A sociedade amapaense foi a principal prejudicada pela
aliança feita entre o grupo de Moisés Souza na Assembleia Legislativa, o
Sinsepeap e o PSOL de Randolfe Rodrigues e Clécio Vieira. Os últimos, ligados
ao PSOL, na ânsia de desestabilizar o governo defenderam de forma radical e
intransigente uma greve política, de cunho oposicionista, simplesmente para ter
dividendos eleitorais e políticos perante uma categoria contaminada por
disputas partidárias.
Derrotados na justiça, os adversários da Frente Popular tentam seu último tiro
de misericórdia dando a linha para que o Sinsepeap, já batizado de SinsePSOL,
por meio de seu presidente Aroldo Rabelo, que se elegeu com o apoio político de
Randolfe e Clécio, possa usar a greve para pedir o Impeachment de um governo
eleito democraticamente nas urnas, sob o argumento de que Camilo Capiberibe não
estaria cumprindo o Piso Nacional da Educação.
A convergência estratégica nas ações defendidas por um dirigente sindical do
PSOL e outros militantes oposicionistas infiltrados no sindicato, mesmo com
interesse diferenciados, é aplaudida pelos meios de comunicação ligados aos
coronéis eletrônicos da política local, principalmente pelo ex-senador Gilvam
Borges (PMDB), que desde o início do ano pregava claramente em entrevistas, que
o objetivo final da oposição que arrombou os cofres público nos oito anos de
“harmonia”, era derrubar o governador Camilo Capiberibe no tapetão por meio de
um golpe de Estado que seria gestado na Assembleia Legislativa e que as
condições para que isso acontecesse estariam sendo construídas a partir daquele
momento.
Que Moisés Souza, Gilvam Borges e a oposição corrupta que governou o Amapá
durante oito anos da famigerada “harmonia” são golpistas todos nós sabemos, mas
que o PSOL, um partido que se reivindica democrático e de esquerda seria o fio
condutor do futuro golpe de Estado isso não era esperado pelas forças
democráticas que disputam poder no estado. O PSOL e o presidente do Sinsepeap
sabem do risco que é um regime democrático a estratégia de desestabilizar um
governo popular simplesmente para concretizar seus objetivos eleitorais,
fazendo coro com os golpistas de plantão.
Todos os golpes de Estado são construídos por meio de estratégias de
desestabilização do governo com o apoio maciço dos meios de comunicação. Foi o
que ocorreu em Honduras e no Paraguai recentemente, onde governantes eleitos
democraticamente foram derrubados por meio do parlamento com o apoio da mídia e
das forças militares.
No Amapá não é diferente, pois a maioria dos meios de comunicação fazem
oposição raivosa ao projeto da Frente Popular e recebem o reforço de partidos
que deveriam condenar qualquer iniciativa golpista. O PSOL controla o Sinsepeap
e instrumentaliza isso a favor do processo eleitoral em curso, tanto é fato que
existe relação entre a greve e a disputa eleitoral, que o candidato do PSOL que
irá disputar a PMM assinou um manifesto defendendo a greve que num momento em
que ela já estava tomando proporções que beiravam a falta de bom senso,
recusando o maior aumento já dado aos professores por um governo durante 16
anos.
Outro fator importante foi o discurso do senador Randolfe Rodrigues defendendo
veementemente a greve criminosa e ilegal que tem objetivos meramente eleitorais
de desestabilizar o governo, criando o terreno para que a oposição corrupta
concretize golpe, defendido pelo Sinsepeap, do seu companheiro de partido
Aroldo Rabelo.
Como pode que o Amapá, uma terra que ainda é vista como uma Província pelas
oligarquias atrasadas possa ser alvo de uma tentativa de golpe? A ação política
do PSOL e do Sinsepeap está sendo utilizada para que os corruptos tentem ganhar
o poder na marra, sem o aval do voto democrático.
Todos nós sabemos que a greve é eleitoral. Será que alguns irão defender a
radicalização reacionária de atentar contra a democracia para que as forças
políticas envolvidas no processo eleitoral saiam vitoriosas em outubro?
Não há nenhuma denúncia de envolvimento do governador em qualquer escândalo de
corrupção no Amapá, ao contrário do chefe do Poder Legislativo. Em nenhum
momento o Sinsepeap ou PSOL falaram em pedido de Impeachment ou prisão de
Moisés Souza pelos crimes que segundo o Ministério Público desviaram milhões
dos cofres públicos.
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