quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Randolfe vacila ao ser questionado sobre meios de comunicação e sonegação da Globo

Na tarde desta terça-feira (30), em Macapá- AP, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), concedeu entrevista à jornalista Ana Girlene na rádio Diário FM, tratando de diversos assuntos, principalmente as manifestações de junho no país e a reação do Congresso. Entre os temas tratados, a partir de provocações deste blogueiro e ouvinte via twitter, o ensolarado falou sobre a democratização dos meios de comunicação no Brasil que ganhou força nos últimos anos após a realização da 1º Conferência Nacional de Comunicação.
 
Randolfe, que vira e mexe frequenta o noticiário da empresa dos Marinhos e que, estranhamente, pouco se manifesta sobre esse tema, foi constrangido a se posicionar, mesmo que meio à francesa.
 
Randolfe, com a eloquência de sempre, se declarou a favor da democratização dos meios de comunicação. Que acha um absurdo que parlamentares que são eleitos para trabalhar pelo povo sejam contemplados com veículos de comunicação. Mas afirmou desconhecer a proposta do deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) sobre a instalação de uma CPI para investigar a denúncia de sonegação de impostos realizada pela Rede Globo, fato denunciado pelo blog O Cafezinho e consequentemente em diversos blogs, sites de notícias e até mesmo no jornal Folha de São Paulo.
 
“É, eu não tenho notícia, é, o deputado Protógenes ainda não apresentou. Eu não tenho notícia dessa proposta por parte do deputado Protógenes, mas eu seria o primeiro a assinar essa CPI”, desconversou o senador amapaense. A proposta de uma CPI pra investigar a sonegação de impostos pela Rede Globo surgiu após descobrirem que emissora deixou de pagar impostos referentes a Copa do Mundo de 2002.
 
Para fugir do assunto, na sequência da entrevista, o senador tergiversou historiando a origem das manifestações enumerando quem estava a favor e quem era contra. Coisa de quem responde sem responder.
 
O estranho disso tudo é que o senador se disse contra que políticos sejam beneficiados com concessões de veículos de comunicação, mas nunca sequer mandou um ofício ao MPF, usou a tribuna do Senado ou tenha protestado contra uma das ilegalidades mais gritantes dessa região da Amazônia que é o império de comunicação (Sistema Beija-Flor) do ex-senador Gilvam Borges (PMDB), aliado canino do senador José Sarney, que durante sua passagem pela presidência do Brasil, distribuiu concessões pra diversos políticos da sua base aliada.
 
No Amapá os veículos de comunicação de Gilvam Borges fazem oposição sistemática e rasteira ao governo estadual do PSB de Camilo Capiberibe ao governo municipal do PSOL de Clécio Luis, prefeito da capital e aliado de Randolfe Rodrigues.
 
Mas até hoje não existe qualquer tipo de debate sobre as irregularidades cometidas pelo Sistema Beija-Flor que se aboletou de diversas rádios comunitárias pra propagar as insanidades do PMDB e transmitir em cadeia nos 16 municípios do Amapá o programa “O Estado é Notícia” que faz oposição raivosa ao governo local. A transmissão em cadeia é vedada.
 
Até hoje, apenas uma denúncia contra a rede criminosa de comunicação do Sistema Beija-Flor foi feita no Ministério Público Federal (MPF) e pelo então deputado estadual Camilo Capiberibe e hoje governador, mas parece que os procuradores sentaram em cima do processo ou resolveram arquivar sem qualquer tipo de análise minuciosa com base no que diz nossa Constituição Federal. Há quem diga que existe uma proteção por parte da Anatel e do Ministério das Comunicações por intermédio da “mão invisível” do senador José Sarney (PMDB-AP).
 
O fato é que, ao que parece, o senador e o PSOL não tem interesse em se confrontar com o debate da democratização dos meios de comunicação ao lado de parlamentares como Luiza Erundina (PSB-SP) e de partidos de esquerda (PT, PSB e PCdoB) que vem lutando bravamente contra os monopólios da grande mídia. Muito menos se confrontar com a Rede Globo que lhe abre espaços generosos para bater no governo Dilma e aparecer como o paladino da justiça, da ética e dos bons costumes.
 
Pego de surpresa, Randolfe teve que se posicionar, mas o fez por dever do ofício. Pragmático, nosso pequeno notável não vai querer perder a sua tribuna globalizante.

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