sábado, 1 de dezembro de 2012

Tá no jornal O Globo: Ala do PSOL quer expulsar senador e prefeito

Ação é liderada por diretório do Pará; presidente do partido fala em disputa interna ‘tosca e descabida’
Paulo Celso Ferreira
O Globo

BRASÍLIA - A ambição de todo partido político, em tese, é chegar ao poder. Mas no pequeno PSOL, nem sempre a tese vale. O partido, que nasceu de uma dissidência do PT, havia conseguido em 2010 eleger pela primeira vez um senador, Randolfe Rodrigues (AP). Neste ano, enfim, alcançou sua primeira prefeitura de capital, com Clécio Luís, em Macapá (AP). Mas neste fim de semana o diretório nacional da legenda se reunirá em São Paulo para votar um pedido de expulsão de ambos, por causa da parceria que fizeram no segundo turno da eleição municipal com o DEM e o PSDB.

O pedido foi feito pelo diretório municipal do partido em Belém, que em nota, divulgada pela corrente Ação Popular Socialista, alega que “foram feitas claras agressões contra o caráter de esquerda, socialista e democrático do partido”. Os dirigentes paraenses dizem ainda que “a linha de alianças amplas e duradouras com partidos e figuras emblemáticas da direita mais tradicional, seguida pelos dirigentes do PSOL-AP desde 2010, é incompatível com um partido socialista minimamente coerente”.

Aliados de Randolfe veem por trás da proposta de expulsão uma movimentação de uma ala do partido, já de olho em 2014. Segundo dois dirigentes da legenda, o grupo teria intenção de lançar a ex-deputada Luciana Genro (PSOL-RS) à Presidência da República e estaria temendo a meteórica ascensão de Randolfe na legenda. O lançamento do senador como presidenciável em 2014 vem sendo proposta por alguns dirigentes do PSOL, especialmente do Rio.

— Estou extremamente tranquilo de que o partido vá agir com bom senso. Acho um absurdo. Todos os políticos lutam por vitória. É a primeira vez que vejo a busca de uma derrota e espero que não prospere — disse Randolfe. — Não é o debate ideológico que está por trás disso, me parece que alguns resolveram antecipar 2014.
O presidente nacional do PSOL, Ivan Valente (SP), critica a proposta:

— O senador Randolfe é um dos mais bem avaliados da República. Talvez seja a pessoa com maior visibilidade nacional do partido, como um exemplo de luta contra a corrupção. Isso (a proposta de expulsão) é uma luta política interna tosca e desqualificada. 

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