segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Nova maioria do PT será liderada por Joel Banha, eleito novo presidente do PT-AP

Os grupos liderados por Marcos Roberto, Dora Nascimento, Joel Banha (foto ao lado) agora detém a maioria do diretório estadual do PT Amapá.

Desde o início da manhã deste domingo, filiados e filiadas do Partido dos Trabalhadores (PT) de todo o país participaram do Processo de Eleições Diretas – o PED 2013. Pesquisas informais de boca de urna apontam a vitória tranquila de Joaquim Falcão à presidência do PT nacional, mas no Rio de Janeiro a disputa não apontava ainda o vencedor entre a deputada Benedita da Silva e o prefeito de Maricá, Washington Quaquá. As votações ocorrem em todo o país, onde mais de 800 mil militantes estão aptos a escolher os novos dirigentes zonais, municipais, estaduais e nacional do PT.


Em sua página, no Twitter, a presidenta Dilma Rousseff elogiou o processo direto de escolha dos novos dirigentes políticos da agremiação no poder: "Voto hoje nas eleições internas do PT. Tenho orgulho do PT, um partido nascido das lutas dos trabalhadores e que governa olhando para os mais pobres, os mais fracos, os mais necessitados. Assim foi no governo do presidente Lula. Assim é no meu. A reforma política deve permitir à sociedade participar de forma efetiva dos destinos do país. Defendo uma reforma política decidida por consulta popular, ouvindo a população brasileira".

Dilma afirmou que a ideia de uma política sem partidos esteve sempre ligada à defesa de governos autoritários e elitistas e voltou a defender uma reforma política por consulta popular. Depois das manifestações que levaram mais de um milhão de pessoas às ruas de várias cidades do país em junho, Dilma sugeriu pactos pela melhoria de serviços públicos, pela rigidez fiscal e por mudanças no sistema político. A presidenta chegou a enviar uma mensagem ao Congresso com uma sugestão de pontos que poderiam ser questionados em um plebiscito para a realização de uma reforma política, mas a proposta não foi adiante.

Para o ministro da Saúde, senador Alexandre Padilha, que votou pela manhã no diretório zonal do Campo Limpo, na capital paulista, "o PED traz duas mudanças fundamentais: em primeiro lugar tem esse sentimento bonito de todo mundo sair às ruas. É o dia do orgulho em ser petista, de poder opinar por meio do voto".

– As definições que tivemos no Congresso aumentam a participação de mulheres e jovens nas direções do PT e fazem com que o Partido dos Trabalhadores tenha permanente renovação. Além de trazer novas ideias, sem perder o velho coração petista – disse o possível candidato da legenda ao Palácio dos Bandeirantes, no ano que vem.

Reeleito
Presidente do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão estava praticamente reeleito para o cargo, com o aval do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff no Processo de Eleições Diretas (PED) da legenda. Deputado estadual em São Paulo, Falcão terá a missão de liderar o partido e pacificá-lo para a disputa eleitoral de 2014 nos moldes desejados pelos principais nomes da sigla. É dado como certo também que ele será um dos principais comandantes da campanha à reeleição da presidenta Dilma. Disputavam a liderança do PT Nacional com Falcão os também deputados federais Paulo Teixeira e Pedro Simões, além dos dirigentes Valter Pomar, Markus Sokol e Serge Goulart.

O resultado final deste PED será decisivo para a formação dos palanques – tanto no plano nacional quanto nos estados. Falcão terá que acalmar petistas e partidos aliados na formação das coligações regionais. Será função dele também conter, nas diversas correntes internas, as insatisfações com a presidenta Dilma Rousseff. Alas mais radicais enxergam pouco do programa do partido no Governo Federal. Por causa disso, o ex-presidente Lula espera com a vitória de Falcão isolar essas críticas e unir a maioria do partido no projeto da reeleição de Dilma. Ao diário conservador paulistano "O Estado de S. Paulo", Falcão disse que o PT não pode agir como se fosse oposição. Ele afirmou ainda que "aspira que o segundo governo da presidenta Dilma seja mais realizador e com mudanças mais profundas do que as que já ocorreram até agora nos governos do PT".
PED - Amapá

Na disputa local, seis chapas concorreram ao Diretório Estadual, sendo que somente três delas apresentaram candidaturas a presidente do partido: 'Companheirismo', 'Por um PT independente' e 'Mensagem ao Partido', que tinham como candidatos o deputado Joel Banha; ex-prefeito de Santana, Antônio Nogueira; e o vereador por Macapá, Rocha do Sucatão, respectivamente. No pleito, Joel Banha – da corrente PT de Lutas e de Massas (PTLM) – foi eleito presidente no 1º turno com mais de 60% dos votos.

Desde o inicio do processo eleitoral, as análises apontavam que este pleito iria consolidar a nova correlação de forças internas do PT-Amapá. Antigas lideranças, como a deputada Dalva Figueiredo, da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), desde as eleições estaduais de 2010, não comandavam mais a direção partidária.

Com o resultado desta eleição, a nova composição do 

Diretório Estadual ficou assim distribuída: PTLM da vice-governadora Dora e do deputado Joel Banha – 45%; CMB, da deputada Dalva e do ex-prefeito Nogueira – 33%; Movimento PT (MPT), do secretário de Segurança, Marcos Roberto e do vereador Zé Roberto de Santana – 15%; sendo o restante distribuído por grupos menores.


Pé frio
A grande derrotada na eleição foi a corrente CNB, da deputada Dalva, que saiu do processo com a metade da representação que detinha no diretório anterior. O seu candidato – o ex-prefeito Antônio Nogueira – foi derrotado até em Santana, a sua principal base eleitoral. Lá, Banha obteve 964 votos e Nogueira, 689.

Na reta final da eleição, surgiram notícias de que a chapa apoiada pela deputada Dalva e pela professora Marcivânia teria se reunido com o senador Sarney, que teria prometido ajuda em troca de apoio à candidatura de Waldez Góes ao Governo do Estado. Os petistas negam, mas a presença do senador maranhense em terras tucujus, justamente neste final de semana, parece confirmar a veracidade da informação.

Com a vitória acachapante das correntes que não aceitam a aproximação do PMDB de Sarney e Gilvam Borges, fica praticamente impossível qualquer tipo de aliança eleitoral com esses partidos. Ao mesmo tempo em que fortalece a aliança com o PSB na disputa de 2014.

Novas lideranças
A surpresa da eleição ficou por conta da votação obtida pela chapa do secretário Marcos Roberto e do vereador Zé Roberto, que não tinha representação no Diretório Estadual petista e agora tem 15%. Juntos, Joel Banha e Marcos Roberto possuem 60% do Diretório Estadual do PT-Amapá.

(Redação e Correio do Brasil)

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