sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A "síndrome de Adão" do prefeito Robson Rocha e o caos em Santana



Sobre o caos da atual gestão do prefeito Robson Rocha (PR), temos que esclarecer que o principal culpado é somente o próprio chefe do Palácio Roselina Matos.

Por Heverson Castro


Na história da queda do homem, em Gênesis 3, acontece algo que todos nós sempre repetimos. A história diz que, depois que Adão e Eva pecaram, Deus os chamou para conversar como era de costume. Porém, eles não responderam e se esconderam. Então, Deus os chamou novamente, e Adão respondeu que se escondeu porque estava nu e com medo. 


Deus faz duas perguntas para Adão. A primeira é: como ele sabia que estava nu? E a segunda, se eles haviam comido da árvore do conhecimento do bem e do mal. Note como Adão respondeu à pergunta de Deus, dizendo: “A mulher que tu me deste, me deu o fruto da árvore e comi”. Adão não assume o seu erro. Pelo contrário, joga a culpa sobre Eva, e esta acaba por fazer a mesma coisa.


Na política temos casos parecidos como a passagem de Adão na Bíblia. Assim como a síndrome de culpar os outros pelos seus erros abateu Adão, parece que essa "doença" também abateu alguns políticos como o atual prefeito de Santana, Robson Rocha (PR), especialista em culpar os outros pelos problemas que não consegue resolver na sua gestão e no comando da cidade.


Não existe crise municipal por conta do impacto da crise nacional como tenta colocar o prefeito Robson Rocha, sempre mentindo descaradamente para o povo santanense, ou porque os governos estadual e federal não ajudam Santana, mas por falta de gestão e se existe a tal "crise" propalada, a crise é de incompetência por parte do prefeito e sua equipe de governo.


O atual prefeito Robson Rocha criou recentemente seis novas secretarias com uma lei de sua autoria que enviou à Câmara de Vereadores e que foi aprovada por maioria esmagadora da sua base aliada. 


Robson cria gastos desnecessários e loteia a prefeitura com grupos empresariais e políticos, partidos e indicações dos vereadores, tendo como objetivo se manter no poder a qualquer custo, mesmo que para isso tenha que afundar a prefeitura agasalhando as indicações de aliados políticos como a família Gurgel (PR), o grupo do ex-deputado Eider Pena (PSD), o grupo do deputado federal Marcos Reategui e do seu irmão, o deputado estadual Moisés Souza (PSC), presidente enrolado da Assembleia Legislativa e a maioria dos deputados que querem uma fatia do bolo na Prefeitura de Santana.


Ao tomar medidas clientelistas, fazer conchavos, o toma lá da cá e outras formas nada republicanas de fazer política, o prefeito Robson Rocha joga nas costas do povo o preço de entregar a prefeitura nas mãos de políticos poderosos em que em 2014 vão apoiar sua reeleição. 


Isso são medidas que se tomes diante de uma crise que o prefeito tenta colocar na cabeça da população? 


O preço desse projeto de poder todos nós já sabemos e se resume em atrasar salários de servidores, dar calote nos bancos nos repasses dos consignados, parcelar o décimo terceiro do servidor, deixar a cidade suja e esburacada, sucatear os Postos de Saúde e deixar nossas crianças sem merenda escolar.


Sem falar que o prefeito também já anuncia atraso de salários dos contratos administrativos e cogita demitir alguns deles da prefeitura, o que não passa de jogo de cena, porque o prefeito continua inchando o governo.


Os principais problemas que afundam Santana iniciaram em 2013 com a gestão desastrosa de Robson Rocha que agora tenta jogar a culpa pela sua irresponsabilidade nas costas dos outros. 


A crise foi criada pela incompetência da gestão municipal que em 2014, segundo dados do próprio Ministério Público em investigação de crime eleitoral, denunciou o prefeito Robson Rocha no TRE porque aumentou em 44% o número de contratos administrativos, o que é vedado pela lei eleitoral.


