Na última segunda-feira, 20, a presidente do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), Nilza Amaral, numa reação à perda da maioria de membros na Executiva e à decisão de recomposição dos espaços no governo, tentou trocar quatro integrantes da Executiva do PT. Segundo lideranças petistas, essa troca foi provocada por divergências internas quanto ao rumo do partido e não obedeceu aos trâmites regimentais e estatutários.
Para a vice-governadora Dora Nascimento, que pertence à direção partidária, a Executiva permanece com a mesma composição. “O Diretório Estadual não foi convocado. Da forma que foi feito é irregular e fere a democracia interna do partido”, disse ela.
Para a vice-governadora Dora Nascimento, que pertence à direção partidária, a Executiva permanece com a mesma composição. “O Diretório Estadual não foi convocado. Da forma que foi feito é irregular e fere a democracia interna do partido”, disse ela.
O secretário de segurança pública do estado, Marcos Roberto, é outra liderança do partido que se posicionou contrária à troca dos membros da Executiva. “Na marra, não. As correntes minoritárias não podem querer assumir a direção partidária atropelando as instâncias partidárias”, esbravejou Marcos Roberto.
De acordo com Isaias Carvalho, um dos atingidos pela medida, "a tentativa de troca de quatro membros da Executiva configura um golpe, porque foi tomado isoladamente pela presidente do partido sem observar as resoluções internas nem ao regimento partidário, já que não houve reunião do diretório para isso".
Para Beane Gomes, outra que sofreu a tentativa de afastamento, "a direção do partido não cumpriu o Estatuto do PT". Beane cita o artigo 227, que normatiza a troca de membros de cargos de direção no partido, condicionando, para isso, a infração ética e disciplinar praticada pelo filiado. Conforme Beane, sua vida partidária nunca foi questionada em nenhuma instância. "A direção partidária agiu arbitrariamente", reclamou.
Segundo Isaias, o que está por trás disso é a tentativa de construção de uma maioria artificial na Executiva do PT para mudar o rumo da política de alianças partidárias. Isaias afirma que o grupo composto pelo ex-prefeito Antônio Nogueira, a deputada federal Dalva Figueiredo e a professora Marcivânia Flexa está costurando uma composição à direita com a oposição ao governo Camilo. "Eu mesmo já presenciei a Marcivânia saindo de uma reunião que estava acontecendo na casa do Jorge Amanajás", denuncia.
Outro que não esconde sua inconformidade é o secretário geral do PT, José Cordeiro. Para ele, "se os companheiros estão insatisfeitos com o governo, por que não entregam os cargos que têm no go-verno? Isso está parecendo aquela história de criar dificuldade para vender facilidade", desabafa.
O vereador por Santana, Zé Roberto, disse que "o PT nacional tem demonstrado contentamento com a postura do governador Camilo e do PSB do Amapá na defesa da reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Com essa atitude, esses companheiros estão indo na contramão do que pensa o restante do partido", lamenta.
Jorge Coelho, membro da direção nacional do PT, classificou o ato da presidenta Nilza Amaral como “arbitrário e autoritário”. E disse que somente o Diretório Estadual pode deliberar sobre essa matéria. “Não existe ato de ofício da presidenta para deliberar sobre essa questão”, concluiu.
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