelo MP e nem apanhado em gravações, o
presidente da federação, Roberto Góes, foi chamado ao STJD para prestar
esclarecimentos junto com os demais dirigentes listados pelo promotor de
Justiça Afonso Guimarães.
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