sábado, 3 de agosto de 2013

Manifestantes são agredidos por assessores do prefeito Robson e da deputada Mira Rocha


A posse dos novos conselheiros tutelares de Santana, que aconteceu no final da tarde de quinta-feira, 1º, na Câmara de Vereadores, foi marcada por um ato de assessores e seguranças que seguiam ordens do prefeito Robson Rocha e da deputada Mira Rocha, ambos do PTB. 
Cerca de dez jovens do movimento "Vem pra rua Santana" e da juventude do PT foram impedidos por seguranças, assessores e um primo do prefeito Robson e da deputada Mira Rocha de abrirem duas faixas em protestos a políticos amapaenses envolvidos em escândalos de corrupção. 

Os jovens estenderam faixas com frases pedindo punição aos políticos presos na Operação "Mãos Limpas" e ao ex-prefeito de Santana, Rosemiro Rocha, condenado por desvios de recursos do Porto de Santana e do Canal do Paraíso durante o processo que desencadeou a Operação "Pororoca", em 2004.
 
 
O ex-prefeito Rosemiro é pai do atual prefeito de Santana e da deputada Mira Rocha. Em 2004, o patriarca foi preso pela Polícia Federal acusado de desviar milhões dos cofres do município. 

Já a deputada Mira Rocha também é citada e responde processo do caso "Mãos Limpas" no STJ e, no início deste ano, ela prestou depoimento em Brasília. Mira Rocha é citada em relatório da PF sob a acusação de participar de um suposto esquema de desvio de recursos públicos por meio de uma cooperativa de veículos e uma empresa de publicidade que forneciam notas fraudadas como prestação de serviço à parlamentar. 
 
Uma das faixas que foi aberta pedia o julgamento dos políticos presos e envolvidos na Operação "Mãos Limpas" da Polícia Federal, que prendeu, em setembro de 2010, os ex-governadores Waldez Góes e Pedro Paulo, além da hoje deputada estadual Marília Góes. 
 
"Estávamos fazendo um protesto pacífico e quase fomos agredidos por alguns trogloditas ligados ao prefeito Robson Rocha. Além disso, um primo da deputada Mira Rocha tentou me intimidar verbalmente e me ameaçou", apontou Wellington de Lima, o "Chaparrau", um dos manifestantes presentes no local. 
 
Até o momento da abertura da primeira faixa, tudo transcorria na normalidade, mas, na ocasião em que dois manifestantes abriram a segunda faixa, pedindo prisão dos condenados na Operação "Pororoca" - principalmente de Rosemiro Rocha -, seguranças e assessores do prefeito Robson Rocha, sob o comando do seu primo, conhecido como "Chico Papel", partiram para cima dos manifestantes e tentaram rasgar as faixas, empurrando os jovens que protestavam. 

Diante do tumulto criado, o mestre de cerimônia do prefeito encerrou o evento de posse dos novos conselheiros tutelares, quebrando o cronograma que estava previsto. O prefeito Robson Rocha e a deputada Mira Rocha saíram da Câmara sob protestos de populares revoltados com as agressões, ambos escoltados por seguranças e assessores. 
 
Para o vereador Zé Roberto, líder da bancada do PT, presente na solenidade, o ato promovido por pessoas ligadas ao prefeito Robson Rocha mostra claramente o despreparo e o desespero de pessoas que classificou como "capangas" ligados ao grupo político que governa o município. 
"Não podemos admitir que "capangas" estejam a serviço da antidemocracia, tolhendo com agressividade e truculência o direito pleno de se manifestar e protestar dos cidadãos. Minha solidariedade aos companheiros e meu repúdio aos despreparados que parecem estar vivendo no tempo da ditadura. Na verdade, não aprenderam a exercer o poder no Estado Democrático de Direito", condenou o vereador em comentário postado numa rede social. 

Até o fechamento desta reportagem, as assessorias do prefeito Robson Rocha e da deputada Mira Rocha não haviam se posicionado sobre o assunto.

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