Hoje, 5, a partir das 9h30, estão agendas as oitivas de várias pessoas arroladas
no inquérito que teve origem na operação 'Mãos Limpas' da Polícia Federal. O
processo nº 718 tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob a presidência
do ministro Otávio Noronha, que enviou uma carta de ordem para que a Justiça
Federal no Amapá tomasse o depoimento de todos os citados.
Por ocasião da deflagração da operação da PF, essas mesmas pessoas foram
ouvidas mediante a condução coercitiva, ainda na etapa inicial da investigação.
Agora, terão de prestar novos esclarecimentos à Justiça Federal.
Todos terão de explicar a movimentação financeira anormal detectada pelo
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). O STJ quer saber a origem
e o destino do dinheiro, muito acima dos seus vencimentos, que passou pelas suas
contas correntes. A desconfiança é que eles teriam sido 'laranjas' dos
verdadeiros 'donos' das altas quantias movimentadas.
Entre os investigados estão vários ex-assessores de deputados estaduais e a
ex-mulher do ex-prefeito de Macapá, Roberto Góes.
Entenda o caso
A investigação começou após a Superintendência da Polícia Federal do Amapá
ter recebido denúncias sobre crimes que estariam sendo praticados em diversos
órgãos governamentais por agentes políticos e públicos, que estariam atuando em
conjunto com empresários privados da região.
No dia 10 de setembro, foram decretadas as prisões provisórias de 18 pessoas.
Dessas, seis foram prorrogadas. Com a decisão, permaneceram presos o atual
governador do Amapá, Pedro Paulo Dias; o ex-governador e candidato ao Senado,
Antônio Waldez Góes; o ex-secretário de Educação, José Adauto Santos Bitencourt;
o empresário Alexandre Gomes de Albuquerque; o presidente do Tribunal de Contas
do Estado, José Júlio de Miranda Coelho; e o secretário estadual de Segurança,
Aldo Alves Ferreira. Esses últimos tiveram as prisões transformadas em
preventivas, os demais foram libertados devido ao término do prazo no último
sábado (18).
Investigados
Segue abaixo a relação geral das pessoas com oitivas agendadas para hoje,
dispostas por ondem alfabética:
- Adriano Oliveira Marques - servidor comissionado vinculado ao então
deputado Jorge Amanajás. É sócio da gráfica Marco Zero e titular de 1/3 da Rede
Marco Zero;
- Alberto Augusto Lopes Sidônio - auditor legislativo, cargo
comissionado;
- Alexandre Armando Pelaes da Silva - servidor concursado;
- Elielton Viana da Silva - servidor na ALEAP há 18 anos (na época) e sócio
da gráfica Marco Zero, entre outras empresas;
- Eliete Carvalho Mafra - servidora responsável pela entrega de documentos,
casada com Lourival do Nascimento Filho, assessor do deputado Cacá Barbosa;
- Frank Willian Silva Costa - consultor geral na ALEAP, genro de Wilson Nunes
de Morais;
- Jaci Almeida Siqueira - servidor concursado;
- Jebson Ruan de Oliveira Nascimento - não foi chamado para depor;
- Joabe Costa de Farias - trabalhava, em cargo comissionado, como assessor do
deputado Jorge Salomão;
- José Baia de Carvalho - assessor do deputado Jorge Salomão, cargo
comissionado;
- José Carlos Duarte Rodrigues - não trabalhou na ALEAP em 2010 e permaneceu
em silêncio em parte do depoimento;
- José Charles Rodrigues da Silva e Silva - responsável pela segurança na
ALEAP e primo do então prefeito Roberto Góes;
- José Jurandir Almeida Siqueira - trabalhou na Secretaria de Orçamento e
Finanças da ALEAP em 2010;
- Lourival do Nascimento Filho - servidor da SETRAP cedido à ALEAP, vinculado
ao deputado Cacá Barbosa;
- Márcio Coutinho Penafort - assessor, vinculado ao deputado Michel JK;
- Maria Cícera da Silva - assessora vinculada ao então deputado Jorge
Amanajás;
- Maria de Jesus Negrão - servidora comissionada, ocupava o cargo de subchefe
de Gabinete Civil na época do depoimento. Nomeada pelo ex-deputado Júlio
Miranda;
- Maria Neide de Carvalho - falecida;
- Orlando Gadelha de Miranda - servidor da ALEAP nomeado pelo deputado Jorge
Salomão;
- Rogério Cavalcante Alcântara de Oliveira - assessor da Presidência e presta
serviços para a Cooperativa UNITRAP;
- Sara Nubia Miranda da Costa - assessora parlamentar exonerada no 2º
semestre de 2010. Permaneceu em silêncio, ex-esposa do Roberto Góes;
- Sonize Pimentel dos Santos - trabalha no TCE desde agosto de 2010. É esposa
do deputado Cacá Barbosa;
- Tamylle Gabrielle de Andrade Barbosa - assessora parlamentar e filha do
deputado Cacá Barbosa;
- Valdinei Lima Almeida - agente de segurança, à época assessor da
Presidência da ALEAP;
- Vanessa Maciel Rocha - vendedora sem vínculos com a ALEAP, mas em nome de
quem constou o pagamento de diárias;
- Vitório Miranda Cantuária - técnico em contabilidade na ALEAP, cargo
efetivo;
- Wilson Nunes de Morais - secretário de Finanças, responsável pela
assinatura de cheques na ALEAP, em conjunto com o Presidente da Assembleia e com
o 1º Secretário da Mesa.
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