quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Depois de acusar tucano de falsificação, Randolfe reconhece assinatura em PEC pra reduzir maioridade penal

Da Agência Senado

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prevê a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos provocou um desentendimento entre os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Randolfe Rodrigues (PSol). O senador do Amapá acusou o tucano de ter falsificado sua assinatura em apoio à tramitação da proposta.

Irritado com o senador do PSol, que publicou em seu blog as acusações, Nunes pediu que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) apurasse o caso. "Eu não posso conviver com essa acusação de que fraudei a assinatura de um colega. É uma acusação infame que causou, da minha parte, profunda tristeza e indignação”.

Em seu blog na internet, Randolfe disse que sua assinatura havia sido colhida em uma folha avulsa, sem a explicação da proposta. "Não autorizo que minha assinatura seja utilizada em apoiamento a este projeto. Já estou solicitando à Secretaria Geral da Mesa do Senado a retirada da minha assinatura a essa PEC e solicitando o porque de minha assinatura constar de um projeto o qual tenho total discordância", disse o senador do PSol.

Defesa
Em defesa de sua assessora que colheu a assinatura, Nunes disse que ela tinha sua "total confiança" e "jamais falsificaria" qualquer informação. "É uma acusação infamante. Diante da possível fraude, ele diz que ia me investigar. Quem quer investigá-lo sou eu", afirmou Nunes.

A temperatura baixou quando na reunião da CCJ, ontem (5), Randolfe Rodrigues voltou atrás e confirmou a autenticidade de sua assinatura, mas negou ter dado apoio consciente a proposta de emenda à Constituição. O pronunciamento do senador foi em resposta ao protesto feito por Aloysio Nunes pouco antes, na mesma reunião, contra a insinuação de que a assinatura teria sido falsificada.
“O senador Aloysio Nunes merece de mim toda consideração e respeito, mas, conscientemente, não assinaria proposta de PEC que tivesse em sua ementa qualquer possibilidade de redução da maioridade penal”, afirmou.

“Ontem (terça-feira), no twitter, eu disse que não assinei nem autorizo o uso do meu nome em apoio a qualquer PEC dessa natureza. Essa foi a posição que expus, mas a matéria veiculada no UOL faz uma ilação entre o que eu disse no twitter e a palavra falsificação, que não foi por mim utilizada” defendeu-se Randolfe.


Explicações
As explicações dadas pelo parlamentar – que admitiu ter havido mal entendido na coleta de sua assinatura pela assessoria de Aloysio – foram suficientes para desestimular o presidente da CCJ, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), a encaminhar o caso ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

"Não vai ao Conselho de Ética porque Randolfe confirma que a assinatura é verdadeira. Ele pode retirar sua assinatura sem qualquer prejuízo à tramitação, porque a PEC obteve mais do que as 27 assinaturas exigidas. A matéria pode ser pautada e discutida", garantiu Eunício.

Aloysio Nunes se disse satisfeito com os esclarecimentos prestados por Randolfe e considerou o incidente encerrado. De qualquer modo, a hipótese de o parlamentar pelo Amapá ter insinuado a ocorrência de fraude no apoiamento da PEC 33/2012, como cogitou a reportagem do UOL, causou indignação e contrariedade ao representante de São Paulo, que recebeu a solidariedade de senadores governistas e oposicionistas presentes na reunião da CCJ.

A proposta de emenda à Constituição que reduz a maioridade penal, estava na pauta da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) desta quarta-feira, mas não chegou a ser votada.

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