Parece que ainda há muita coisa pra se
explicar no que diz respeito ao esquema criminoso investigado pela Polícia
Federal na “Operação Limos”, que apura fraudes no programa Bolsa Família
durante a atual gestão do prefeito Clécio Luís (PSOL) na Prefeitura de Macapá.
Com exclusividade, o blog foi
informado por uma fonte da Prefeitura, ligada a um partido que é aliado do governo
municipal de Clécio Luís, que Eliane Gonçalves, teria sido indicada pelo
senador Randolfe Rodrigues (PSOL) para comandar a Secretaria Municipal de
Assistência Social e Trabalho (Semast).
A secretária que foi afastada pela
justiça, seria uma das fiéis escudeiras do senador dentro gestão municipal. A
indicação de Eliane Gonçalves estaria no rol de secretários do primeiro escalão
do governo Clécio Luís que seria da cota pessoal do senador Randolfe Rodrigues,
que no jogo da correlação política de forças e de poder no Palácio Laurindo Banha
tem fortes aliados e comanda parte da Prefeitura.
O senador Randolfe Rodrigues e o
prefeito Clécio Luís, passaram a disputar poder de forma silenciosa dentro do
PSOL no ano passado, quando as duas principais figuras públicas do partido tiveram
divergências pra decidir com quem o partido deveria apoiar na eleição para o
governo estadual.
O único senador do PSOL no Brasil, que
nos primeiros anos de sua legislatura no Senado tentou empunhar a bandeira da ética
e do combate à corrupção, ocupando os holofotes da mídia tradicional, que por
diversas vezes o usou pra disparar sua metralhadora contra o PT e o governo Dilma, agora tem permanecido calado
diante das denúncias de fraudes pipocadas após a deflagração da “Operação Limos”.
O esquema
Ontem, durante coletiva no Palácio Laurindo Banha, o prefeito Clécio Luis afirmou que desconhece que Eliane Gonçalves seja filiada ao PSOL ou a qualquer outro partido político. O prefeito titubeou a ser indagado pela imprensa se teria conhecimento do esquema montado na Semast.
Há suspeitas de que o esquema possa
ter sido utilizado para favorecer candidatos apoiados pelo governo municipal,
algo que não foi descartado pelo delegado Alain Leão, responsável pelo caso, ontem
durante coletiva de imprensa na sede da PF em Macapá.
Eliane Gonçalves permanece presa. Segundo
informações da PF, ela foi transferida para o Instituto de Administração
Penitenciária do Amapá (Iapen).
Estima-se que cerca de oitocentas a
mil famílias foram cadastradas de forma irregular no Programa Bolsa Família e
que o prejuízo decorrente das fraudes ultrapasse o valor de um milhão e
setecentos mil reais caso os benefícios não sejam suspensos. O pagamento dos
benefícios ocorreria a partir de fevereiro de 2015.
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