Governadores de 16 estados brasileiros divulgaram nesta terça-feira (8) uma Carta pela Legalidade na qual repudiam o pedido de abertura de processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e se manifestam em defesa da legalidade.
“Entendemos que o mecanismo de impeachment, previsto no nosso
ordenamento jurídico, é um recurso de extrema gravidade que só deve ser
empregado quando houver comprovação clara e inquestionável de atos
praticados dolosamente pelo chefe de governo que atentem contra a
Constituição. O processo de impeachment, aberto na última quarta-feira,
02/12, carece desta fundamentação”, afirmam os governadores. “Não está
configurado qualquer ato da presidenta da República que possa ser
tipificado como crime de responsabilidade”.
Os governadores afirmam compreender as dificuldades pelas quais o
País atravessa e sustentam que lutam para superá-las, mas
enfatizam: “acreditamos que as saídas para a crise não podem passar ao
largo das nossas instituições e do respeito à legalidade”.
Confira, abaixo, a íntegra da Carta pela Legalidade:
Os governadores estaduais vêm, por meio desta nota, manifestar-se
contrariamente ao acolhimento do pedido de abertura de processo de
impeachment contra a presidenta da República.
A história brasileira ressente-se das diversas rupturas
autoritárias e golpes de Estado que impediram a consolidação da nossa
democracia de forma mais duradoura. Tanto é assim que este é o período
mais longo de normalidade institucional de nossa história, conquistado
após a luta de amplos setores da sociedade. Nesse sentido, é dever de
todos zelar pelo respeito à Constituição e ao Estado Democrático de
Direito.
Entendemos que o mecanismo de impeachment, previsto no nosso
ordenamento jurídico, é um recurso de extrema gravidade que só deve ser
empregado quando houver comprovação clara e inquestionável de atos
praticados dolosamente pelo chefe de governo que atentem contra a
Constituição.
O processo de impeachment, aberto na última quarta-feira, 02/12,
carece desta fundamentação. Não está configurado qualquer ato da
presidenta da República que possa ser tipificado como crime de
responsabilidade.
Compreendemos as dificuldades pelas quais o País atravessa e
lutamos para superá-las. Todavia, acreditamos que as saídas para a crise
não podem passar ao largo das nossas instituições e do respeito à
legalidade. Por isso, ciosos do nosso papel institucional, conclamamos o
País ao diálogo e à construção conjunta de alternativas para que o
Brasil possa retomar o crescimento econômico com distribuição de renda.
Brasília, 08 de dezembro de 2015.
Distrito Federal
Estado do Acre
Estado das Alagoas
Estado do Amapá
Estado da Bahia
Estado do Ceará
Estado do Maranhão
Estado das Minas Gerais
Estado da Paraíba
Estado de Pernambuco
Estado do Piauí
Estado do Rio Grande do Norte
Estado do Rio de Janeiro
Estado de Roraima
Estado de Santa Catarina
Estado do Sergipe.
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