quarta-feira, 10 de abril de 2013

Ministério Público do Trabalho da 8ª Região quer o fim da UDE

Do MZ Portal - www.mzportal.com.br

Depois de centenas de processos trabalhistas movidos por funcionários da Unidade Descentralizada de Execução (UDE) da Secretaria de Estado da Educação e também da Secretaria de Estado do Deporto e Lazer (Sedel), o procurador do Ministério do Trabalho da 8ª Região, Paulo Isan Coimbra da Silva Junior, decidiu exigir do governo do Estado o fim deste tipo de contratação. A medida pode gerar o desemprego de mais de três mil trabalhadores.

Detalhe: até o pagamento dessas pessoas foi condicionado pelo procurador à assinatura de Termo de Ajuste de Conduta (TAC), que vai ocorrer no final da tarde desta quarta-feira, 10. A desobediência pode resultar em multa aos cofres públicos no valor de R$ 50 mil, acrescida de mais R$ 10 mil por trabalhador em situação irregular.

"Os contratos de trabalho firmados entre os Caixas Escolares e trabalhadores são nulos, uma vez que decorrem de violação ao princípio constitucional do concurso público. Logo, o pagamento deve obedecer um rito legal, que estará previsto neste Termo de Ajuste de Conduta", declarou Paulo Coimbra Júnior.

Na notificação enviada ao governador Camilo Capiberibe, o procurador Paulo Isan Coimbra da Silva Junior lista seis itens que deverão ser cumpridos, quase que de forma imediata pelo Estado. Entre eles estão a abstenção de contratar pessoal via Caixas Escolares; adotar as medidas necessárias à rescisão dos contratos de trabalho; além de promover a imediata quitação dos débitos relativos as contribuições sociais.

A notificação ocorreu em dezembro do ano passado e desde então, o procurador geral do Estado, Antônio Kleber, e o próprio governador têm buscado alternativas para evitar uma demissão em massa.

"Por enquanto, temos duas alternativas. A primeira é contratar, através de licitação, uma empresa para prestar este serviço de forma tercerizada, mas isso implicaria, automaticamente, na redução do salário dessas pessoas. A outra seria fazer concurso público, mas isso também implicaria no desemprego da maioria das pessoas que hoje trabalham nas UDE´s", explicou o procurador do Estado, Antonio Kleber, afirmando que o Estado "não tem outra alternativa legal".

Uma minuta do TAC já foi elaborada e agora está sendo analisada pelas equipes de governo e da Procuradoria Regional do Trabalho da 8ª Região. Também foi estabelecido o prazo de 180 dias, a contar da assinatura do documento, para que o governo demita todos os funcionários da UDE e contrate outros para desempenhar a função, seja por concurso público ou por prestação de serviço. Caso o governador não cumpra a determinação estará sujeito a responder civil, administrativa e criminalmente.

Indústria de ações trabalhistas
Na notificação o procurador Paulo Isan Coimbra disse ainda que a indústria das ações trabalhistas na UDE também foi outro fator que pesou em sua decisão, principalmente depois que veio a tona um esquema promovido por advogados e procuradores para lesar o Estado em cerca de R$ 40 milhões. Esta enxurrada de processos trabalhistas deu origem as investigações que resultaram na "Operação Comendadores", ocorrida duas semanas atrás e executada pela Delegacia Especializada no Combate aos Crimes Contra a Fazenda. Esta ação policial prendeu os procuradores de Estado, Orislan de Souza Lima e André de Carvalho Lobato, além do advogado Jean Dias.

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