Por Aline Guedes
O senador João Capiberibe (PSB/AP) ministrou palestra na manhã desta
sexta-feira, 7, no Fórum Nacional de Defesa do Especialista, em
Brasília, com o tema “A cirurgia plástica na visão do Legislativo”.
Capiberibe agradeceu à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
(SBCP), na pessoa de seu presidente, o Dr. José Horácio Aboudib, e
ressaltou que a cirurgia plástica tem, de fato, chamado a atenção do
Congresso Nacional, pelo menos em duas frentes principais: as cirurgias
nos casos de violência contra a mulher e as cirurgias de reconstrução
nos casos de câncer de mama.
O parlamentar ressaltou que, no início deste ano, o assunto teve
evidência no Senado, em razão da audiência pública realizada pelas
Comissões de Direitos Humanos e de Assuntos Sociais, com a participação,
inclusive, da SBCP, por meio de seu vice-presidente, Dr. Luciano
Chaves.
“Sei do empenho da Sociedade na solução dos problemas das mulheres que
passam por mastectomias e necessitam das cirurgias de reconstrução
mamária. Sei, também, do problema relativo à baixa remuneração que os
cirurgiões plásticos recebem do Sistema Único de Saúde por essas
intervenções. Trata-se de situação penosa para pacientes e médicos, que
precisa ter solução breve, infelizmente, fora do âmbito do Congresso
Nacional. Por isto, tenho reivindicado constantemente junto ao Poder
Executivo, em cujas mãos está posto o problema” – lamentou.
Projetos em andamento
Capiberibe também lembrou que iniciativas têm sido tomadas pelos
senadores, e citou projeto da senadora Vanessa Grazziotin, já aprovado
no Senado e enviado à Câmara dos Deputados, que determina, a critério
médico e mediante autorização da paciente, a cirurgia de reconstrução da
mama seja realizada no mesmo momento da intervenção cirúrgica
oncológica. Além disso, o projeto recebeu emenda que torna os
procedimentos na mama contralateral e as reconstruções do complexo
areolomamilar parte integrante do tratamento.
Também tiveram origem no Congresso as Leis nº 9.797, de 1999, e nº
10.223, de 2001, que tornaram obrigatórias as cirurgias plásticas
reparadoras da mama pelo SUS e pelos planos e seguros privados de saúde,
nos casos de mutilação decorrentes de tratamento de câncer. Essas Leis
tiveram origem em projetos apresentados, em 1999 e em 2001, pelas
Deputadas Maria Elvira (PMDB/MG) e Jandira Feghali (PCdoB/RJ),
respectivamente.
No caso das cirurgias reparadoras em mulheres vítimas de violência, há
dois projetos em tramitação no Congresso neste momento. O primeiro é do
Deputado Neilton Mulim (PR/RJ), para garantir plástica reparadora
gratuita às mulheres vítimas de violência. O projeto já foi aprovado
pelo Senado e devolvido à Câmara, para o exame das modificações nele
introduzidas.
João Capiberibe destacou ainda outro projeto, de autoria do ex-senador
Sérgio Zambiasi (PTB/RS), que busca resolver o mesmo problema e procura
também garantir prioridade a essas cirurgias no SUS, em exame na
Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
“Como se vê, senhoras e senhores, temos trabalhado bastante sobre a
questão da cirurgia plástica no Congresso. Estamos também sempre atentos
às demandas desta Sociedade e da sociedade civil, como um todo, no
sentido de aprimorar a legislação nacional, para buscar sempre as
melhores soluções para a população” –finalizou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário