domingo, 1 de dezembro de 2013

O Estado de São Paulo: Camilo e Dora Nascimento elevam tom contra Sarney

Inauguração esquenta disputa Sarney-Capiberibe
Estadão aposta em dobradinha de Camilo Capiberibe para o governo e Dora Nascimento para o Senado em 2014

Do site http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,inauguracao-esquenta-disputa-sarney-capiberibe-,1102862,0.htm
MACAPÁ - O Estado de S.Paulo
O "anúncio" da inauguração presidencial da ponte do Oiapoque feito pelo senador José Sarney (PMDB-AP) há dez dias acirrou a disputa eleitoral para 2014 e acendeu a briga pela paternidade da obra. Adversário visceral de Sarney, o governador Camilo Capiberibe (PSB) diz haver um "embaraço" causado pelo aliado de Dilma Rousseff.

Filho do senador João e da deputada Janete Capiberibe, ambos do PSB, Camilo diz que o Sarney "não cabe nem caberá" no palanque inaugural da ponte, já que "nunca moveu uma palha" no Congresso para tirá-la do papel. "Aqui, todos sabem que decisivo foi o senador Capiberibe em seus governos (1995-2002)", declarou ao Estado.

Capiberibe rejeita solenidades, "puxadinhos" e inaugurações até que se resolvam "todas as pendências" bilaterais. Quer, sobretudo, derrubar a exigência de visto na fronteira. "Na França, não se exige visto. Mas aqui, sim. Nós não aceitamos por que não somos cidadãos de segunda classe", diz. O tema deve ser avaliado na visita de François Hollande à presidente Dilma.

A família que hoje controla o Amapá tem desavença histórica com Sarney, acusado de agir nos bastidores pela cassação de João Capiberibe, em 2005, por compra de votos e também pela resistência a dar posse ao senador, eleito em 2010, sob alegações de desrespeito às regras da Lei da Ficha Limpa.

Em pé de guerra com o adversário, e alvejado por um pequeno grupo de deputados estaduais ligados a Sarney, Camilo tem apoio do PT local. Sua vice, Dora Nascimento, alinha-se para a reeleição e também avalia enfrentar Sarney pela vaga ao Senado em 2014. "Nosso problema aqui é o Sarney", resume Dora.

No início de outubro, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, piorou o clima ao elogiar Sarney em encontro com prefeitos, em Macapá. O governador não se conteve e respondeu que o senador "raramente" era visto no Estado. E elevou o tom de cobrança ao Palácio do Planalto. "Sou do partido de Eduardo Campos (adversário de Dilma em 2014), mas tenho e terei o PT comigo", diz. O apoio petista, ou pelo menos sua neutralidade, a Sarney dependerá do palanque no Maranhão, onde o PT quer Flávio Dino (PCdoB).

A vice Dora Nascimento informa que o presidente petista Rui Falcão deve tratar "ainda nesta semana" do palanque no Amapá com o ex-presidente Lula.

Consultada, a assessoria de Sarney informou que o senador, que ainda não assumiu a candidatura à reeleição, tem longa folha de serviços prestados ao Amapá e não tinha a data da inauguração da ponte, algo que caberia à presidente Dilma Rousseff decidir. / M.Z.

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