domingo, 4 de dezembro de 2016

Quatro nomes brigam pela presidência da Câmara de Santana

Rarison Santiago, Vicente Marques, Rato e Griti, brigam pela presidência da Câmara de Santana
Por Heverson Castro

Vicente Marques (PSDC), Rato (PDT),  Rarison Santiago (PRP) e Griti (PRP). Já são pelo menos quatro nomes que surgem até o momento na disputa pela presidência da Câmara Municipal de Santana (CMS). Os dois primeiros nomes são vereadores reeleitos e os dois último foram eleitos em outubro. 

Os quatro principais nomes até agora colocados na briga pelo comando do parlamento mirim santanense, denominado Palácio Vereador Dr. Fábio José dos Santos, já se articulam para ter o apoio de no mínimo mais quatro vereadores, número suficiente para registrar uma chapa e disputar o comando da Mesa Diretora da CMS.

A eleição da Mesa Diretora deve acontecer no dia da posse dos 15 vereadores, que deverá ser realizada no dia 01 de janeiro de 2017.

O discurso de renovação

Rarison Santiago foi um dos primeiros nomes que se colocou a disposição para presidir o legislativo municipal. O jovem de 30 anos foi eleito o vereador mais votado das eleições de 2016. 

O ex-lider estudantil, que já foi presidente de Grêmio e da direção da Uecsa, ocupa pela primeira vez um cargo eletivo e já chama a atenção do povo santanense pela votação histórica de 1.889 votos, desbancando nomes fortes apoiados pelo poder econômico e pelas máquinas públicas.

Rarison aposta no discurso de renovação e no apelo popular que veio das urnas e que renovou mais de 50% do parlamento santanense. 

O jovem vereador defende algumas medidas que são vistas como radicais pela chamada "velha guarda" que restou na Câmara Municipal, tais como a transmissão das sessões ao vivo para a população por meio de veículos de comunicação (rádio e TV), transparência nos gastos da Câmara e sessões itinerantes nas comunidades.

Mas Rarison Santiago estaria enfrentando a resistência de uma das figuras que pode ser decisiva na disputa da Mesa Diretora da Câmara: Ofirney Sadala. O prefeito não aprovaria o nome do jovem e teria preferência por um vereador considerado mais experiente.

Apesar de ter apoiado incondicionalmente o novo prefeito da cidade, que toma posse no mesmo dia que será realizado a eleição da Mesa Diretora, Rarison Santiago ensaia sua candidatura a presidência da CMS, sem o apoio do novo prefeito. 

Vicente Marques, o queridinho de Ofirney

A disputa pela presidência da Câmara deve ser decisiva até mesmo para dar o tom da governabilidade do novo gestor municipal. Por isso, até mesmo Ofirney Sadala (PSDC), já declarou que não deve ficar de fora do processo e deve se envolver diretamente, interferindo pessoalmente na eleição. 

Ofirney não esconde sua preferência pelo correligionário de partido, o vereador Vicente Marques (PSDC). Marques é o vereador com mais idade na Casa e considerado um dos políticos tradicionais no legislativo municipal. 

No entanto, a eleição de Vicente Marques coloca em xeque o novo prefeito da cidade, que prometeu governar rompendo com a "velha política", se apoiando inclusive em nomes que afirmava que seriam a renovação do legislativo municipal.

A própria cara do novo parlamento municipal que toma posse na virada do ano de 2016 para 2017 é a prova de que o povo pediu renovação nas urnas, não reelegendo a maioria dos atuais vereadores. Apenas 6 vereadores conseguiram se reeleger, sendo que Santana passa a contar com 15 vereadores no ano vindouro

O vereador  Vicente Marques é considerado por parte de alguns novos colegas, uma das "velhas raposas" da Casa, que durante quatro anos fez da base de sustentação do atual governo municipal e apoiado eleitoralmente nos bastidores o atual prefeito Robson Rocha, que saiu da disputa derrotado, amargando o terceiro lugar no pleito eleitoral. 

O irmão mais velho do deputado estadual Charles Marques (PSDC), estaria enfrentando resistências dos novos vereadores, que ajudaram Ofirney Sadala no projeto que saiu vitorioso em outubro. 

Se Vicente Marques, que é visto como um dos nomes mais fortes na disputa, conseguir se eleger presidente, será a primeira vez na história do município de Santana, que o presidente do Legislativo Municipal serpa do mesmo partido do chefe do Executivo Municipal.

O candidato do govenador Waldez Góes

Outro nome que desponta com peso na disputa é Josivaldo Abrantes (PDT), vulgarmente conhecido como vereador 'Rato'. O parlamentar teria o apoio do governador Waldez Góes, e já teria feito até mesmo uma reunião no Palácio do Setentrião com pelo menos 10 vereadores com o objetivo negociar "pleitos políticos". 

Rato já foi presidente do legislativo municipal por quatro anos durante o último governo do ex-prefeito Antônio Nogueira (PT). Na época o hoje vereador do PDT, era das fileiras do PSDB e teve forte influência no governo municipal.

Mas parece que o vereador Rato não conseguiu ainda convencer a maioria dos seus colegas, ao levar alguns até o encontro do governador, pois todas as conversas fisiológicas teriam ficado apenas nas promessas para o ano de 2017.

Griti meu nome: Um sinal de racha na base de Ofirney 

O último nome que também se colocou como virtual candidato à presidência da Câmara de Santana é o do vereador eleito, conhecido popularmente por Griti (PRP), que já tinha sido vereador de 2005 a 2008 e vinha tentando seu retorno ao legislativo municipal. A candidatura também revela um racha dentro do PRP, que elegeu uma das maiores bancadas da futura legislatura (Rarison Santiago, Griti e professora Helena)

Griti teria o apoio do deputado estadual Jory Oeiras (PRB), demonstrando que existe um racha com o deputado Charles Marques, na base de aliados eleitorais de Ofirney Sadala e uma disputa intestinal pelo comando da Câmara de Santana. 

Jory Oeiras e Charles Marques, ambos deputados por Santana, foram os únicos deputados estaduais que apoiaram a eleição de Ofirney desde o primeiro momento. Mas ambos não conseguem esconder nos bastidores que devem medir força nessa disputa e também na briga por quem vai ter mais poder de influenciar os rumos do governo municipal. 

A disputa promete ser acirrada e as interferências externas devem quebrar a chamada soberania do parlamento mirim, já que a eleição mexe com diversos interesses locais e até mesmo estaduais. Cada candidato precisa do apoio de pelo menos mais quatro vereadores para ter sua chapa registrada na disputa, conforme o Regimento Interno da Casa.

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