Waldez
Góes disse ao juiz Paulo César do Vale Madeira, em depoimento
acompanhado pelo promotor de Justiça Flávio Cavalcante, que nunca passou
ordem escrita ou verbal para descumprimento de qualquer das despesas
obrigatórias e o que aconteceu foi um grande descompasso entre o que o
Estado do Amapá deveria receber da União
Amapá 247 - O ex-governador Antônio Waldez Góes
da Silva (PDT), que governou o Estado do Amapá entre janeiro de 2003 a
abril de 2010, depôs hoje na Sexta Vara Cível da Comarca de Macapá, onde
é réu em processo que trata do desvio, entre 2009 e 2010, da destinação
de cerca de R$ 74 milhões descontados de servidores estaduais com
empréstimos consignados, além de não repassar o que era descontado de
outras consignações, como planos de saúde, seguradoras e associações,
conforme acusa o Ministério Público do Estado.
Waldez
Góes disse ao juiz Paulo César do Vale Madeira, em depoimento
acompanhado pelo promotor de Justiça Flávio Cavalcante, que nunca passou
ordem escrita ou verbal para descumprimento de qualquer das despesas
obrigatórias e o que aconteceu foi um grande descompasso entre o que o
Estado do Amapá deveria receber da União, informado pela Secretaria do
Tesouro Nacional e aquilo que efetivamente recebeu no ano de 2009,
quando teria havido uma queda de 6% que representava em torno de 100
milhões de reais.
Segundo
ele, aumentaram as despesas de repasse dos poderes e despesa com
pessoal, em função da lei da data-base. Waldez disse ter elaborado um
plano de contingenciamento do restante das despesas e também um plano de
recuperação fiscal, entretanto, como os empresários não tiveram
recursos financeiros para pagar os débitos, ocorreu uma recuperação
insignificante em razão da crise que afetou todos os setores.
Sobre o ano de 2010, Waldez Góes
afirmou que a alegação do Ministério Público de que teria um aumento de
90 milhões, pode dizer que tal aumento não representava 4% do orçamento
da época e somente as despesas com os poderes e com pessoal aumentaram
em mais de 5% que era a inflação da época.
O ex-governador também culpou a
Assembleia Legislativa do Amapá pelo fato de descontar o dinheiro no
contracheque do servidor e não repassar a quem deveria pelas
consignações, uma que o dinheiro não era do orçamento do Executivo. Ele
disse ter mandado o orçamento de 2010 para a Assembleia, e ela aumentou
em quase R$ 150 milhões para distribuição aos poderes. Ele vetou, mas o
veto acabou derrubado.
Waldez
contou que só após sair do governo tomou conhecimento que alguns
servidores estariam sendo acionados judicialmente por conta dos não
repasses dos empréstimos consignados. “Quando eu ainda estava no governo
não tomei conhecimento de que o Estado não estava honrando com todas as
suas despesas obrigatórias, e não me recordo de ter assinado contratos
nos quais o Estado do Amapá ficava responsável de transferir os
empréstimos consignados dos servidores e nem sei quantos contratos
existiam, pois isso era atribuição da Secretaria de Administração”,
ressaltou.
De
acordo com Waldez Góes, as reuniões regulares eram apenas com os
secretários de coordenação política e raramente com os secretários das
outras pastas. Ele tomava apenas as decisões macro como
contingenciamento; plano de recuperação e veto, para que as secretarias
cuidassem de resolver as pendências administrativas.
Ele
também não soube informar em percentual quanto foi o aumento das
despesas com os programas: “AMAPÁ JOVEM” e “RENDA PARA VIVER MELHOR”.
Sobre convênios com municípios Waldez não soube precisar valores e
também se foram executados integralmente nos anos de 2009 e 2010, e que
não era praxe os secretários de planejamento, administração e outros
repassarem relatórios a ele dando conta de problemas administrativos,
porque o comum era o cumprimento dos atos e, somente depois da crise
começaram a surgir os problemas.
O ex-governador do Amapá revelou ao
juiz Paulo Madeira que não tinha conhecimento dos contratos que tratavam
dos empréstimos consignados, e que só foi saber do acordo do Estado do
Amapá em torno dos consignados depois do processo no qual é réu. Na
informalidade soube depois que deixou o governo, que o não repasse
ocorreu em função da falta do fluxo de caixa. Indagado sobre despesas
com publicidade e propaganda, Waldez Góes disse não saber os valores
entre 2008/2008.
Respondendo a uma pergunta do promotor
de Justiça Flávio Cavalcante, Waldez disse que “o acompanhamento em
relação à crise consistia em ficar perguntando aos secretários quais os
valores seriam repassados nos dias 10, 20 e 30; que era impossível fazer
o acompanhamento de todas as rubricas orçamentárias sobre os
contingenciamentos que eram feitos pelos órgãos do Estado. Waldez Góes
tem nesta terça-feira 26, novo encontro com a justiça, desta vez na 4ª
Vara Criminal da Comarca de Macapá, onde é réu sob a mesma acusação.
PEDRO
PAULO AUSENTE – Alegando a necessidade de estar hoje em Belém do Pará
para uma audiência de conciliação no Juizado Especial na Justiça
Federal, não compareceu à audiência, e nem seus advogados. O juiz Paulo
Madeira tomou a seguinte decisão. “Junte-se
os documentos apresentados neste ato. Abra-se vista para alegações
finais em forma de memoriais, no prazo sucessivo de 10 dias, começando
pelo Ministério Público, depois a Procuradoria do Estado, em seguida o
primeiro requerido (Waldez Góes) e por último o segundo requerido (Pedro
Paulo). Em relação ao segundo requerido (Pedro Paulo), cujos advogados
não vieram em audiência e para o qual foi nomeado o defensor dativo,
fica certo que os advogados deverão ser intimados via Diário da Justiça
Eeletrônico (DJE) para apresentação das alegações finais e, escoado o
prazo para os mesmos, os autos deverão ir ao defensor dativo para as
alegações finais. Saem os presentes devidamente intimados neste ato”.
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