quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Vona investe R$ 30 milhões em telefonia móvel no Amapá

Laerte Farias, sócio da Vona, acredita no potencial da região Norte do Brasil para serviços de telefonia móvel

Do Brasil Econômico, Fabiana Monte
A partir de fevereiro, moradores do Amapá terão uma nova opção de prestadora de serviço de telefonia móvel.

Com um investimento estimado em R$ 30 milhões, a Vona pretende iniciar suas operações atuando nas cidades amapaenses de Macapá e Santana e, em uma segunda etapa, planeja ampliar sua cobertura para outros sete municípios, até chegar a capital paraense, Belém.

Segundo Laerte Farias, sócio da companhia, essa região tem aproximadamente 4,5 milhões de habitantes. "O objetivo é ter 5% dessa população falando em rádio em dois anos. Nosso público são empresários de pequeno porte e profissionais liberais", diz.

O público-alvo deve-se ao tipo de licença que a companhia adquiriu para lançar seus serviços. A Vona entrará no mercado com o serviço limitado móvel especializado (SME), semelhante ao da Nextel, principal concorrente neste mercado.

Segundo a consultoria Teleco, o SME é destinado a pessoas jurídicas ou grupos de indivíduos que realizem atividade específica. Ele não pode ser oferecido a pessoas físicas individualmente.

"Para ser cliente, é preciso fazer parte de um grupo, como uma associação, ou uma cooperativa, por exemplo", afirma Eduardo Tude, presidente da Teleco.

O Brasil tem 3,2 milhões de usuários do SME e a maior concentração de assinantes está no Sudeste, com 2,9 milhões. No Norte, são 354 clientes, quase todos no Pará.

Ao todo, 17 empresas têm licença para oferecer serviço SME no Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

A estratégia da Vona é focar em um atendimento de nicho, já que o SME é uma tecnologia lançada há dez anos e que vem perdendo espaço devido à maior cobertura da telefonia celular.

De acordo com Farias, a carência por comunicação é o principal fator que despertou o interesse para lançar uma operação SME na região Norte.

Além disso, disputar mercados competitivos exigiria mais investimento. "Não temos fartura de recursos para atuar em mercados competitivos", diz o executivo que comanda a Vona.

Investimento
Metade do capital destinado à Vona é próprio e vem da CorporateSP, especializada em reestruturação de empresas, com três áreas de atuação: gestão de negócios, recuperação judicial e fusões e aquisições.

Os outros R$ 15 milhões foram aplicados por uma operadora, mas Farias não quis informar o nome de seu sócio.
A expectativa do executivo é recuperar o investimento na Vona em 22 meses, a partir do lançamento do serviço.

Cerca de R$ 20 milhões serão aplicados em infraestrutura de rede, incluindo a construção de uma rede central da internet que passará pela Ilha de Marajó e consumirá aproximadamente R$ 1,5 milhão.

"A rede central da internet servirá para levar o sinal de rádio de um lado para o outro, chegando até o Pará", afirma Laerte Farias. A expectativa é que em seis meses a operadora esteja oferecendo serviços para paraenses. "É o tempo para consolidar a operação e construir o rede central da internet", afirma.

O restante dos recursos será destinado a itens como operação comercial e contratação de pessoal. Na fase de lançamento, serão contratados 70 funcionários.

"Na região Amazônica, o rádio nasce com a pessoa. Imagina substituir aquele ‘radião' por um aparelhinho que cabe na palma da mão."

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