Salas de aulas são divididas por lonas de plástico em Santana (Foto: John Pacheco/G1)
Uma reforma inesperada na Escola Municipal Leonice Dias Borges, localizada na Ilha de Santana,
obrigou os 444 alunos da instituição a assistirem às aulas na maloca da
colônia de pescadores do distrito. As 7 turmas de pré-escolar e ensino
fundamental da escola foram improvisadamente separadas por lonas de
plásticos.
A maloca que serve de escola aos alunos da Ilha de Santana, fica às margens do Rio Amazonas. O local era utilizado para a realização de festas organizadas pelos pescadores do distrito, que fica localizado a 17 quilômetros de Macapá.
A maloca que serve de escola aos alunos da Ilha de Santana, fica às margens do Rio Amazonas. O local era utilizado para a realização de festas organizadas pelos pescadores do distrito, que fica localizado a 17 quilômetros de Macapá.
Os alunos voltaram às aulas normalmente no dia 1º de agosto. E segundo
informou a diretora da instituição, Vilma Picanço, o anúncio inesperado
de reforma do prédio aconteceu no último dia 3.
Ela conta que precisou tomar a medida de remanejar os alunos para a colônia, para não prejudicar o calendário letivo. O prédio da escola foi demolido.
Ela conta que precisou tomar a medida de remanejar os alunos para a colônia, para não prejudicar o calendário letivo. O prédio da escola foi demolido.
Na maloca, além da separação das turmas por lonas plásticas, quadros
foram fixados em colunas de madeira, e banheiros, cozinha e refeitório
foram adaptados. A escola conta com 20 professores, que se dividem em 7
turmas pela manhã e 8 pela tarde.
O secretário de Educação de Santana, Carlos Sérgio Monteiro, disse que
"não há reformas na educação sem transtornos". Ele garantiu o fim dos
reparos emergenciais em 15 dias. "Essa condição que vamos entregar a
escola, é provisória. Na administração pública tem burocracia e não dá
para se fazer nada de uma hora para outra", alegou Monteiro depois de
uma reunião com os pais que aconteceu na escola improvisada na
segunda-feira (12).
Segundo a diretora da escola, técnicos da prefeitura estavam realizando
vistorias na instituição desde o início do ano, mas não informaram o
período da reforma. "E no dia 3 de agosto eles chegaram para demolir a
escola. Para não adiar as aulas, falei com o responsável pela colônia de
pescadores e transferimos alunos e professores para lá", confirmou
Picanço.
Maria do Carmo tem um filho e 2 netos na escola (Foto: John Pacheco/G1) Reclamações
Maria do Carmo, de 50 anos, tem um filho com síndrome de Down e 2 netos que estudam na Escola Leonice Dias Borges. Ela reclama da situação dos alunos. "A situação onde eles estudam agora é precária. Todos os pais deveriam ser notificados antes da troca, pois levaram nossos filhos para um lugar sem conforto", reclamou.
Piscina com água suja ao lado de escola improvisada em Santana (Foto: John Pacheco/G1)
Maria do Carmo conta que ainda não levou para a escola, o filho de 10
anos que tem síndrome de Down, temendo a falta de segurança no local.
"Pois além de ter Down, ele é hiperativo, e ao lado da colônia tem uma
piscina que não é cuidada. É toda suja", descreveu.
A diretora da escola declarou que a instituição ainda não tomou providências quanto à situação da piscina.
Segundo informou o secretário de Educação, na escola em refoma serão
levantadas as paredes em madeira, além da revitalização das salas de
aulas e adaptação. Monteiro disse que haverá uma reforma definitiva na
instituição para 2014.
Os professores da instituição reuniram-se com os secretários de
Educação e de Finanças do município, para ouvir a posição da prefeitura
em relação ao caso. O corpo pedagógico da escola afirma que se não
houver garantias de adequação ao local, nos próximos dias, os educadores
paralisarão as aulas e só retornarão após a reforma, segundo alertou a
professora de ensino fundamental, Maria da Luz.
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