A medida de aumentar contratos administrativos, segundo o MP, que girava em torno de 400 em 2013 e passou para mais de 600 em 2014, mostra claramente que Robson Rocha fez isso para ter cabos eleitorais nas campanhas da sua irmã Mira Rocha (PTB) que era candidata à deputada estadual e do seu aliado Marcos Reategui (PSC), candidato a deputado federal. Ambos os deputados foram eleitos e o preço disso foi quebrar a prefeitura.


O MP junto ao TRE também provou que os repasses do ICMS e IPVA aumentaram em 2014, diferente do discurso do prefeito Robson Rocha que demitiu servidores do contrato que se negou a apoiar seus candidatos, alegando que fez isso para conter gastos, quando na verdade perseguiu quem não concordou em vestir a camisa na campanha de 2014. 


O MP por meio dessas informações e do depoimento das testemunhas com provas irrefutáveis de documentos da própria prefeitura denunciou o prefeito Robson Rocha e a deputada estadual Mira Rocha por crime eleitoral, já que teriam usado a máquina pública para fins eleitoreiros.


Além disso, o prefeito aprovou em 2014 uma Lei Orçamentária Anual (LOA), onde a prefeitura gasta o valor astronômico de R$ 7 milhões em consultorias, institucionalizando assim a farra das consultorias na gestão municipal. 


A farra das consultorias é algo gritante diante de um falso discurso de crise, já que na LOA de 2015 a prática da farra das consultorias continua se repetindo. Em dois anos (2014/2015), o prefeito que propaga crise, vai torrar a bagatela de R$ 14 milhões em consultorias, mesmo a prefeitura dispondo de técnicos.


O resultado disso tudo é uma administração incompetente que paralisa as obras deixadas pela gestão passada em andamento e que realiza um verdadeiro apagão dos serviços públicos municipais. E tem mais, agora no segundo semestre o prefeito aprovou na Câmara a chamada lei da terceirização dos serviços públicos.


Robson Rocha incha a folha da PMS com mais de 44% de novos contratos, gasta 14 milhões em consultorias, faz a terceirização para não realizar concursos públicos que prometeu porque sabe que servidor concursado não vira cabo eleitoral e coloca a culpa nos outros poderes?


O prefeito ainda perdeu milhões em emendas da bancada federal. Só do senador João Capiberibe foram mais de R$ 3 milhões perdidos. Quase o mesmo valor também foi perdido em emendas do senador Randolfe. 


A irresponsabilidade de perder recursos somente de dois senadores ultrapassa R$ 6 milhões.  Os recursos federais são perdidos por conta da incompetência, já que Robson Rocha deixa a prefeitura inadimplente quando não recolhe os valores da previdência do servidor para a Sanprev, além de outros problemas técnicos que não resolve porque é incompetente e não tem equipe para governar a cidade.


A culpa do caos em Santana não é o reflexo da crise nacional e isso já é algo que todo cidadão consciente sabe. Até porque mesmo com a crise nacional os chamados repasses constitucionais obrigatórios aos municípios continuam aumentando nos últimos 3 anos da gestão de Robson Rocha.


A culpa da “crise” que na verdade é o caos criado pela falta de governança na gestão municipal é fruto da irresponsabilidade do prefeito Robson Rocha toma medidas que sucateiam os serviços públicos, porque usa o orçamento público para pagar apadrinhados políticos e para enriquecer uma panelinha na prefeitura, em vez de direcionar o orçamento público para melhorar os serviços a população mais pobre e aos que precisam dos serviços de atendimento a população.


A farra na administração, o descaso, os indícios de corrupção e os conchavos são apenas a ponta do iceberg, já que diversos desmandos vêm sendo investigado pelo Ministério Público e em breve a casa vai cair para o prefeito e sua turma. 


Não adianta o prefeito Robson Rocha com a sua síndrome de Adão, culpar os outros pela sua irresponsabilidade, incompetência e gestão temerária, porque a verdade virá à tona no momento certo, quando o povo for às urnas no ano que vem.

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