Os grupos liderados por Marcos Roberto, Dora Nascimento, Joel Banha (foto ao lado) agora detém a maioria do diretório estadual do PT Amapá.
Desde o início da manhã deste domingo, filiados e filiadas do
Partido dos Trabalhadores (PT) de todo o país participaram do Processo de
Eleições Diretas – o PED 2013. Pesquisas informais de boca de urna apontam a
vitória tranquila de Joaquim Falcão à presidência do PT nacional, mas no Rio de
Janeiro a disputa não apontava ainda o vencedor entre a deputada Benedita da
Silva e o prefeito de Maricá, Washington Quaquá. As votações ocorrem em todo o
país, onde mais de 800 mil militantes estão aptos a escolher os novos dirigentes
zonais, municipais, estaduais e nacional do PT.
Em
sua página, no Twitter, a presidenta Dilma Rousseff elogiou o processo direto de
escolha dos novos dirigentes políticos da agremiação no poder: "Voto hoje nas
eleições internas do PT. Tenho orgulho do PT, um partido nascido das lutas dos
trabalhadores e que governa olhando para os mais pobres, os mais fracos, os mais
necessitados. Assim foi no governo do presidente Lula. Assim é no meu. A reforma
política deve permitir à sociedade participar de forma efetiva dos destinos do
país. Defendo uma reforma política decidida por consulta popular, ouvindo a
população brasileira".
Dilma afirmou que a ideia de uma política sem partidos esteve sempre ligada à
defesa de governos autoritários e elitistas e voltou a defender uma reforma
política por consulta popular. Depois das manifestações que levaram mais de um
milhão de pessoas às ruas de várias cidades do país em junho, Dilma sugeriu
pactos pela melhoria de serviços públicos, pela rigidez fiscal e por mudanças no
sistema político. A presidenta chegou a enviar uma mensagem ao Congresso com uma
sugestão de pontos que poderiam ser questionados em um plebiscito para a
realização de uma reforma política, mas a proposta não foi adiante.
Para o ministro da Saúde, senador Alexandre Padilha, que votou pela manhã no
diretório zonal do Campo Limpo, na capital paulista, "o PED traz duas mudanças
fundamentais: em primeiro lugar tem esse sentimento bonito de todo mundo sair às
ruas. É o dia do orgulho em ser petista, de poder opinar por meio do voto".
– As definições que tivemos no Congresso aumentam a participação de mulheres
e jovens nas direções do PT e fazem com que o Partido dos Trabalhadores tenha
permanente renovação. Além de trazer novas ideias, sem perder o velho coração
petista – disse o possível candidato da legenda ao Palácio dos Bandeirantes, no
ano que vem.
Reeleito
Presidente do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão
estava praticamente reeleito para o cargo, com o aval do ex-presidente Lula e da
presidenta Dilma Rousseff no Processo de Eleições Diretas (PED) da legenda.
Deputado estadual em São Paulo, Falcão terá a missão de liderar o partido e
pacificá-lo para a disputa eleitoral de 2014 nos moldes desejados pelos
principais nomes da sigla. É dado como certo também que ele será um dos
principais comandantes da campanha à reeleição da presidenta Dilma. Disputavam a
liderança do PT Nacional com Falcão os também deputados federais Paulo Teixeira
e Pedro Simões, além dos dirigentes Valter Pomar, Markus Sokol e Serge
Goulart.
O resultado final deste PED será decisivo para a formação dos palanques –
tanto no plano nacional quanto nos estados. Falcão terá que acalmar petistas e
partidos aliados na formação das coligações regionais. Será função dele também
conter, nas diversas correntes internas, as insatisfações com a presidenta Dilma
Rousseff. Alas mais radicais enxergam pouco do programa do partido no Governo
Federal. Por causa disso, o ex-presidente Lula espera com a vitória de Falcão
isolar essas críticas e unir a maioria do partido no projeto da reeleição de
Dilma. Ao diário conservador paulistano "O Estado de S. Paulo", Falcão disse que
o PT não pode agir como se fosse oposição. Ele afirmou ainda que "aspira que o
segundo governo da presidenta Dilma seja mais realizador e com mudanças mais
profundas do que as que já ocorreram até agora nos governos do PT".
PED - Amapá
Na disputa local, seis chapas concorreram ao
Diretório Estadual, sendo que somente três delas apresentaram candidaturas a
presidente do partido: 'Companheirismo', 'Por um PT independente' e 'Mensagem ao
Partido', que tinham como candidatos o deputado Joel Banha; ex-prefeito de
Santana, Antônio Nogueira; e o vereador por Macapá, Rocha do Sucatão,
respectivamente. No pleito, Joel Banha – da corrente PT de Lutas e de Massas
(PTLM) – foi eleito presidente no 1º turno com mais de 60% dos votos.
Desde
o inicio do processo eleitoral, as análises apontavam que este pleito iria
consolidar a nova correlação de forças internas do PT-Amapá. Antigas lideranças,
como a deputada Dalva Figueiredo, da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB),
desde as eleições estaduais de 2010, não comandavam mais a direção
partidária.
Com o resultado desta eleição, a nova composição do
Diretório
Estadual ficou assim distribuída: PTLM da vice-governadora Dora e do deputado
Joel Banha – 45%; CMB, da deputada Dalva e do ex-prefeito Nogueira – 33%;
Movimento PT (MPT), do secretário de Segurança, Marcos Roberto e do vereador Zé
Roberto de Santana – 15%; sendo o restante distribuído por grupos menores.
Pé frio
A grande derrotada na eleição foi a corrente CNB, da deputada Dalva, que saiu
do processo com a metade da representação que detinha no diretório anterior. O
seu candidato – o ex-prefeito Antônio Nogueira – foi derrotado até em Santana, a
sua principal base eleitoral. Lá, Banha obteve 964 votos e Nogueira, 689.
Na reta final da eleição, surgiram notícias de que a chapa apoiada pela
deputada Dalva e pela professora Marcivânia teria se reunido com o senador
Sarney, que teria prometido ajuda em troca de apoio à candidatura de Waldez Góes
ao Governo do Estado. Os petistas negam, mas a presença do senador maranhense em
terras tucujus, justamente neste final de semana, parece confirmar a veracidade
da informação.
Com a vitória acachapante das correntes que não aceitam a aproximação do PMDB
de Sarney e Gilvam Borges, fica praticamente impossível qualquer tipo de aliança
eleitoral com esses partidos. Ao mesmo tempo em que fortalece a aliança com o
PSB na disputa de 2014.
Novas lideranças
A surpresa da eleição ficou por conta da votação obtida pela chapa do
secretário Marcos Roberto e do vereador Zé Roberto, que não tinha representação
no Diretório Estadual petista e agora tem 15%. Juntos, Joel Banha e Marcos
Roberto possuem 60% do Diretório Estadual do PT-Amapá.
(Redação e Correio do Brasil)
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