segunda-feira, 30 de maio de 2011

A operação Mãos Limpas no TCE e a distorção da notícia

No último sábado (28/05), a Polícia Federal cumpriu 17 mandados de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva na casa de conselheiros, ex-conselheiros e funcionários do Tribunal de Contas do Amapá (TCE). A ação da PF é um desdobramento da operação Mãos Limpas pipocada no dia 11 de setembro de 2011.

Acompanhei atento as notícias e opiniões veiculadas em alguns jornais e blogs para fazer uma leitura crítica sobre o desenrolar da operação Mãos Limpas que atinge o Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Alguns meios de comunicação se detiveram em fazer o bom jornalismo, veiculando os fatos e AS notícias. Outros utilizaram-se do expediente de opinar e criar factoides numa tentativa mascarada de manipular a opinião pública.

Observei que houve um claro tendenciamento de alguns jornalistas, blogueiros e principalmente do jornal “A Gazeta”, que tentou colar a pecha de uma possível ligação da família Capiberibe, do PSB e do atual governo com a operação Mãos Limpas.

A Folha Online fez uma excelente matéria. O Jornal do Dia também não foi diferente, seguiu claramente uma linha jornalística compatível com os fatos. Mas o jornal A Gazeta demonstrou claramente seu objetivo principal: atingir o governador Camilo Capiberibe, o senador João Capiberibe e o PSB por conta de um mandado de busca e apreensão na casa da ex-conselheira Raquel Capiberibe, tia do governador do Amapá e irmã do senador eleito.

Não tenho procuração para defender nenhum membro da família Capiberibe. Mas um mandado de busca e apreensão na casa da ex-conselheira Raquel Capiberibe, onde não foi encontrado absolutamente nada que a incrimine é salutar e normal num processo de investigação judicial e policial. Afinal de contas, Raquel Capiberibe foi conselheira por muitos anos do TCE e pode contribuir com as investigações.

Vamos verificar a chamada de capa do jornal A Gazeta: "Operação Mãos Limpas chega aos Capiberibe". Observem que eles não deram destaque ao fato principal: “de que a PF fez busca e apreensão na casa de conselheiros e ex-conselheiros do TCE.”

O jornal de oposição não destaca também na sua manchete de capa, que foram apreendidos carros, dinheiro e documentos na casa de conselheiros e funcionários. Prefere destacar “que foram aprendidos materiais na casa da ex-conselheira Raquel Capiberibe – irmã do senador eleito, João Capiberibe e tia do governador do Amapá, Camilo Capiberibe (todos do PSB)”. Concluindo, o jornal endossa subjetivamente a manobra golpista, afirmando que “a operação pode ligar o esquema de fraudes ao grupo político”, leia-se o PSB e a família Capiberibe.

Os veículos de comunicação que se prestam a fazer esse jogo sujo sabem que os fatos e notícias não giram em torno da família Capiberibe. Mas em torno de uma investigação acurada da PF dentro do TCE, alvo de inúmeras investidas, que prendeu o presidente da instituição. Na investigação foi verificado que 50% dos recursos públicos podem ter sidos desviados.

Nota-se que a mentira tem perna curta, já que na capa, o jornal afirmou que foram encontrados documentos com objetivo de atingir de forma golpista a família Capiberibe. Na verdade foi encontrada uma “agenda pessoal” da ex-conselheira Raquel Capiberibe que continham anotações políticas sobre o governo e o PSB.

Qual seria o crime cometido por Raquel Capiberibe ao fazer anotações políticas em sua agenda? O que teria de antiético nisso?

Ora senhores! Todo o povo do Amapá sabe que qualquer homem público, governo ou partido político, têm os seus adversário e inimigos declarados. Com o PSB e a família Capiberibe isso não seria diferente.

Alguns veículos fugiram da notícia e dos fatos, refugiando-se no debate de atingir inescrupulosamente pessoas que nem sequer tem envolvimento nas fraudes ou foram funcionários do TCE.

Uma agenda pessoal com anotações políticas não tem relação com os crimes e desvios de dinheiro público no TCE. Até porque o foco da operação Mãos Limpas se dá na gênese de um grande esquema de corrupção que envolveu empresários, funcionários públicos e agentes políticos, ligados ao consórcio de poder criado no ex-governo de Waldez Góes, a chamada “harmonia”.

Faltou bom senso, interesse jornalístico e público na abordagem da notícia por parte de alguns veículos de comunicação.

5 comentários:

ralph matias disse...

Esses "jornais" aqui do Amapá são uma vegonha..quando é que isso vai acabar? Essa maneira ultrapassada de fazer jornalismo criminoso pra obrigar os políticos a pagar mesada pra esses folhetins de merda sobreviverem. Espero que o Gov Camilo tenha o pulso firme do pai e não aceite pressões desses Jornais parceiros da falida Harmonia que assolou o Amapá com a corrupção desenfreada jogando o nome do Amapá na lama a nível nacional..!

josenilson 2500 disse...

Os que tentam denegrir a imagem da ex-conselheira,Raquel, na verdade querem atingir o Governador Camilo, e isso so e feito por pessoas que nao tem compromisso com a verdade e muito menos com a justica... e sim com o seu proprio bolso... Cade que eles falam dos Borges que dizimaram os indio do nosso pais, afinal o Amapa faz parte do Brasil.

Luis disse...

Lembramos do método nazista: "Uma mentira contada muitas vezes se torna verdade". É isso que esses jornalecos estão buscando. São notícias tendenciosas. Infelizmente, para o brasileiro basta contar uma vez que já é satisfatório, pois o mesmo não possui senso crítico, não procurar aprofundar-se ou investigar melhor as notícias. Mais mudando de assunto, já há pessoas tomando LEXOTAN e IMOSEC, pois os desdobramentos da Operação Mãos Limpas vão mexer em muito com as estruturas do Estado do Amapá. Vou assistir de camarote.

Anônimo disse...

Amigo, eu li as anotaçoes dessa conselheira, Raquel capiberibe, e afirmo que é uma vergonha você achar isso normal. O que eu carguinho nao faz , hein. Seja honesto, parceiro!

Pedro Souza disse...

Ei sr anônimo, como é seu nome? Diga quem você é, vamos discutir sobre essas TAIS ANOTAÇÕES ESCRABROSAS, Jura? Conta! Conta! ó meus deus! Imagino que essas anotações sejam realmente TENEBROSAS! Sinto grande pena da família Góes, e dos pobres conselheiros do TSE quanta injustiça né? injustiçados! kkkkkkkkkkkkkk quanta chacota meu querido, ás vezes só o que conseguimos fazer é rir, e usar do sarcasmo para não gastar saliva com pessoas que realmente não merecem 1/3 do nosso conhecimento e ética. Como pode um estado com o passado que teve, ainda continuar tão hipócrita e dependente de artifícios mentirosos para TENTAR, AINDA se dar bem. Abração!