Por Regina Penafort
Na última
sexta-feira, 26, a Assembleia Legislativa aprovou projeto de lei enviando pelo
Poder Executivo incorporando a regência de classe ao salário base professor. Mas,
o que era motivo comemoração pelo Sindicato dos Servidores Públicos em Educação
no Amapá (Sinsepeap), virou razão de protesto, sendo necessário até chamar a
polícia para conter os ânimos dos educadores, que ocuparam as galerias da
Assembleia Legislativa, jogando até ovo nos parlamentares.
Minha mãe, que é
professora há 15 anos do Estado, não entendeu. Na verdade faz tempo que ela não
entende o que quer o sindicato que a representa, se é que a representa, como
ela mesmo diz.
Minha mãe, que aqui
prefiro não revelar seu nome, pois ela teme ser taxada de traída pelo
sindicato, participou, no dia 15 de abril de 2010, de um ato público para
cobrar do governo do Estado os acordos assinados com a categoria desde 2008.
Detalhe: a briga era pela incorporação da regência.
Bom, o objetivo não
alcançado e por alguma razão não teve greve. Não teve nada. O sindicato se
calou.
Em 2012, ela fez
até planos quando soube da proposta do governo de reajustar o salário do
professor em 16,56%. Ganhando um salário de R$ 3.795,80, teria um acréscimo de
R$ 628,83 no vencimento. Mas, teve mesmo que se contentar com o reajuste linear
de 8%, porque o tal sindicato não aceitou a proposta do governo.
Mamãe, a exemplo de
muita gente, não gosta de política, mas, isso não a torna uma mulher tapada,
sem visão. Ela sabe, que se o governo pudesse atender todas as reivindicações
do sindicato, ainda assim, a briga não iria parar.
Sabe por quê?
Porque antes, o discurso do Sinsepeap era: “regência de classe não é salário, é
gratificação, e gratificação é perdida na aposentadoria. Queremos a regência
incorporada ao salário”.
Agora que tiveram a
incorporação da regência no salário chamam de arbitrário o projeto do governo e
xingam os deputados. Afinal, o que quer o Sindicato dos Professores que ao
invés de defender acaba prejudicando a categoria?
A
resposta talvez fosse manipulação, mas, essa questão, quem tem que responder é
você educador e educadora, porque minha mãe já tem a resposta e vai se sair
desse sindicato, que representa vários interesses, menos o seu.
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